🖤Cap 1 - Lembranças🖤

18 2 1
                                    

        #FlashBack On, 13 anos antes#

- Vamos filha, temos que ir para uma consulta. - Meu pai me chama depois que eu vou pra debaixo da cama.
- Por quê eu preciso ir no médico toda semana, eu sou doente? Aaaa, vocês nunca vão com Hinata ao médico. - Murmuro fazendo birra.
- Não linda, tens que fazer exame de rotina por ser especial e única. E a gente pode tomar sorvete quando voltar. - Minha mãe aparece tentando me animar.

Me arrumo e saímos de casa, pelo caminho, meu pai liga o rádio no carro e toca música pop, pois eu gosto de dançar e imaginar que estou em clipes alegres.
Minha mãe canta junto com a música e faz movimentos como se estivesse tocando instrumentos pra me acompanhar.
Meu pai rir e grava a gente, enquanto dirige. Não demora muito, chegamos ao consultório. Adentramos ao local e vejo muitos médicos animando as crianças.

- Mãe, eu quero ir embora por favor.! - Fico puxando a blusa da minha mãe.
- Meu amorzinho, não será demorado a consulta, o Dr.Jones irá atender a gente. - Ela sorrir e meu pai me pega no colo.

Entramos na sala e o Dr nos recebe bem.
Eu sou paciente dele há 1 ano.
- Cadê minha melhor paciente? - Ele pergunta. - Tô aqui!! - Exclamo.
O Dr cumprimenta meus pais e chama a enfermeira pra me levar a sala de brinquedos.

                     *Dr.Jones On*

- E então, como ela tem se comportado? - Pergunto ao ver os pais preocupados com a situação de Hyori.
- Então Dr, se não fizermos o que ela pede, ou comprar algo que queira , ela começa a ficar agressiva e gritar. Mesmo sabendo que isso é ruim para ela e pra nós, vamos e fazemos pra não ter que ver nossa filha ficar se batendo pra conseguir o que deseja. - Mattew fala lacrimejando e segurando a mão de sua esposa.
Tento lidar com essa situação mesmo sabendo que não será fácil dá a notícia ruim.
- Eu entendo, mas realmente isso faz com que cada dia a Hyori vá ficando mais controladora sobre vocês. - Suspiro.
- Ela chegou a dizer que tem alguém no quarto e ouve alguém chamar o nome dela. Isso me preocupa demais, por que ela não fala muito sobre essas coisas e a gente faz de tudo pra da atenção a ela e também pra Hinata não se sentir abandonada. - Harumi exclama sentimental.
- Ela tem que continuar com os tratamentos, raramente vemos resultados por causa de desistência, mas a incentivem todos os dias com muito carinho a não se tornar ainda mais agressiva, até porque a Hyori tem 8 anos. E já falando a realidade, essa doença não tem cura, mas terá melhoria no jeito de tratar as pessoas e até ela mesmo.
- Continuamos a conversa.

                    *Dr.Jones Off*

Meus pais ainda estão na sala com o Dr, e eu aqui na sala com as outras crianças. Eu só queria brincar com alguém, mas todas se afastaram de mim. - o que eu tenho de errado¿ - Falo triste enquanto fico sozinha no canto da sala.
Apenas olhando as crianças brincarem uma com a outra, ouço sussurros estranhos atrás de mim. Me assusto ao ver que não tem ninguém por perto.

- Quem é? - Exclamo assustada, e todas as crianças olham pra mim. A enfermeira se aproxima devagar e me pergunta o que está acontecendo. - Criança, você está bem? - Ela tenta pegar minhas mãos e eu a empurro. - Sai daqui! - Volto correndo e gritando pra encontrar meus pais e eles saem da sala vindo me abraçar.
- O que houve filha? - Meu pai me aperta em seus braços tentando fazer com que eu me acalme e pare de ficar tremendo. - Eu não sei o que tenho, mas não quero ser assim pai. Eu estava ouvindo sussurros e não tinha ninguém perto de mim, por que as crianças não queriam brincar com uma estranha. - Choro abraçando meu pai.

Depois que terminam de conversa com o Dr, vamos à uma sorveteria perto do consultório.
- Passou mais minha linda? - Minha mãe pergunta sorrindo de leve.
- Sim mamãe!! - Sortio com os olhos avermelhados, já tomando sorvete.
- Hmm, de morango é meu preferido também. - Meu pai vem em minha direção tentando me alegrar, porque sorvete de morango é o meu favorito.
- Somos iguais. - Dou um selar em suas bochechas. - Te amo muito papai. - O abraço.

Quando acabamos de tomar sorvetes, retornamos ao carro. Antes de meu pai entrar, ele deixa cair a chave e brinca fazendo barulho quando pega de volta.
Até que aparece alguém e o empurra contra a porta.
- Passa a carteira, as chaves do carro e qualquer coisa de valor. - Ele grita apontando uma arma na cabeça do meu pai. Ele tenta não reagir por causa de mim e da minha mãe.
- Por favor se acalma, minha família está no carro, não faça nada de ruim a elas. - Meu pai fala passando as coisas. E minha mãe me puxa pra fora do carro.
- Papai, cuidado! - Grito.
Ele termina de entregar os objetos, ele puxa a chave do carro de volta. - Paaai, nãoooo!!! - Ouço disparos.

                    *FlaskBack Off*

- Paaaai, nãooo! - Me desperto das lembranças com lágrimas nos olhos.

Bom, já se passaram anos desde à última vez que pude estar com meu pai e essa saudade me mata a cada dia, parece que ontem ele esteve aqui

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Bom, já se passaram anos desde à última vez que pude estar com meu pai e essa saudade me mata a cada dia, parece que ontem ele esteve aqui. Mas não passa de lembranças dele. Eu só queria saber por que a vida leva as melhores pessoas.! - Grr, o que rolou nesse mundo cruel? - Reclamo ao olhar pela janela uma discussão na vizinhança. Deito na cama e fico ouvindo (Control - Halsey), essa música me representa. Essa mulher deve ter sonhado comigo e compôs essa música falando do meu jeito.

- Amor, está bem? - Minha mãe entra no meu quarto e faz cafuné nos meus cabelos. - Sim, estou. - Sorrio, ela me beija na testa e sai do quarto.
Depois do ocorrido quando pequena, minha mãe e irmã têm sido minhas fontes de calmante, mesmo que não muda tanto, já fazem com que eu não tenha tantos surtos. Minha irmã me ajudou durante todo colegial, por causa dela, eu não tive problemas na escola, pelo contrário, consegui me concentrar nos estudos. Mas já fico pensando no Campus, Hinata não vai está comigo, não conseguimos vagas na mesma universidade.

- Se eu faltar os primeiros dias, ainda vou precisar ir no resto do ano? - Falo sozinha durante a música. - Lógico que vai, tens que fazer isso em agradecimento a sua mãe e irmã. - Respondo como se outra pessoa tivesse dizendo isso pra mim.

Acredito que será solitário, não ter ninguém que eu conheça lá.
Ser como sou, pode causar problemas e não ter meus calmantes pra me ajudarem.
Paro e fico a cantar a música. 
"E eu me tornei familiar
Com os vilões que moram na minha mente
Eles me imploram para escrever sobre eles
Para que eles não morram quando eu morrer" (Halsey - Control)
Talvez será hora de liberar meus demônios quando estiver sozinha na universidade, sem Harumi e Hinata.

Amanhã eu teria que viajar pra Yale e simplesmente não irei. Até que minha mãe me acompanhe.
Porquê?
- Eu ser problemática! - Murmuro.
Termino a conversa comigo mesmo, vou ao banheiro, tiro a roupa e tomo um banho gelado. - ah, isso é bom demais! - Termino e coloco uma toalha envolta de mim e visto meu pijama.

- Saudades pai! - Beijo uma foto que tem na minha escrivaninha. Deito na cama.
- Boa noite escuridão! - Durmo.

The Truth UntoldOnde histórias criam vida. Descubra agora