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[ATENÇÃO] Começo pedindo desculpas pela ofensa direcionada ao alzheimer. Não é minha intensão ofender aqueles que sofrem de tal doença, muito menos os familiares dos mesmos. 

Olha quem os ventos do "toma vergonha" trouxeram kkkkkkk. Ai senhor, me desculpem meu povo pela demora, sei que demorei horrores dessa vez ( vou nem falar da fanfic medieval cof cof '-' ) 

Enfim, espero que gostem do cap de hj ;)


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Lentamente, Sakura soltou todo o ar preso em seus pulmões, não sabendo ao certo quanto tempo o prendeu, enquanto o som das cadeiras sendo arrastadas enchia aquela a sala de reuniões.

A nova líder da organização havia encerrado a reunião e, todos os líderes e ministros se levantaram, mesmo alguns ainda contra a gosto, tendo meia dúzia de perguntas na cabeça, todos foram unânimes em deixar para outra hora. A cabeça de Kidoumaru ainda estava sobre a mesa, onde ficou toda a reunião, e ninguém ali queria ser o próximo.

Então, mesmo com alguns resmungos, e olhares atravessados, um a um foi deixando a sala, até que restasse apenas a Haruno ali, sentada em seu lugar, com um olhar distante e sem nenhuma expressão em seu rosto.

Ao notar a ausência de todos, Sakura se levantou e seguiu para a mesma porta que a levou até ali, abrindo-a e andando a passos calmos pelo corredor, já tendo uma ideia em sua mente do que faria a seguir.

Uma sensação estava tomando forma dentro de si, algo que fez seu coração acelerar e sua pele gelar, a ponta de seus dedos pinicava, o que a fez esfregar as mãos. Conhecia muito bem essa sensação, esse sentimento, o demônio que vive dentro de si, correndo em suas veias e habitando sua memória, estava mais do que satisfeito da forma que ela agiu hoje.

" Como uma verdadeira Haruno..."

Seus pés pararam de maneira brusca e seu cenho franziu-se ao ouvir a voz de seu pai ecoar em sua mente, pode até mesmo imaginar o sorriso todo orgulhoso dele. Era sempre assim no passado, quando ela agia daquela forma.

" Não tinha outro jeito..."

" Eu não tive escolha"

Sakura repetiu para si mesma, tentando se convencer para poder voltar ao seu equilíbrio, entretanto, seu corpo ainda tremia.


— Com licença.

Aquela voz, tão próxima, a tirou de seus pensamentos e a forçou a se recompor. Afundou seus sentimentos, os trancando de volta na parte escura de seu coração e tornou a ficar inexpressiva, virando-se para trás, vendo Sasori Sabaku ali, com suas mãos levemente erguidas, para demonstrar a Dama que não estava ali para ameaçá-la.

— Eu só desejo conversar civilizadamente... Posso?

— O que o senhor deseja? - sua voz soou calma.

— Só demonstrar meu apoio.

— O senhor já demonstrou na reunião. Agradeço mais uma vez, o apoio da família Sabaku é muito importante.

— E é por isso que eu desejo apoiar muito mais sua liderança - Sasori deu mais um passo na direção dela — Desculpe em insistir nisso, mas é praticamente uma herança que meu pai deixou pra mim, então não posso, digamos... Me dobrar com facilidade.

— Isso quer dizer que o senhor tem dificuldades em aceitar decisões minhas? - perguntou ela — Isso é sobre o Kazekage? Isso nunca foi um cargo, senhor Sabaku, era apenas como meu pai costumava chamar o seu pai, quando ambos estavam aqui.

— Com todo respeito... Dama, mas para minha família, Kazekage significava muito mais do que apenas um apelido. Meu pai era da mais alta confiança de seu pai, ele tinha informações e privilégio que nem Kakashi tinha - mais um passo foi dado por ele — Tudo que quero é manter isso, manter nossas famílias unidas, os Sabakus serem a base dos Harunos, como antes.

— Como antes? Sua família era a base da minha família?

— Sim, senhora - um leve sorriso, um tanto orgulhoso, surgiu lentamente no rosto do ruivo — Minha família inteira sempre esteve ao lado dos Harunos, de Kizashi... Meu pai, eu e meus irmãos.

— E onde vocês estavam quando meu pai tomou um tiro na garganta? - sua voz tornou-se firme e levemente áspera, deixando de lado toda a calmaria que normalmente usava — Onde os Sakabus estavam enquanto meu pai morria em cima da sua mesa, afogado em seu próprio sangue?... Onde estava Rasa Sabaku, o grande Kazekage?... Ele já estava na clínica?

Ao ouvir aquilo, o sorriso de Sasori sumiu de seu rosto, assim como toda a firmeza e coragem que o fez seguir a Haruno até ali. Seu cenho franziu-se, enquanto seus olhos arregalaram-se levemente, enquanto tentava acreditar: " Ela sabe?" - perguntou-se.

— Alzheimer, não é? Me perguntou se já está avançado mas, pela sua cara e, por todo o seu esforço em esconder de todos, deve estar e muito... Você até mesmo informou que ele havia morrido, fez um funeral e tudo. De certa forma ele morreu, não é? - disse Sakura — É uma doença triste, eu sinto muito.

—... Como sabe disso?

— Seria um terrível erro meu não saber, e eu não costumo errar, senhor Sabaku. Eu sei tudo sobre todos, onde vivem, o que tens, as mulheres, os filhos, os inimigos, seus medos, os que impulsionam - a Haruno semicerrou seus olhos, voltando com sua voz calma como antes — Confesso que me surpreendeu quando descobri sobre seu pai, eu não estava sequer esperando por algo assim, um fim como esse para um homem como aquele. Entretanto, por mais que eu saiba como o Alzheimer age no cérebro, eu realmente espero que o senhor Rasa não tenha chegado a um ponto em que sua demência me incomode... Se é que me entende.

Sentindo uma leve fraqueza em suas pernas, Sasori recuou um passo ou dois, engolindo a seco. Nunca pensou que teria de lidar com alguém que soubesse sobre seu pai, desde o início cuidou de tudo para que nem seus irmãos suspeitassem das condições do antigo braço direito de Kizashi Haruno. Agora estava ali, diante da única pessoa que não desejava, em hipótese alguma, saber sobre aquele segredo e, para piorar, ele nada podia fazer a respeito.

— Peço que cuide de seu pai, senhor Sabaku. Por mais que ele esteja nessas condições, eu realmente espero que ele mantenha-se fiel aos Harunos, que pelo menos disso ele ainda se lembre. Caso contrário, o próximo funeral dele será bem real, e de caixão aberto, para que todos vejam e saibam que, não importa as circunstâncias, a lealdade deve ser mantida, e a punição é sempre cumprida.

Diante do silêncio de Sabaku e a expressão que ele tinha no rosto, Sakura não disse mais nada, apenas deu as costas e seguiu seu caminho.

A DamaOnde histórias criam vida. Descubra agora