1-vizinho

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LANA -  ⚠haverá gatilhos⚠

O avião pousa e descemos. Papai pega as malas enquanto espero sentada, mamãe verifica se está tudo certo com o carro que alugamos. Não deixamos nada pra trás. Absolutamente nada. 

Quando eu ouvi o que a mamãe falou aquele dia fiquei um pouco surpresa. Mas sei que é para me ajudar. Mamãe não sabe que eu sei mas ouvi ela falando sobre o novo medico que ela arrumou pra me examinar. Pra saber se tem cura. 

Papai dirigi até nossa nova casa. O bairro é um pouco chique, ou, chique até demais pra minha opinião, mas ignoro e apenas observo. Parando o carro, desço e olho a casa a minha frente. Observo os andares que tem e as cores que há. Sorrio e viro para pegar minha bolsa, só que sou impedida por uma coisa fofa que começa a passar pelas minhas pernas. 

-Oi gatinho. Tá perdido? - o pego no colo e passo a mão em seus pelos ruivos. Ele mia e se esfrega em mim. 

-Simba! Vem aqui agora. - ouço uma voz rouca chamando o que eu acho que seja o gatinho. -Simba! Onde tá esse maldito gato.

-Você é o Simba? - pergunto pro gatinho e ele mia, então deve ser. Atravesso o carro e vejo um cara de 1,90m agachado procurando o gatinho. Ando até a casa da frente que é enorme, paro na frente do gramado e espero o moço me ver aqui enquanto faço carinho no gatinho. 

-SIMBA...- o cara grita enquanto levanta e para quando me vê. Ele me olha e depois olha pro gato em meus braços. Respira fundo passando a mão em seus cabelos. O observo e vejo o quão bonito ele é. - Me desculpe, esse gato só vive fugindo de mim. Não sei o que eu faço mais. 

-Eu entendo, já tive um também, sei bem como é. - rio e ele fica me encarando. Respiro fundo, tenho que sair logo daqui.- Bom aqui está ele. 

Entrego o gato e sorrio sem jeito me virando pra ir embora. Ouço ele brigar com o gato baixinho e rio. 

-Gato mal. - diz e atravesso a rua pegando minha bolsa em seguida -ei qual seu nome? preciso saber agora que somos vizinhos. 

Fico em choque mas logo respondo. 

-Ahn... é Lana. E o seu? - pergunto e ele sorri. Seu sorriso é perfeito. 

-Vince. - o olho por um tempo e sorrio acenando. 

-Foi um prazer te conhecer Vince. - digo me virando para entrar. 

-O prazer foi meu, e obrigado pelo Simba. - aceno e entro dentro da casa. Respiro fundo e sinto o cheiro de tinta. Mamãe manda eu subir e entica meu quarto. Chegando no corredor, vejo a ultima porta entreaberta, entro e vejo minhas caixas ali. Me sinto zonza e me sento na cadeira que tem ali. Respiro fundo e vejo pontos brancos, depois só a escuridão me tomando por inteira.  

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Saio do banheiro ao tomar banho, depois de ter arrumado meu quarto, desço para o que eu acho que deva ser a cozinha, e encontro a mamãe sentada na bancada lendo algo no celular. 

-Oi mãe. - a mesma leva um susto ao me ouvir e se vira sorrindo. 

-Oi filha, seu pai foi comprar nosso jantar. Está com fome? - nego e me sento ao seu lado. Mamãe me observa e olha para meu braço. Sorrio pra ela e a mesma sorri fraco. - Precisa passar uma pomada nesses roxos. Se não vão pensar que batemos em você. 

Rio do seu comentário e desço da bancada indo pegar a pomada na minha bolsa. Meus braços tem alguns roxos por conta dos desmaios, sempre acabo batendo em algo quando não tenho tempo de sentar. 

Após passar a pomada aviso minha mãe que vou dar uma caminhada antes que escureça totalmente. Ouço seu sermão e de todos os cuidados que devo tomar e saio pegando meu casaco. O vento fresco bate em meu rosto quando começo a andar, olho pros lados observando as casas do bairro, e vejo que são lindas. 

Mas a frente me deparo com uma praça, a mesma tem alguns bancos e brinquedos então resolvo ir até lá. Me sento em um banco mas afastado e respiro fundo sentindo o vento fresco. 

Fico observando ao redor até ver uma movimentação nas arvores do outro lado da praça. Sinto cheiro de nicotina no ar e tento ver quem está ali. A pessoa vai saindo da escuridão e vejo ser meu vizinho. 

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Vince

Trago o cigarro e assopro rapidamente ao ver quem está sentada a alguns metros de onde eu estou. Minha nova vizinha. 

Ao a observar mais cedo, percebo o quanto ela é bonita. A mesma veste um casaco preto e um short, a vejo respirando fundo como se aquilo fosse difícil. Apago o cigarro o jogando no chão indo em direção a Lana. Vejo a mesma me olhar confusa e sorrio de lado me aproximando. 

-Oi. O que faz aqui uma hora dessas? - pergunto a olhando de cima. Vejo a mesma franzir o cenho e resmungar. - Posso me sentar? 

-Claro, sim, claro que pode. - a mesma gagueja e sorrio me sentando - Estou apenas tomando um ar. - diz e a olho me virando de lado. A observo e vejo seus cabelos castanhos balançarem com o vento, seu cheiro vem até mim e respiro fundo ao senti-lo. Chocolate, ela tem cheiro de chocolate. 

-Você morava aonde?  Não precisa responder, só estou curioso. - a mesma ri com o meu nervosismo. 

-Morava no Estados Unidos. Cidade grande e tals. - responde e ela tem cara de estadunidense. A observo por algum tempo e vejo a mesma olhar pro lado desviando do meu olhar. Rio e olho pra baixo distraído. Olho um roxo em sua perna e paro de rir na hora. Foco no seu rosto e vejo a mesma ver minha feição, levanta rapidamente e pude ver a mesma cambalear ao correr em direção a sua casa.  

Ando em passos rápidos a chamando, e quando vejo a mesma cai no chão de cabeça abaixada. Corro até ela, e abaixo ao seu lado, sua respiração está acelerada e vejo lagrimas caindo em sua face.  

-Lana... você está bem? Me desculpe se deixei você desconfortável, serio, me desculpe. - falo preocupado e a mesma olha pra frente. 

-Me leva pra casa? - pergunta baixo e vejo que não tem forças. A pego no colo estilo noiva, e a levo o mais rápido possível.  Chegando, aperto a campainha repentina vezes até uma senhora aparecer ofegante. Parecia ter corrido. 

-LANA! Minha filha... - a mesma sai dos meus braços com sua mãe a abraçando logo em seguida. Tento falar algo só que a porta e fechada antes mesmo que eu tentasse. Respiro fundo passando a mão em meus cabelos, indo em direção a minha casa. 

Respiro fundo pela ultima vez tentando raciocinar o que houve, ao abrir a porta ao se quebra ao meu lado. Olho assustado pra frente em direção e onde veio o vaso e vejo meu pai. 

-Onde você estava seu desgraçado? Vagamundeando por ai como sempre? Seu bosta. - o mesmo vem em minha direção e começa a me puxar pela camisa até seu escritório. Ao entrar, o mesmo me joga do chão feito um nada, e começa a tirar seu cinto. - Vamos, tira a merda da camiseta. 

Sinto meus olhos arderem. 

De novo não...    

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⏰ Última atualização: Mar 26, 2022 ⏰

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