Capítulo 4

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[JEON JUNGKOOK]

— Vamos logo!

O esfregão de Junghyun bateu no chão, e ele começou a se movimentar pelo longo corredor. Tzuyu, a enfermeira encarregada do turno diurno, passou, balançando a cabeça. Não foi a primeira vez que ela nos viu fazendo uma merda como esta... Jogamos desde antes de Junghyun ter alguma dificuldade de caminhar. A cirurgia de quadril o derrubou há alguns anos. Agora, meus passes eram mais do que uma bola, poderiam ser como uma bala.

— Ele tem 69 anos. — Tzuyu falou por cima do ombro. — Um dia desse, você vai causar um ataque cardíaco naquele doce velho. — Eu a peguei sorrindo enquanto ela continuou.

Quando Junghyun chegou ao final do corredor, eu mandei a bola em espiral por dezoito metros até que caiu diretamente em suas mãos.

— Eu ainda consigo pegá-la. — Ele voltou na minha direção.

— Você nunca consegue. Eu coloquei a bola em suas mãos.

— Besteira. Você não joga bem merda nenhuma. Todo mundo sabe que um passe só é tão bom quando o receptor é bom.

— Será que o pequeno Hyun sabe o quão desrespeitoso seu avô é com seu ídolo?

— Pfft. Ídolo. Eu sou o ídolo dele.

Aos oito anos de idade, seu neto era um grande fã de futebol e um fã ainda maior de Jeon Jungkook. No seu último aniversário, eu tinha ido à sua festa. Ele estava tão animado que chorou quando me viu. Isso me deu algumas semanas de provocações para usar durante os arremessos com o Junghyun mais velho. Saí e parei no posto de enfermagem.

— Como foi a semana dela?

— Foi boa, de verdade. — disse Tzuyu. — Ela quer ir às compras. Diz que precisa de roupas de baixo novas, mesmo que tenha uma gaveta cheia delas.

— Então, o ajudante vai levá-la às compras.

— Você quer que eu consiga um ajudante que a leve para um passeio que irá lhe custar um extra de trezentos dólares, mais o custo da roupa de baixo, mesmo que ela já tenha mais de quarenta.

— Isso vai fazê-la feliz?

— Eu acho que sim.

— Então, sim. Eu quero.

Ela sorriu.

— Vou agendar para esta semana.

Encontrei Dahyun em seu quarto assistindo a uma reprise de The Price is Right. O show estava mostrando um jogo de Bullseye, no qual você tinha que somar o custo total de um monte de itens diferentes para chegar a um certo total.

— Oi, Dahyun.

— Shhh.

Ela tinha um bloco de papel e lápis, e sua mão trêmula estava furiosamente anotando os preços enquanto eles mostravam cada item. Bob Barker levantou um galão de leite e eu furtivamente espiei em seu rabisco. Quinze centavos. Ok, então eu tinha uma ideia de em que ano nós estamos hoje.

Ela não estava feliz que seu total não estava ainda perto da resposta. Eu tentei fazê-la se sentir melhor.

— Eles sobem os preços apenas para tornar mais difícil para as pessoas.

— Eu acho que você está certo.

— Claro que estou. Eu estou sempre certo. E muito bonito também. — Abri o saco de papel que eu trouxe e desembrulhei o papel branco, revelando o Reuben que ela queria na semana passada.

— Você foi no Heidelman.

— Sim. — Ou talvez tenha ido a uma franquia do Ben's Kosher Deli que tomou conta do lugar há dez anos. Mas isso não era importante.

— Eu mal posso esperar para comer. Pode me passar meu estojo com os dentes?

— Seus dentes já estão em sua boca, Dahyun.

Ela levou um minuto e confirmou que eu estava dizendo a verdade comum toque da unha no dente da frente. Mesmo que sua mente estivesse em todo lugar, seus dentes eram quase sempre uma conversa semanal.

— Luge veio me ver um dia.

— Isso é bom.

— Sim. Ele me disse o que fez.

Eu não fazia ideia do quê.

— Ah, sim. O que foi? Eu não consigo acompanhar todas as coisas que o Luge faz.

— A piscina. Você sabe. Vocês dois deveriam ter vergonha. Da próxima vez, a polícia não vai ser tão boazinha.

Ela nunca deixava de me surpreender como conseguia se lembrar claramente de alguma coisa que aconteceu há mais de dez anos, e ainda não se lembrar de onde colocou os dentes há cinco minutos. Era quase como se suas memórias mais recentes fugissem primeiro. Eu esperava que a minha memória do incidente da piscina nunca desaparecesse para mim. Foi a primeira vez que vi Luhan nu. E a noite em que percebi que a dor em meu peito por causa do garoto que eu chamava de Luge Selvagem me assustava demais. Não era dor. Era amor.

— Foi tudo minha culpa. Luge tentou me convencer do contrário. Ele só pulou o muro para me tirar dali. Eu o joguei na piscina.

Dahyun me olhou com ceticismo. Com razão. Ninguém em seu juízo perfeito iria acreditar que Luhan tinha que ser convencido a fazer qualquer coisa imprudente. O garoto sempre se arriscava, sorrindo, enquanto eu ficava observando, esperando para parar o sangramento, quando ele se machucasse. Essa era a coisa mais bonita sobre ele. E também a mais feia.

— Este é o meu último aviso. Se vocês dois se meterem em mais problemas, eu vou separá-los. Vocês dois agem como um casal de inconsequentes.

Eu peguei metade de seu Reuben e prometi me manter fora de problemas. A ironia era que ela tinha ameaçado nos manter separados, mas, no final, ela foi a única coisa que nos manteve juntos.

O jogador; taekookOnde histórias criam vida. Descubra agora