0.19 // lágrimas

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Eles deram um longo abraço, longo de mais inclusive. Talvez isso indicasse que algo de errado estava acontecendo, alguma coisa cercava a vida de seus pais.

Fiquei tímida então não me aproximei, me contive a olhar para o chão enquanto eles se lamentavam. Levantei meus olhos de maneira rápida e vi que vinnie me encarava. Seu rosto estava um pouco humido, jamais havia o visto chorar e aquilo partia meu coração. Nunca haviamos conversado sobre aquilo, sobre nossas fraquezas, sobre nossos medos.

A menina me olhou de cima abaixo, estranhando minha presença.

-quem é essa? Vinnie

Ele se virou por completo e veio em minha direção.

Agora eu entendi, conseguia entender porque era tão impossível ficarmos juntos. Eu era sua aluna, nada mais que isso, nós não ficamos e sequer compartilhamos algum tipo de sentimento. Esse era o correto, não é?

Mas então por que meu coração brigava comigo? Por que meu coração disparou quando o toque quente de vinnie se propagou pela minha mão enquanto ele a erguia para si.

Ele sorriu e olhou de volta a usar irmã.

-essa é a s/n. Somos...

Ele travou, como eu imaginava.

-ok, eu acho que entendi.__disse Maggie se poupando dos detalhes.

Me senti grata de não ter de explicar sobre aquilo, mas um pouco incomodada sobre como aquilo realmente não fazia sentido. Fiquei com medo de aquela dúvida se tornar um argumento meu contra vinnie e acabar com tudo isso de uma vez.

Por isso, esfreguei minhas mãos umas nas outras de maneira repetitiva e nervosa enquanto vinnie e Maggie conversavam intimamente perto de mim.

Eu não deveria estar aqui, eu falava a mim mesma. Nem da família do vinnie eu era, eu mal o conhecia e nem sabia quem era sua irmã a poucas horas atrás.

Antes que eu pudesse perceber, vinnie já havia acabado a conversa e se virava para mim de maneira um pouco mais alegre.

Boas notícias haviam chego, eu imaginei.

-podemos ver meu pai agora. Venha comigo.__ele estendeu a mão.

Vinnie estava louco. Seu pai doente jamais iria querer conhecer uma menina agora. Não sabia se aceitava sua mão, mas apenas para sentir o seu toque me neguei a não aceitar o convite.

Por mais que eu não quisesse dar os próximos passos, vinnie me encorajou com seu toque quente e confortante conforme andávamos pelo corredor extremamente branco. Sempre senti calafrios ao pisar em um hospital e isso não mudou naquela situação.

O corredor era longo, mas alguns passos rápidos nos fizeram rapidamente encontrar o quarto em que estava o pai de vinnie. Ele me lançou um olhar inseguro, como se não soubesse o que fazer. Não sabia se entrava ou se dava espaço para o medo em seu coração. Talvez algo em sua mente o impedisse de entrar naquele quarto, mas mesmo assim ele entrou.

A porta de abriu com facilidade, e logo pude ver seu pai deitado em uma maca concentrada no meio do quarto. Ele estava acordado, tomava um chá quente e algumas maçãs cortadas em um potinho branco. Ele parecia um pouco debilitado, nunca havia o visto mas a palidez de sua pele e os olhos quase mortos davam a impressão de que não estava nada bem.

Vinnie não soltou minha mão em nenhum momento, continuava entrelaçada com a minha conforme caminhava até a direção do leito de seu pai. Seus passos não eram confiantes como de costume, finalmente tivesse a certeza de que vinnie temia seu pai muito mais do que eu pudesse imaginar.

I NEED YOU// Vinnie HackerOnde histórias criam vida. Descubra agora