Capítulo 1

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Luke LeBlanc

Um novo dia começa e mais uma vez a observo passar nas ruas perto de minha casa, pela janela do meu quarto. Surge uma vontade de dizer o quanto ela está linda de onde a estou observando. Só me vem à cabeça tudo o que poderíamos ser...

Não consigo me fazer dizer a ela todos esses sentimentos guardados dentro de mim esse tempo todo, mas eu preciso falar. E acho que esse dia está chegando.

Me dispersando de meus pensamentos termino de calçar meus tênis, desço para a sala e verifico se meu pai está em casa. Não está.

Pego uma maçã como café da manhã rapidamente e saio em direção a minha faculdade.

Sou Luke LeBlanc, tenho 22 anos, curso administração, toco guitarra, moro com o meu pai e trabalho em sua oficina.

Acabei por começar a faculdade mais tarde do que o considerado "comum" — meses depois dos 22 recém completos. Posso dizer que eu não me importava muito com faculdade e tudo isso antes.

Estou solteiro, com poucas amizades verdadeiras por aí e tenho tatuagens pelo corpo.

Algumas na mão, braço esquerdo e outras solitárias pelo pescoço — tenho símbolos musicais, dinheiro, frases que combinam minha maneira de pensar e coisas desse tipo.
Bom, acho que isso é tudo.

***

Chego na faculdade e vou direto a sala principal, ou, auditório principal.

O professor ainda não havia começado, mas boa parte dos alunos já se faziam presentes. Aparentemente nós teremos de assistir uma palestra do diretor e outros professores, típicos de início de ano.

Olho ao meu redor e me deparo com ela, Emma Larsson. Ela caminhava para se sentar na cadeira a minha frente. Incrivelmente linda.

Seus cabelos cacheados na altura do ombro esvoaçavam conforme o vento que vinha dos ventiladores. Sua pele negra e olhos castanhos, nem tão claros, nem tão escuros brilhavam enquanto ela ainda caminhava.

Ela também cursava administração, mas mudou de curso alguns meses depois de eu chegar. Nunca soube o motivo.

Apenas nos meus sonhos e em minha imaginação poderíamos ter algo. Não há chances de ela sequer me notar e é melhor assim.

De repente, recebo uma cotovelada, olho paro o lado e vejo meu amigo, Jason, falando comigo.

— Ei cara, tá pensando nela de novo? — ele sussurra para que somente eu possa ouvir.

— É... — suspiro.

Olho a minha volta e me dou conta de que o discurso começou e estava aqui, mais uma vez com meus devaneios, como se um dia isso de fato fosse acontecer. Mal nos falamos desde que trocamos de curso. Me sinto um adolescente apaixonado pela primeira vez.

Volto minha atenção aos professores à minha frente, que já explicavam como seria o ano letivo.

É meu segundo ano estudando aqui. Comecei a faculdade no ano passado, então já completei um ano de graduação.

Após o discurso foram todos para suas devidas salas e aulas.

***

No final da aula anterior ao intervalo, enquanto arrumavámos nossas coisas, Jason diz para mim:

— Fala com ela cara, convida pra sair. Você é um cara legal e ela vai gostar de você, sei disso — diz baixo.

Saímos da sala e caminhamos pelo corredor.

— É, talvez — suspiro pesado enquanto a vejo sair. — Mas não consigo chegar nela e dizer tudo que sinto, Jason.

— Não precisa chegar e dizer: "oi, eu gosto muito de você, há um bom tempo na verdade, mas nunca te disse nada e fico pensando em você que nem um idiota o tempo todo" — diz rindo. — É só chamar ela pra sair!

— ha-ha — reviro os olhos. — Não sei se isso daria certo, nós mal nos falamos. Tem eu e tudo o que viria junto também...

— Justamente por isso que vai chama-la para sair, para se conhecerem melhor. Relaxa, vai dar certo sim.

— Tá, vou pensar nisso, agora adianta.

— Que grosseria - ele brinca.

[...]


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