CAPÍTULO UM: RECONHECIMENTO

654 76 118
                                    

Significado:
substantivo masculino
Ato ou efeito de reconhecer,
admitir como verdadeiro:
reconhecimento de um direito.

"Parece que tudo começou quando S/n brigou aos gritos com o pai, ela estava no pé da mesa quando se levantou com uma batida na madeira velha e balançou tudo, até o pequeno prato que estava sendo preparado para o irmão mais novo.

"Não é justo!" Falou em meio aos prantos para o homem em sua frente que parecia ainda mais sério do que antes, ele conhecia muito bem a filha que havia criado e sabia mais ainda que ela não ficaria quieta mesmo que ele pedisse aos prantos de choro.

Bem, ao menos ele teria uma chance de reconquistar e fazer o certo se não fosse pelas seguintes palavras:

- Desista desse sonho estúpido! Você não serve para isso! - gritou - Você é fraca, sentimental! Deseja uma liberdade que nem existe nesse mundo! Pare de inventar asneiras na cabeça e me deixe em paz! Sua mãe e seu irmão ficam nervosos com toda essa gritaria - exclamou olhando bem para ela - Vê se cala a boca.

Neste momento pareceu que ele não conhecia a filha que tinha, ela fechou o punho e inchou o peitoral como se puxasse o fôlego do além.

- Ninguém me cala! Seu pedaço de merda - jogou o prato no meio da fuça do homem - Eu não vou ficar mais quieta! Você entendeu? - ameaçou em bom tom e passou pela mesa, foi até a porta e abriu ela completamente vendo a rua ali na frente - Ainda que tente me oprimir, nada e nem ninguém me tira a fala e ninguém me subestima!

- Mais um passo para fora dessa casa eu não irei sequer permitir que você apareça diante dessa muralha novamente! - se levantou raivoso - Não verá seu irmão, sua mãe e nem a mim!

- Não adianta me prender e fazer chantagens comigo, não me intimida. Quem quer a liberdade abre mão de certas coisas para correr até ela - olhou para trás e deu uma olhada no irmão que estava com os olhos cheio de lágrimas, possivelmente nem estava entendendo nada - Cansei dessa merda.

S/n fechou a porta atrás dela logo em seguida, ouviu a porta abrir um pouco depois em correria e olhou para trás e viu a mãe chorando, ao paralisar ali a mulher mais velha se aproximou e pegou na bochecha da garota, então falou:

- Não adiantará eu pedir que fique, não é meu amor? - falou e ouviu a negação da filha, então um sorriso um tanto sofrido apareceu, mas em vez de uma tentativa estúpida que nem a do pai que agora olhava da porta junto ao irmão. - S/n Yeager, seja o que for, sobreviva. Entendeu? Como se fala?

- "não há nada que eu não consiga" - foi a última coisa que s/n falou antes de partir dali, ela olhava todos os lugares que já havia andado e pensava se era justo ficar tão raivosa, seu pai nunca havia sido um mal pai, mas não era o melhor de todos eles.

Não foi muito difícil, como alguns diriam por aí aquela garota havia sido escolhida para o que estava se preparando, ela foi firme em todas as suas palavras durante o treinamento de cadetes, representando o 99° batalhão.

- Por que está tão ansiosa? Você vai ser a primeira da turma! - falou enquanto comia o pão que havia sido servido no espaço de treinamento - Suas notas teóricas são boas, suas notas corporais... por que diabos você está nervosa?

Por mais que ela não estivesse nem um pouco nervosa por se formar, ela nem sequer pensou em responder a alfinetada que recebeu do homem que sempre buscava algo mas sempre era negado, ela decidiu há um tempo não dar muita importância pra isso.

- Certo, esse idiota continua falando merda - Chloe, atual melhor amiga da garota fala toda raivosa - Mas! Ele está perguntando algo formidável, por que está nervosa? Não deveria ficar assim.

𝐀𝐘𝐀𝐓𝐒𝐔𝐑𝐔 - 𝐋𝐢𝐛𝐞𝐫𝐝𝐚𝐝𝐞 [𝐒𝐍𝐊]Onde histórias criam vida. Descubra agora