𝗘𝗙𝗘𝗜𝗧𝗢 𝗖𝗥𝗢𝗠𝗜𝗔 | 𝗐𝗂𝗇𝗋𝗂𝗇𝖺 [𝗛𝗜𝗔𝗧𝗨𝗦]

Refúgio.

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Minjeong.

Refúgio

1. lugar para onde se foge para escapar a um perigo; asilo, retiro.
2. aquilo que serve de amparo, de proteção.

Para mim, a casa dos meus avós.

Eles moravam em outra cidade, em um bairro silencioso demais se comparado ao meu, mas essa era uma das qualidades que eu adorava sobre o lugar. Com terrenos enormes, as casas eram bem distantes umas das outras, o que dava um ar de quietude aconchegante.

Estar ali era sempre prazeroso, sequer me importava de ter que pegar duas horas de estrada e poderia fazer isso todos os dias sem reclamar porque no fim, eu estaria voltando para o meu lar. Com eles, eu não precisava carregar o peso de tantos problemas, poderia ser somente a neta que tanto amava seus cuidados e carinhos, fugindo da realidade assustadora.

Porque viver nela era extremamente cansativo, e com dezenove anos, adoraria me preocupar apenas em me formar brevemente e ingressar na faculdade dos sonhos, mas essas metas passavam longe da minha mente. Sonhos? Eu não pensava em nada disso, afinal, carregava uma responsabilidade maior do que a que deveria com a minha idade, e por mais que minha vida não fosse financeiramente ruim, não tornava isso mais tolerante.

Eu recebia dos meus avós, mensalmente, uma quantia mais do que suficiente parar cobrir qualquer gasto e pagar contas tornou-se uma rotina, porém esconder do meu pai, o dinheiro que eles me davam, era a pior parte. E ele chegou a encontrar, aconteceu apenas uma vez, durante as últimas férias, e por sorte, o flagrei em um bar antes que conseguisse torrar todo o dinheiro.

Naquele mês, precisei trabalhar na loja de conveniência do bairro para suprir outras necessidades e pela primeira vez, ocupar a mente não era o principal foco.

Desgastante.

Havia chegado mais cedo do que imaginei que chegaria e, ainda dentro do carro, observei o meu verdadeiro lar com um sorriso nos lábios. Summer Of '69  do Bryan Adams tocava no aparelho de som — porque eu costumava ouvir a playlist da Yeojin com uma frequência estranha — e embora eu tivesse dirigido por duas horas, não me sentia nem um pouco cansada.

Precisei desligar a música quando notei que estava divagando a mais tempo do que deveria, por fim, saindo do carro e subindo os degraus da escada que dava na entrada. Antes que eu pudesse chegar no topo, a porta foi aberta, revelando minhas duas pessoas favoritas.

— Querida... — Disse a minha avó, assim que me viu. Sua voz aqueceu o meu peito e um sorriso desenhou os meus lábios de canto a canto.