Demônio disfarçado.

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Baji era um safado cretino sem escrúpulos algum, um demônio vestido de anjo, o lobo escondido sob pele de ovelha, um maldito e todos os xingamentos possíveis que remetesse á um mentiroso duas caras.

Ele não tinha vergonha de andar pelos cantos segurando a mão de Chifuyu enquanto sorria para todo mundo que abria caminho para o jogador principal do time de basquete e o nerd fofinho que todo mundo adorava, que puta clichê bosta, sentia-se em algum episódio de Riverdale ou Rebelde com tudo aquilo; ele era a amante rebelde e excluída do colégio, que dava para o capitão do time de basquete que namorava a capitã das líderes de torcida (nesse caso, era apenas um garoto estudioso da mesma série que Keisuke), era um misto de ódio e graça escondida. Ele e Chifuyu nunca se dariam bem porque Kazutora o odiava desde a primeira vez que haviam se visto, mas isso não o impedia de sentir pena pelo menino que se dedicava o máximo possível para Baji, que, por sua vez, dispensava-o várias vezes na semana (algumas sem querer) apenas para se encontrar com o Hanemiya na parte de trás do galpão que ficava em um terreno do lado do colégio.

As paredes daquele lugar haviam sido testemunhas de quase todas as vezes que eles foderam em segredo, com Baji o pressionando contra a parede e tampando sua boca para que não gemesse alto, todas as vezes que brigaram e acabava com uma transa de reconciliação; se aquelas paredes pudessem falar, elas estariam tipo “puta merda”.

Eram adolescentes no auge da puberdade, sendo jovens e irresponsáveis e, principalmente, uns babacas do caralho. Mas quem se importava?





A voz de Kazutora era como uma cadência musical para os ouvidos de Baji, ressoando como uma música, por horas ela poderia ser tocada para si, ele não reclamaria e não se enjoativa; as coisas com o bicolor eram diferentes de quando estava com o Matsuno. Kazutora lhe deixava fazer tudo que queria, o marcar em diversas partes e, principalmente, testar tudo que queria. Não havia nada de mais em uma foda casual, certo? Eles iam de acordo com o humor que se encontravam, dependente de que se Baji estivesse irritado, ele iria forte, fundo e rápido e sem ligar para as marcas que dava pelo corpo dele, entretanto, se estivesse mais calmo e relaxado, as coisas eram mais lentas e tão mais calmas, aproveitadas ao máximo.

Kazutora amava aquela capacidade de foderem em diferentes ritmos e sempre serem boas e inesquecíveis.

Algumas vezes ele também se sentia no clima para ser o passivo também, apesar de serem raras as vezes, nada fora do comum, realmente. Ele não tinha problemas em fazer o que quer que fosse desde que Kazutora e ele estivessem satisfeitos.

Mas havia algo que ele nunca faria pelos dois: terminar com Chifuyu. Já haviam conversado diversas vezes sobre esse assunto, apesar de nunca ter chegado ao ponto de ser uma briga de verdade, ainda geração frustrações por parte de Kazutora.

A verdade era que Kazutora era bom na cama, mas não o suficiente para o lado de Keisuke.

Eles se olhavam discretamente durante o dia-a-dia, as provocações aumentavam a graça do ato final e tornava ainda mais divertido, Baji não podia fazer nada durante esse tempo, e isso o estressava, ele tinha um rato pulguento agarrado em si durante todo tempo que estavam no colégio e não podia nem sequer sair para uma rapidinha com Hanemiya durante os intervalos, bem, Kazutora havia perdido as contas de quantas vezes jogava uma bolinha de papel na cabeça de Chifuyu durante os intervalos. Claro, o protegidinho da equipe de basquete e dos professores sempre tinha alguns urubus ao redor dele que o protegiam, afinal, Baji era muito carismático e querido pelos companheiros e pelos demais alunos, embora fosse um tanto quanto mediano em notas, era um rapaz inteligente e conseguiu gente boa, acabou que, no fim, Matsuno foi acolhido pelo time de basquete inteiro. Podia sentir os olhares de raiva queimarem em sua direção quando ele arremessava alguma coisa nele, que o perseguiam durante todo resto do dia.

Ele estava acostumado a bater em alunos no fim do itinerário escolar, e a apanhar também, especialmente quando ficava de detenção e topava com aqueles cuzões do time colegial; ele tomava uns bons socos, embora também batesse bastante, para “aprender a lição” que ele nunca aprendia. Não importava o quanto ele apanhasse e apanhasse, ele nunca desmaiava ou corria das brigas. Ele saia num estado ruim, mas garantia que os outros saíssem quase sempre iguais á si.

Ele não corria como um cachorrinho para o colo de Baji logo após, ele apenas ficava sentado tentando conter o sangue que escorria de seu nariz e, algumas vezes, da lateral de sua cabeça. Kazutora era duro com um soldado de guerra e não caía fácil, ele aguentava tudo quieto e com um sorriso rasgando seu rosto. O gosto do sangue era ruim e as feridas ardiam, mas ele não reclamava e nem chorava quando o moreno passava o algodão com algum remédio em sua face, apenas retesava o corpo algumas vezes pela agoniante sensação.

“Você deveria parar de provocar o Chifuyu.” Baji dizia, “é a terceira vez nesse mês que você apanha.” ele continuava. Mas a única coisa que Hanemiya fazia era o lançar um olhar irritado e dar um tapa forte o suficiente em sua mão que passava uma pomada em seu rosto para que ele tirasse-a de perto.

— Cala boca, vadia, não fode. Se você não ficasse com aquela coisa grudenta, eu não estaria desse jeito. A culpa é toda sua, Baji. ‘Cê fica todo angelical caminhando com aquele grude na escola como se fossem o casal perfeito, ele não sabe, ninguém sabe que os seus melhores momentos são comigo, a porra de um amante de merda que você passa uma ou duas horas durante o dia e vai embora logo depois, e essas horinhas que você passa comigo são melhores que o dia todo que aquele bostinha te propõe, não fode e vem me dar lição de moral por jogar uma ou duas bolinhas de papéis, o traidor da história aqui é você. O errado é você.

— Eu sou o traidor da história? O errado sou eu? Você é tão impuro e culpado quanto eu, Kazutora, você é conivente com todas as minhas ações, amorzinho. – Keisuke podia se aproximar facilmente daquele que era visto como um tigre feroz que odiava contato, juntando as testas e observando os olhos que há tanto pareciam ter perdido o brilho. — Você é tão culpado quanto eu... – Sibilou, baixinho, perante os lábios do outro, as mãos ao redor da cintura dele, encaixando a palma perto da bunda do mesmo. — Não me culpe. Vamos culpar os nossos hormônios. – Selou os lábios nos do Hanemiya, usando a mão direita para subir sob o casaco e a blusa que ele usava, tocando diretamente a pele morninha sob seus dedos.

Tinha um gosto estranho quando as línguas se encontraram, a mistura do gosto doce do chiclete, que o bicolor outrora provocava os professores durante as aulas, era dividido com um toque de sangue, mas ainda era bom quando entrelaçavam as línguas e Keisuke dava-lhe uma sugada suave na pontinha de sua língua, se separando e carinhosamente beijando a bochecha direita mesclada num tom de roxo e vermelho. Lentamente retirou o casaco que ele usava junto com a camiseta, usando o tecido preto para passar pelo rosto do tatuado, que fechou os olhos e soltou um barulho baixo de dor, ele ainda era humano e ainda sentia dor pelas feridas recentes.

Mas antes que ele pudesse falar mais algo, Baji rapidamente serpenteou a mão e segurou firme seu rosto, abrindo sua boca e jogando um comprimido ali dentro, tampando-a com a palma da mão, obrigando-o a engolir enquanto ele borrifava remédio em seu rosto, ele não havia aberto os olhos para observar o que iria acontecer e já havia os fechado, gritando assim que Keisuke soltou sua boca, ele engasgou com o ar e meteu a mão no rosto.

— Caralho, caralho, caiu no meu olho...! Baji, seu filho da puta. – Ele quase chorava pela agonia, forçando a visão agora não acabar coçando os olhos com a mão não tão limpa assim. — Eu vou te matar, Baji, eu vou te matar. – Mirou um soco às cegas nele. — Vai pra porra, porra.

— Calma, bebê. – Segurou-lhe o pulso. — Vou colocar outra coisa nesse seu olho pra doer. – Provocou, claramente zoando sua situação e fazendo pouco caso, atraindo o olhar do olho bom de Kazutora para ele. — Se fosse porra você não ‘taria reclamando.

— Vai pro caralho.

— Se meu caralho fosse uma localização, ele seria localizado bem entre as bandas da sua bunda, bem escondidinho aqui, ó.

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