Epílogo

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21 de dezembro de 2029.

Brad Harrington e Willa Baker encaravam Tatum Fanning como se pudessem matá-la a qualquer segundo e acobertar um ao outro. Ela não tinha que estar ali na praça, no dia da competição de bonecos de neve para competir, tinha desistido em 2025, há quatro anos de acordo com os cálculos certeiros de Willa - Brad ficou teimando que era cinco até ela pegar a calculadora no celular. Tatum não tinha motivo nenhum para estar ali com aquele seu namorado que a ajudava a ganhar mesmo com os atrasos, mas estava. E sorria tanto que Brad e Willa não conseguiram evitar uma careta - não porque eles odiavam sorrisos, mas sim porque odiavam tudo que envolvesse Tatum Fanning.

— Eu vou matar ela.— disse Willa cruzando os braços igual uma criança.

Brad mal percebeu que estava de braços cruzados ao lado dela também. Ele confirmou com a cabeça sem pensar duas vezes, Willa podia sim matar Tatum, ele não estava se importando, mas tinha que ser rápido e antes da competição começar e...Meu Deus, que loucura. Se Willa fizesse isso, ele teria que visitá-la na cadeia. Brad sacudiu a cabeça e olhou o topo da cabeça loira da Baker; o cabelo dela tinha crescido e agora cobria as costas como uma manta. E brilhava. Tanto quanto os olhos verdes - e demoníacos - dela.

Willa Baker não era mais azul, ela era todas as cores do arco íris - mesmo que sua cor favorita fosse branco e ela ainda ficasse triste às vezes por não ter o pai por perto, mas pelo menos agora, ela não tinha avó de Londres incomodando; a velha estava bloqueada - e Brad a amava de verdade. Quando disse isso na cara dela sem enrolação alguma quase a matou do coração; Willa tropeçou e caiu de cara na calçada em frente a casa dos Harringtons e Brad nem conseguiu segurá-la a tempo porque estava com o braço direito engessado e o esquerdo não servia para nada. Ele aguentou aquela droga de gesso por quase sete semanas depois que foi atropelado e teve que fazer tantas coisas com um braço só que em alguns casos se sentia vitorioso, mas em outros tinha completa vergonha - ele chegou a cair da cama de Willa uma vez e só conseguia vestir as blusas com ajuda.

Mas, o mais importante é que Willa conseguiu levantar sozinha da calçada e dizer que o amava de volta naquele dia, o que acalmou Brad por completo porque ele estava sendo maluco o suficiente de pensar que ela não gostava dele tanto assim; Willa nunca dissera que gostava dele, nem mesmo uma vez, mas era porque não gostava mesmo dele. Ela era apaixonada nele desde sempre e achava que a palavra "gostar" não expressava o tanto que ela sentia por Brad Harrington. Ela disse, olhando nos olhos dele, que se fosse poeta - ou ao menos uma escritora de romances - escreveria que amava Brad com todas as cores que ele transbordava e daria uma para cada imperfeição e perfeição dele.

Brad nunca mais duvidou dos sentimentos de Willa por ele depois disso. Ela era sua namorada há quase um ano, mas às vezes - quase sempre - ela era cabeçuda para aceitar algumas coisas - como o fato dele querer colocar uma luva vermelha e outra azul no boneco de neve - e ele era sem noção por...simplesmente ser Brad Harrington - e oferecer uma luva vermelha e azul para Willa Baker. Por isso e outros detalhes, eles discutiam igual crianças, mas deixavam de ser crianças quando resolviam a discussão caindo um em cima do outro nos lugares.

O Harrington riu quando Willa o olhou esperando uma resposta. Ele ainda divagava olhando para ela. E ela sempre percebia. Brad achava que era ele que conseguia decifrar as ações dela antes ou então o que ela estava pensando quando soltava seus "ah" que significavam tudo e nada ao mesmo tempo, mas Willa estava sempre um passo à frente.

— Ela deve ter descoberto que vão dar um troféu ao invés da medalha pro primeiro lugar esse ano.— disse Brad olhando na direção de Tatum. Ela estava animada.

— Maldita. Vai ser meu.

— Não, Willa. Vai ser meu.

— Eu mato você também, Brad!

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