Prólogo

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Desejo que você tenha a quem amar
E quando estiver bem cansado
Ainda exista amor pra recomeçar
Pra recomeçar

Amor pra recomeçar - Frejat

Abro os meus olhos me certificando de que ainda há tempo.

Perfeito, são 7h30m da manhã de segunda-feira, e eu só preciso começar a trabalhar daqui à uma hora. Talvez o único benefício da Covid, tenha sido as empresas aderirem o máximo possível o home office.

Arrasto-me para fora da cama, tomo um banho rápido, afinal não preciso de muito para trabalhar do sofá da sala.

Graças ao Covid, eu também me tornei uma pessoa louca por controle, em seguir as regras. Abro o aplicativo que uso que me dá o mapeamento geral de quais combinações de roupa tenho para hoje.

Ok, calça social preta, top faixa branco, e blazer preto. Ótima escolha, mas hoje vou ficar de pijama.

Ouço a campainha tocar, e odeio esse som, receber visitas, odeio mais ainda.

Coloco um casaco sobretudo por cima do pijama, e desço as escadas sem pressa. Talvez quem quer que esteja do outro lado da porta, desista e vá embora! 

A campainha toca novamente.

– Já vai! – É, fingir que não tem ninguém em casa, não será uma opção.

Quando abro a porta, quase caiu para trás.

– O que você está fazendo aqui? – pergunto, deixando claro que os cumprimentos são desnecessários.

– Seu irmão me disse que estaria viajando, e que eu poderia ficar aqui por alguns dias. – Eu mato o Matias.

– Não, você não pode ficar aqui.

– Ele me disse que você falaria isso e também me disse para eu não me deixar paralisar, sei que tem vários quartos aqui, é por pouco tempo. – Ele responde, passando pela porta, e colocando sua mala para dentro da minha casa.

– Pedro, não tem como você ficar aqui, estou falando sério.

– Eu trabalho o dia todo fora, não irá nem notar a minha presença.

– Porque você está aqui? – Não é sempre que um de seus exs bate em sua porta, pedindo um quarto, isso com certeza deve ter uma explicação plausível.

– Meu pai se casou, e não tem como eu continuar morando com ele, preciso criar asar e voar. Você sempre me incentivou a isto.

– Sim, mas não criar asas e voar para dentro da minha casa, encontre o seu próprio ninho. – Estou motivada a só encerrar está conversa quando ele se colocar porta a fora da minha casa, mas antes que eu possa o tirar daqui com as minhas próprias mãos, meu celular começa a vibrar no bolso do meu casaco.

– Essa conversa ainda não terminou Pedro! – É tudo o que digo antes de atender a ligação, virar as costas e ir trabalhar.

Claro, só poderia ser o mala do Logan me ligando antes do meu expediente começar.

Logan, meu chefe.

Lindo, 1.98cm, cabelos escuros e olhos claros.

Ou para os íntimos, o Mala do Chefe.

– Alô.

– Clara, preciso que você me envie o anexo para a edição da revista desta semana.

"Bom dia para você também, babaca!"

– Está no drive.

– Eu sei, preciso que envie para o meu e-mail o mais rápido possível, tenho que aprovar e encaminhar a gráfica quanto antes.

Qual a dificuldade em entrar no drive, e pegar o documento necessário que já está anexado? E sem essa de ter que aprovar, ele sabe que está perfeito.

– Logan, eu entro às 8h30m, mas vou lhe encaminhar agora.

– Ótimo Clara, fico no aguardo.

Eu preciso deste emprego, e é só por isso que aceito esse tipo de coisa.

Sofri muito para conseguir estar aqui, precisei mudar de país, viver em uma nova cultura, tudo para fazer dar certo. E não vai ser esse idiota que vai fazer com que eu desista.

Sem contar os benefícios, essa casa linda que moro que me proporciona hospedar pessoas intrometidas.

Este é o maior benefício que a editora me proporciona, é aqui que as fotos para a revista são feitas, nesta linda casa vitoriana moderna no centro de Lisboa. E tudo o que eu preciso fazer, é revisar todas as matérias, supervisionar as fotos, e suportar o Logan. Pouca coisa, eu aguento.

O amor acontece em LisboaOnde histórias criam vida. Descubra agora