roses; (wangxian)!

eu disse que conseguiria.

O fotógrafo sentiu os ossos estalarem quando acordou naquela manhã, deixando escapar um suspiro de leve frustração. Estava há exatamente 7 dias, 12 horas e 53 minutos sem falar com Lan Wangji. Tinha sido a pior aposta que alguém que havia pisado na Terra teria aceitado. Entretanto, era persistente e a desistência não aconteceria. O objetivo era procurar o Lan assim que chegasse o oitavo dia. Tinha somente de resistir por mais algumas horas que eram como a eternidade.

Desde quando gostava tanto assim de falar com ele? Wei Wuxian estava definitivamente ferrado.

"Maldita seja a minha vida! Não posso mandar mensagem, não posso perder! Lan Zhan, você me paga." Brigava mais consigo, quem menos tinha culpa era a pessoa que fez a proposta. Sabia muito bem disso.

Seu coração não aceitava.

Tinha milhares de novidades para contar, inclusive iria entregar rosas na praça como pretexto para quem sabe encontrar a pessoa que estava ignorando. O quão tolo Wuxian estava?

Enquanto estava na praça, olhava ao redor, segurando as belas rosas vermelhas. Sua mente estava leve quando suspirou profundamente. "O céu está lindo, tão lindo como nunca fora antes." Era o céu ou o coração do homem que descobria a cada dia mais estar completamente apaixonado por Wangji?

Paixão.

Lan Wangji.

Lan Zhan.

Combinava bastante. Era agradável de pensar e de sentir.

"Olá, tudo bem? Você vende essas rosas?" Aquela frase pegou o Wei de surpresa que sentiu o coração acelerar, acreditava que poderia ser quem tanto queria. Os olhos acinzentados brilharam, só que quando focaram, o brilho diminuiu um pouco.

"Não, eu dou para as pessoas que vejo. Você quer uma?" Questionou de maneira gentil. Os olhos mostravam ainda mais como ele estava a vontade.

"Eu gostaria. Prazer, Hua Cheng."

"Wei Wuxian."

"E o que você faz da vida além de presentear rosas em uma praça, Wuxian?" O homem alto sentou ao lado do Wei no banco, deixando toda a sua atenção nele.

"Eu sou fotógrafo." Sentia algo tão familiar naquele homem que achou que poderia ter esbarrado com ele em algum momento de sua vida.

"Tem de voltar para a Cidade Fantasma."

A frase pegou o Wei de surpresa que arqueou a sobrancelha como se estivesse desgostando por completo daquela conversa. "Não irei." Era convicto em suas ações e nada o impediria de ser mais uma vez. "Sabe que tenho que ficar aqui."

"Por ele? É tão valoroso assim para ti?"

"Esperei por muito tempo para vê-lo novamente. Hua Cheng, não ouse interferir nisso."

"Essa escolha não é sua. Esqueceu que ele te odiava?"

A expressão de Wuxian pela primeira vez deu sinais de fraqueza. O Wei deixou os ombros caírem, um pouco pensativo. "Ele não odeia mais. Não somos mais cultivadores. É uma nova chance."

"E deixou de ser o Patriarca de Yiling? Os sonhos com as mortes daqueles que lhe eram tão caros não lhe afetam mais?"

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⚠️ ATENÇÃO: Os próximos acontecimentos contém narrativa de transtorno mental. Se possuir algum gatilho, aconselho que NÃO leia.

Sentia frio. Ou não sentia mais nada? Era tudo muito confuso. Quanto mais tentava fazer o que era certo, pior o seu controle ficava. Ainda o tinha?

Jiang Yanli estava morta.

Os Wen estavam mortos.

Wen Ning e Wen Qing estavam mortos.

A culpa era pesada, dolorosa, dilacerava a carne e maltratava Wei Wuxian. Todos que tinha carinho não estavam mais presentes. Ele havia afundado quem tanto amava na lama. Existia perdão para si? Estava completamente só.

Frio. O calor que irradiava em seu peito não existia mais. Não tinha a quem recorrer. Estava jogado ao abismo, a consciência de seu fim não causava mais medo. As ótimas notícias para si seriam de sua morte.

Wei Wuxian está morto.

⚠️Fim do conteúdo de gatilho, fique a vontade para continuar. Boa leitura!

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"Apesar de ter as memórias, não sou mais ele. Não carrego aqueles sentimentos comigo mais." A lembrança do ocorrido fez surgir um brilho aquoso nos olhos do fotógrafo. O terror psicológico causado por Hua Cheng não seria pior que o causado por si mesmo quando ainda portava a Chenqing. Não iria ceder. "Não voltarei."

A risada alheia foi quase ensurdecedora, no entanto, de alguma maneira, ainda que fosse a mais estranha, aquilo agradou os ouvidos do fantasma. "Quando o véu do esquecimento daqueles cair, você irá. Até breve." E assim como havia chegado em um silêncio completo, aconteceu o mesmo quando foi embora.

Um Wei Ying atordoado tremia levemente sentado ao banco. Não esperava receber uma visita daquele que lhe dera a oportunidade de viver novamente. Cada atitude sua, cada passo, tudo seria vigiado por outrem. Precisava ter cuidado e cautela.

E com esse pensamento, foi para casa. Com o humor afetado, ligou o som. Tocava uma música que tinha decorado a letra e achava que funcionava bem com sua situação. Rewrite the Stars, cantada por James Arthur.

E se ele pudesse reescrever as estrelas? E se ele pudesse ter seguido outro caminho?

Não teria se tornado o Patriarca de Yiling? Não teria cometido os mesmos erros? Sua shijie estaria viva? Os Wen estariam felizes?

Resmungou baixo, o que estava escrito, não era alterável. As possibilidades ainda seriam poeiras jogadas ao vento. Hua Cheng tinha parcialmente um pouco de razão, ainda sonhava. Só que antes de ter uma nova chance, seja ela como fosse, Wei Wuxian precisava se perdoar.

Ele seria capaz disso?