Capítulo Único

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"— Kacchan! Kacchan, olha! – Apontou para o pequeno besouro azulado que se prendia no tronco da árvore alta.

— Hm? – O loiro abriu um grande sorriso ao ver o inseto miúdo, porém brilhante com o sol. – Vou pegar ele para mim! – Agitou a rede nas mãos e errou graças a interrupção do amigo verde. – Não atrapalhe, quase consegui pegá-lo! – Pigarreou irritado com o menor.

Midoriya engoliu seco e segurou sua própria rede com mais força, medroso com a reclamação do loiro.

— M-mamãe disse que não pode tirar eles da natureza, eles moram aqui! – Gaguejou no começo pegando inspiração percebendo a curiosidade do amigo mais velho – Eles têm família também, como a gente!

— Eles têm? – Os olhinhos vermelhos brilharam admirados com a informação. – Eu não sabia! Gomene, inseto-chan! – Gritou fazendo o bichinho voar incomodado ou agradecido por não o ter pegado.

Os dois riram divertidos e saíram à procura do parquinho, nada melhor que aproveitar o resto do dia antes que suas mamães chamassem para entrar.

— Deku! – Berrou assustado com a queda do amigo, seus olhos fecharam para não ver o impacto com o chão e só os abriu quando Midoriya abriu o berreiro com a dor. – Ah, idiota! T-Tudo bem? – Se abaixou ao seu lado apoiando o peito nos joelhos assistindo as pernas e a testa do amigo desajeitado ficarem vermelhos.

— Ugh... – Grunhia enquanto sentindo sua pele arder – Dói! – Sentou-se batendo o bumbum no chão deixando as lágrimas se misturarem com a areia em seu rosto.

— Ei, não chore. – Katsuki passou as mãozinhas nas bochechas do esverdeado que fungava, limpou seu rostinho arredondado e disse: – Não está doendo mais, eu limpei suas lágrimas, vê? Não dói mais! – Deu um tapa na testa do outro que grunhiu com a dor, mas fingiu que havia parado de doer. – Está melhor, não é? Eu sou muito bom! – Levantou-se ao ver o sorriso de seu melhor amigo.

— Hm! – Fez um sim com a cabeça ainda sentado admirando o mais velho. Queria ser tão bom quanto ele quando crescesse.

— Certo. – Sentiu as bochechas esquentarem e resolveu olhar para outra coisa além do esverdeado.

— Kacchan, sabe... – as bochechas ficaram vermelhas, mas o sorriso feliz preenchia seu rosto. – Quando crescer eu quero me casar com você. – O loiro se virou, curioso. – Mamãe sempre diz que vou me casar com quem amo, eu amo muito o Kacchan! – As mãos preencheram as bochechas que começaram a incomodar no calor.

O loirinho riu convencido com a declaração do menor, ele também o amava, mas não iria dizer assim tão fácil.

— Vamos ter uma casa bem grande! – Exclamou confiante com os braços na cintura."

Katsuki sentia a cabeça doer, seus olhos não haviam pregado de noite e quando finalmente conseguiu adormecer seu celular começou a gritar o obrigando a acordar. Odiava ter sonhos e aquele parecia uma maldição, zanzava sua mente há algumas noites e o forçava a ficar de olhos abertos, porém, com o cansaço do trabalho não conseguia vencer a droga do sono.

Era como uma círculo insistente e irritante.

"— Kacchan... – Grunhia em pleno êxtase. Seus corpos em perfeita sincronia enquanto o loiro explorava os pontos sensíveis de seu amado amante, adorava vê-lo daquela forma tão manhoso, tão emotivo, tão exageradamente lindo. O marcava todo lugar que podia, ele poderia reclamar, mas sabia que Midoriya ficava se admirando no espelho depois prezando seus rastros de domínio.

Saikai [BakuDeku]Onde histórias criam vida. Descubra agora