O INÍCIO

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A neve caia do céu como chuva em noite de tempestade, minha cabeça estava apoiada sobre meus braços enquanto me encontrava deitada em uma imensidão gelada, ao meu lado havia um pequeno amontoado de neve de tom avermelhado... (sangue?... Meu sangue? )
Arranhões e machucados estavam espalhados sobre meu corpo, minha respiração era ofegante enquanto a neve lentamente me matava, minha visão embassava um pouco quando escuto um som de um veículo se aproximando na estrada logo em frente
-Por... por favor....
Tento levantar os braços porém não consigo, a dor daqueles ferimentos impossibilitava até mesmo minha fala.
Fico mais um pouco deitada esperando o inevitável, minha morte se aproximava...
(um carro parou) dentro dele saia um homem que usava um terno caro, porém suas roupas e gravatas estavam amassadas como se tivesse acabado de sair de uma briga, logo depois uma mulher com um vestido verde saia em seguida segurando o braço de uma menina que usava um casaco muito Grosso de frio que cobria boa parte de sua cabeça deixando visível apenas seu rosto.
Eles discutiam sobre algo que estava na mala do veículo quando aquela criança me viu
- p-papai! Exclamou a menina
O pai olha para a ela que apenas apontava para minha direção
Os trez vieram até mim
Ele me vira enquanto xecava meu pulso e respiração
A mulher apenas observava.
A tarde daquele dia fui levada por eles para um hospital perto da cidade, escuto ele conversando com um dos homens de jaleco
- se ela demorasse mais um pouco, teria morrido de hipotermia, realmente não sabe quem ela é?
Ele coloca a mão na parte de traz de sua cabeça
- não... encontramos ela jogada no meio da neve perto da estrada, estava sangrando muito e pelo visto não havia nada nem ninguém por perto.
- entendi, devo alertar a polícia sobre isso.
O homem vem em minha direção e senta ao lado da cama onde eu estava,
- olá criança, qual o seu nome
Demoro um pouco para responder
- A... A... Alice
- é um nome muito bonito!
O médico chega ao meu outro lado
- gostaria de fazer umas perguntas - falou o médico
Apenas o observo
- o que causou todos esses ferimentos?
- Acho que... minha caminhada na floresta
- acha ? -falo
- onde estão seus pais ?
- eu não me lembro...
o homem se surpreende com a resposta
- onde fica sua casa ?
- eu não me lembro
- não sabe onde fica a casa de algum familiar próximo?
- eu não me lembro
O homem e o médico trocam olhares rápidos
e vão conversar no canto da sala
- ela está confusa, talvez realmente não saiba o que tá acontecendo, mas isso é improvável...
- o que devo fazer?
O médico olha direto nos olhos do homem
- me diga você, afinal você a encontrou!

(Seis anos depois)

Se me perguntarem o que me lembro de antes daquele hospital que cheirava a fogão minha resposta fica clara, nada! Absolutamente nada... quando eu tinha nove anos vim morar com o senhor e a senhora jacob e sua filha Mari após algum acidente que mudou minha vida, porém não consigo me lembrar de nada, a sensação é igual uma página em branco, algo que está aqui dentro mas parece tão profundo que simplesmente é impossível lembrar, flash de memórias tentaram aparecer em minha mente diversas vezes porém tudo que vejo são sombras de pessoas e formatos distorcidos de casas na escuridão, embora exista a algo que sempre se repete em todas elas... uma silhueta com longos cabelos... de todos os outros, essa pessoa é a mais visível, seus cabelos voavam com o vento aos qual não consigo sentir... logo depois disso me aproximo e percebo um sorriso em seu rosto que não consigo ver nada, afinal era apenas uma silhueta escura... tento me aproximar... corro até ele
( acordo de um sonho )

Abro os olhos e respiro ofegante como se tivesse tido algum tipo de pesadelo e de fato tive, o sol entrava pela janela que por algum estava aberta ( não me lembro de tela deixado aberta noite passada )
Me levanto de vagar enquanto estico os braços...
Vou em direção a porta quando ela bate sozinha
Fazendo eu dar um pulo para traz
De traz dela estava Mari, uma menina magra com cabelos ondulados escuros, sua pele era parda e tinha uma personalidade inabalável, embora fosse muito rebelde... ela tem uma mania de vestir roupas masculinas e usar boné em várias ocasiões... lembro de uma vez que ela raspou o lado direito de sua cabeça o que fez seus pais correrem atrás dela que já havia fugido com seu skate.
Eu por outro lado, sou o extremo oposto embora eu me esforce para parecer legal, meu cabelo é louro e liso e tenho a pele muito branca.
- o que tava fazendo aí a traz ? Pergunto sentindo medo da resposta
- te espiando enquanto dormia ué... melhores amigas fazem isso muito
( pse... extremamente psicopata)
- Tenho certeza que não... falo rapidamente
Ela coloca as mãos na cabeça
- ou será que era dividir o lanche no intervalo da escola?
Damos risada enquanto deciamos as escadas, a casa era enorme e muito bem vista pelas pessoas da cidade, O senhor tomas jacob era um homem muito importante e influente, já a senhora Marissa jacob era dona de uma das maiores perfumarias da capital, o que fica há vários quilômetros daqui.
Ao chegarmos na sala o senhor Tomás estava vendo uma reportagem enquanto bebia um gole de seu café que parecia extremamente quente
Sento na mesa onde havia várias frutas, ao meu lado sentava Mari colocando seus pés em cima dela equilibrando a cadeira com duas pernas
Marissa a repreende
- se sente direito filha
Mari bufa mas logo obedece,
- como anda a escola ?
- está tudo bem - respondo sorrindo
- fico contente filha... e você Mari ?
Ela cruza os braços
- vamos ver, os professores me odeiam, os delinquentes sentem medo de mim... acho que tá tudo bem...
Tomás rir do outro lado da sala
Ela encara seriamente Mari
- já conversamos sobre isso, prometeu que mudaria suas atitudes
- eu tento mãe... mas aqueles professores enchem meu saco
- olha o línguajar!
Dou risada após aquela frase
- você tem que mudar se não não vou poder confiar na minha filha o futuro da empresa
Ela abaixa a cabeça
- entendi mãe
Na verdade ela não entendeu... mas ela é esperta o suficiente pra parar com a discussão e eu sou mais esperta por saber dessas coisas.
Após tomarmos os café da manhã, nos despedimos antes de sair para a escola que carinhosamente chamo de "academia montauk"
No caminho Mari vai com seu skate enquanto eu tento acompanhar sua velocidade
- me fala porque ela não pode confiar em mim pra gerenciar a empresa no futuro?
Olho pra ela
- Mari... da última vez, sua mãe fez um teste pra saber como você lidaria com isso...
- sim... eu lembro ( risadas )
- você precisava contratar alguém que cobrasse as pessoas
- mas não foi o que eu fiz ?
- Mari... você contratou um Agiota tatuado e com uma cicatriz no olho
Ela começa a rir
- eu lembro ( risada ) aquilo foi muito legal
- não... não foi ( falo rindo )
- claro que foi, ele parecia ter experiência em achar pessoas e arrancar dinheiro, ia ser a cobrança mais rápida da história e minha mãe simplesmente mandou ele embora.
A gente ria antes de chegar a escola que ficava há alguns quarteirões da nossa casa
Nós duas: - parece uma prisão

A escola era gigante com muros muito altos o que era impossível pular o muro, o portão de fora era guardado por dois seguranças armados
Mari olha pra mim
- temos mesmo que ir? Fala ela enquanto seguro seu braço para não fugir
Entramos
Na porta da academia estava um homem barbudo com aparecia cansada e um pouco velha, ele bateu os olhos em nós
- bom dia Aly
- bom- bom dia senhor...
Ele segura o ombro de Mari
- senhoria Jacob o que significa essas vestimentas ?
- são do meu primo ué
- Onde ficou seu uniforme ?
- estão lavando...
( mentira, ela usou como pano de chão )
Demorou um pouco mas nós livramos dele...
Mari se afasta um pouco pois tinha assuntos a resolver com a direção da academia, eu por outro lado estava indo até a sala 22, aula da senhorita Clark... - ninguém merece.
De repente ao meu lado passa uma figura estranha, parecia um adolescente muito pálido, seus cabelos eram prateados e usava uma camisa branca
- mas quem é ele ?
Decido seguir o garoto que virou em um corredor logo a frente, porém não havia ninguém lá.
O arrepio subia em meu braço quando Mari volta me dando um susto que quase me faz cair.
Ela rir enquanto eu me tremia um pouco
- o que foi? Parece que viu a senhora Clark sem roupa - falava mari sorrindo
- não é nada...
Andamos para a sala, ela estava ao meu lado falando mal dos professores porém... eu não escutei nada, minha mente me puxou para outra coisa "Aquela figura"

Na porta estavam dois garotos
Max... um menino de dezessete anos alto e com a pele escura
Ao lado estava Dani... menino magro com cabelos lisos e curtos
Meu grupo na escola
- chegaram na hora falou Dani
- a senhora Clark está com problemas no pneu do carro - falava Max sorrindo para Mari que retribuía
" Esse é o meu aprendiz "

( horas depois )

Voltamos todos juntos depois de um dia cansativo, por algum motivo a senhora Clark chegou bem irritada o que não surpreendeu ninguém,
Rimos bastantes no caminho de volta quando mari decide pegar um atalho pela floresta que fica atrás de nossa casa, a idéia não agradou muito Dani que ficou nervoso com isso mas logo ele aceitou.
- chegamos... a grande floresta
Mari faz uma cara seria
- Dizem que encontram os corpos de vários trabalhadores que se perderam durante a construção da cidade
( Dani surta ) - Que ?
Max abaixa a cabeça
-dizem os que existe uma bruxa que mata qualquer um que tente andar por ela
- AM?
Dou um tapa na cabeça dos dois
- eles não estão falando sério... né? Faço uma cara seria para os dois
Max e mari: Não...
Naquele momento seguro no braço de Dani
- Só vamos!
A caminhada foi um pouco difícil, a cada passo parecia que a floresta nos exprimia mais forte como uma mão moldando um vaso de barro, mas nosso sofrimento durou pouco com a chegada de uma clareira...
O cheiro forte subia em nossos narizes, olhamos pra frente quando travamos por completo,
Estava suando frio, ao meu lado Dani entrava em choque junto com os outros quando nos deparamos com uma pilha de corpos humanos em nossa Frente, o sangue caia formando um tipo de Rio vermelho no chão, partes de braços estavam separados de seus corpos e muito de seus rostos foram retalhado por algo que pareciam arranhões de algum tipo de animal... embora não acho que exista animal capaz de fazer aquilo que estava a nossa frente.
- que Merda é essa ? - falou Max
Naquele momento meus sentidos desaparecem por completo, Caio no chão. Em minha mente aparecem silhuetas um poucos mais visíveis, são pessoas vivendo seu dia a dia em algum lugar que não consigo identificar, de repente aquela silhueta de antes aparece, embora eu conseguisse ver as pessoas, aquele ser continuava oculto, um sorriso é a única coisa que vejo daquele ser que estava com seus cabelos voando com um vento, risadas de crianças ecoam em meus ouvidos antes de tudo começar a brilhar em vermelho,
( acordo no meu quarto )
Ofegante e um pouco assustada sento na cama
- o que tá acontecendo?

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⏰ Última atualização: May 18, 2022 ⏰

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