Primeiro

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Vários ômegas, betas e alfas desfilavam, flertando entre sí. O que era bastante comum nas temporadas de outono, vários rapazes e moças, alfas e ômegas, saíam a caça de um parceiro compatível com suas riquezas e interesses. Mas para Jimin, aquilo tinha cara de um "cabaré disfarçado". Em sua filosofia, não poderia haver amor de verdade quando ambas as partes tinham ideais diferentes e planos diferentes para usar uns aos outros para satisfazerem seus desejos ocultos.

Jimin sempre fora esperto o suficiente para perceber que não havia amor em muitos casamentos, e também que existiam pessoas que faziam quaisquer coisas por dinheiro... Inclusive o principal laço matrimonial que sua mãe sempre fizera questão de colocar em um pedestal, e que sempre que pensava sobre, deixava rastros de vermelhidão em seu rosto.

E por Deus, Somin sequer sonhava com a falta de "inocência" do filho, sempre o mantivera debaixo das suas asas, saber que ele sempre soube o que vários ômegas faziam aquilo por dinheiro, poderia ser o fim de ambos na alta sociedade.

— Querido, porque não vai dar uma volta pelos jardins? — a voz doce da mulher o fizera revirar os olhos mentalmente. Qual era o truque da vez?

— Está bem — sorriu falso antes de dar às costas aos amontoados de madames nos cantos do salão.

Os bailes sempre foram sem graça. Sucos de limão, doces, assados e frutas ao longo da mesa central, essa que sempre era desprezada pelos jovens, estes famintos por status e casamentos superficiais.

Naquele dia, o salão estava estranhamente cheio. Peculiarmente, Jimin sequer notara quando a mãe simplesmente sorria abertamente para uma senhora desconhecida que se prostrara ao seu lado. Para uma conversa casual? Talvez, porém Jimin sabia que era mais do que isso.

Os jardins dos Kim era um sonho. Repleto das mais belas artes da jardinagem moderna, onde vários tons de flores brincavam entre sí, exalando perfumes diversos em suas narinas sensíveis. Não que fosse comumente a aquela época, mas várias famílias que forneciam os bailes de temporada, haviam se tornado adeptos as iluminações nos jardins, e aquilo, aos olhos de Jimin, era a melhor idéia do século. Em meio aos canteiros e ombrais de rosas brancas e vermelhas, havia um pequeno banco de madeira, o qual logo tomara a atenção do jovem, que se sentara alí quase que imediatamente.

A verdade era que aquilo era cansativo. Bailes, roupas e maridos. Tudo era uma chatisse, principalmente quando isso envolvia horas a fio no alfaiate, ou no barbeiro. O fato era que tudo aquilo acontecia desde os seus dezesseis anos, e agora aos seus 21 anos, talvez fosse a hora de se autodeclarar um solteirão.

Entediado, tirara as luvas de seda e renda delicada e pousando-as no colo. Sentia alívio por não precisar se preocupar com aquilo, devido a distância que se mantia dos convidados do baile.

— Não devia tirar as luvas — assustando-o, o filho único dos Kim se aproximara, sentando-se ao seu lado sem ao menos ser convidado.

— Quem é você? — provocou-o, sorrindo internamente quando vira o outro rir de lado.

— Provavelmente, o seu futuro marido. — a provocação quase o fizera ficar com as bochechas rubras.

— Se enxerga Kim, a única coisa que você pode conseguir de mim além de desprezo, é pena. —retrucara, mentindo descaradamente. Na verdade, não aceitara o pedido por conta da fama de libertino do outro.

Jamais aceitaria ceder a um alfa que não lhe tratasse como o único ômega no mundo.

— Ah, qual é Park, já não está na hora de aceitar meu pedido de casamento? — o charme em suas palavras era notável, porém, Jimin apenas ignorara o sorriso quadrado e os cabelos castanhos lisos pendidos elegantemente sobre sua face.

Um amor para Sr.ParkOnde histórias criam vida. Descubra agora