Extra - Parte I

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"Não vou conseguir chegar no horário para buscar Chiharu, deixo ela aos seus cuidados"

Aquilo não foi uma pergunta, Katsuki nem sequer havia lhe perguntado se havia algum compromisso via mensagem, ele simplesmente lhe deu a tarefa e fim. Haja paciência. Não que Midoriya estivesse impressionado, só tinha a ideia de que ele havia amadurecido neste quesito mandão, mas pelo jeito estava errado.

— Chiharu, o que acha de ficar comigo hoje à noite?

O bocejo foi longo enquanto enchia o copo com água, Chiharu realmente parecia ter uma bateria infinita e só conseguiu fazê-la dormir quando contou uma história infantil – depois de muito tempo brincando – nem soube que horas exatamente conseguiu fazê-la deitar-se. Deus, ainda bem que o dia seguinte seria sábado.

Encarou a lua pela janela da cozinha e se perguntou o que exatamente Katsuki estava fazendo, tentou mandar outras mensagens para ele, mas apenas enviava e não havia resposta. Talvez estivesse muito ocupado com o trabalho? Esperava que não tivesse acontecido nada de mau. Sentou-se na pequena mesa redonda da cozinha e visualizou as mensagens mais uma vez, tinha enviado o endereço de sua casa, também perguntou que horas ele voltaria, mas nada de alguma resposta, não achou que fosse uma boa ideia ligar, principalmente se fosse assunto do trabalho. Suspirou e largou o celular bloqueando a tela bocejando mais uma vez, realmente estava cansado daquele dia, havia muitas crianças em adaptação e nem todas eram muito favoráveis a ficar longe das mães. Difícil, mas não impossível, ele adorava crianças e por este motivo escolheu aquela profissão, já estava costumado com aquilo e nada que uma boa noite de sono não resolvesse.

Fechou a janela da cozinha e escutou toques vindo da porta, estranhou, mas talvez fosse Katsuki então arrumou o pijama e tentou melhorar o rosto para estar de uma forma mais apresentável. Fechou os olhos corando, o que estava fazendo mesmo? Parecia que alguma parte de si havia se convencido de que eles iriam voltar a fazer algo como casal.

Nada ainda tinha sido confirmado, mesmo que tivesse se passado alguns dias depois da sua suposta declaração – mesmo que não tivesse sido de propósito. Katsuki não tinha feito mais nada, nem Izuku, ambos estavam medrosos de como exatamente poderiam dar o primeiro passo e Izuku não achou que fosse papel dele, já que Katsuki quem havia terminado tudo, porém o seu lado impaciente estava para gritar com o loiro para perguntar o porquê caralhos eles não tinham conversado ainda sobre eles.

Será que havia eles? Seus sangue esfriou, e se Katsuki não tivesse cogitado voltar, mas apenas brincar com ele para passar o tempo? Deus, não iria perdoá-lo se aquilo tivesse sequer passado na mente daquele infeliz.

Abriu de supetão a porta, o ódio transbordando de sua boca prestes a xingar seu antigo amor.

— Todoroki-kun? – O susto tomou seu corpo exaurindo a raiva de um minuto a outro. – O que faz aqui? – Fechou metade da porta cobrindo o corpo.

— Tem algo de errado com a Momo, por favor, me ajuda.

Todoroki era seu vizinho do andar de baixo, o condomínio era grande, mas não achou que o destino tinha um humor tão ácido. Midoriya não era de guardar rancor, então depois de muito conversar com o amigo meio-a-meio, conseguiram voltar a amizade, principalmente depois que Shouto se casou com Momo e Izuku foi convidado a ser o padrinho.

— O que houve? – Olhou para trás e encostou levemente a porta para que não acordasse Chiharu.

— Eu acho que_

— Ora, ora se o destino não é uma vadia puta. – Ambos viraram para Katsuki que batia palmas no final do corredor. Seus passos era de alguém furioso e Midoriya tampou o rosto não acreditando no quão filha da puta estava sendo sua sorte. – Boa hora para encontros, não é mesmo? Atrapalhei alguma coisa?

Saikai [BakuDeku]Onde histórias criam vida. Descubra agora