Haviam experimentado vários ritmos diferente de foda durante esses meses que passaram juntos, claro, eram curiosos e com frequência queriam testar coisas novas; seja por terem lido em revistas, na internet ou simplesmente ‘criarem’ algo juntos na hora. Se entendiam e se completavam bem o suficiente para que soubessem, fielmente, como funcionavam, era uma sincronia que não tinha limites.
Não era como se Kazutora gostasse de ser intitulado como alguém frágil ou tratado como tal, cresceu na violência pelo lar hostil que seus pais o proporcionavam e desde cedo viu aquilo como o normal para ser seguido, ele era marrento, briguento, tinha problemas de confiança e lidava constantemente com a dificuldade de socializar e a falta de costume com atitudes carinhosas, ora pois que durante muito tempo realmente não era aberto para amizades. Sua mãe lhe daria de tudo, entretanto o calor do carinho não era um tópico discutível, motivado pelo trabalho que levava-a a passar o dia todo fora e estar sempre tão cansada quando retornava.
Mas agora era diferente, agora ele se afogava e transbordava pelo carinho das mãos e do corpo de Keisuke, embora que sendo incapaz de suportar tanta melação que ele tinha consigo algumas horas; por agora ainda haver resquícios de brigas, isso fazia-o ir com calma, ansiando por mais de si sem querer o machucar.
Fazia alguns minutos que estavam naquela pegação singela dentro do quarto do rapaz de cabelos negros que, novamente, dispensou o corno manso do namorado para ficar consigo; Kazutora não poderia estar mais contente! O cervo (apelido dado – pois ele tinha os chifres do tamanho de um) havia sido dispensado em sua frente, ele teve a honra de ouvir como ele parecia triste quando Baji disse que estava ocupado quando Chifuyu o ligou e ainda passaria a tarde toda com Baji! Simplesmente excepcional.
Estava afoito quando seus lábios se encontravam com os do moreno, querendo, mais que nunca, fazer algo para comemorar, contrastando com a maneira calma que o outro queria; ele segurava-o firme pela cintura para que não ficasse o provocando, uma vez que ele estava acomodado em seu colo naquele instante. Uma vez que se separaram, Kazutora não perdeu tempo em deixar um beijo estalado na bochecha dele, numa sequência que se sucederam até o pescoço, onde enfiou o rosto ali e se inebriou no cheiro do mais velho, passando a pontinha do nariz por toda a região imaculada daquela área que, infelizmente, não poderia marcar por conta do maldito namoro. Não negaria nunca que desejava passar seus dentes por ali e dar-lhe umas boas chupadas, entretanto aquela praga novamente estava lhe atrapalhando, sequer estava presente e já estava o irritando apenas por ter que se limitar a deixar beijos suaves e esfregar o rosto por aquela área, como um gatinho carente.
Keisuke costumava o comparar com gatos geralmente, alegando que ele era independente e carente igualmente na medida que os gatos. Ele havia pego o gosto pelos animais felpudos conforme a convivência com Baji aumentava, não se viam com tamanha frequência ademais, exceto que por Hanemiya pouco-a-pouco recolher mais da essência vivida e alegre de Keisuke durante esses encontros.
Passou a língua pela derme cheirosa e convidativa, quase como se pedisse um pouco mais do carinho que começou a receber em suas costas ainda cobertas pela camiseta. Suspirou rente ao ouvindo dele, segurando sua mão e a entrelaçando com as suas por seguinte; afastou apenas para olhar o rosto bonito, usando a outra mão para acariciar o rosto com o polegar, encostando suas testas e fechando os olhos para poder sonhar mais um pouco com as palavras doces sussurradas.
— Eu te amo, Kazutora. – E afogando o rosto na curvatura de seu pescoço, fez o que o bicolor não poderia fazer, _ele o mordeu, chupo e beijou toda a área alcançável de seu pescoço_. O clima começaria a esquentar dentre aquelas paredes se o toque de um pandeiro não invadisse os ouvidos alheios, ah, era o celular de Baji tocando em um tom altíssimo. Ele estaria irritado para caralho por ter sido interrompido se sua lâmpada filha da puta não acendesse em sua cabeça; ele esperou até Keisuke sentar em algum canto para falar com Chifuyu, que parecia animado de mais do outro lado da linha falando sobre alguma coisa que não prestou a mínima atenção. A voz dele está ridiculamente alta e faz Kazutora se perguntar como Baji ainda continuava naquela ligação tentando lidar com ele, mas também o faz desejar que não desligue pois logo se aproxima dele, que está ocupado tentando falar com Chifuyu sobre algo que, novamente, ele não liga.
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Juventude.
Historical FictionBaji não se culpava por ser um traidor, na verdade, ele e Kazutora preferiam culpar os hormônios e a juventude do que se culparem por fazer Chifuyu de otário. BajiTora || +18 || Two shot. || Postado também no spirit.