Dia da amizade

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Foi um pouco estranho sentir os olhares dos Cullen’s em mim, eles pareciam bastante animados, e por alguma razão eu sentia que era por minha causa. E isso só me lembrava do perfume do Edward que ainda estava impregnado na minha roupa e no quanto sua aproximação foi esquisita.

Desde que eles chegaram, nunca fizeram questão de se aproximar de qualquer ser humano dessa cidade, e então de repente um deles está se aproximando de mim. Essa família é realmente estranha.

- Olá? – Minha atenção é retirada por uma voz calma ao meu lado, é a Swan, de alguma forma ela parecia completamente nervosa. – Eu posso me sentar?

A olho por alguns segundos para ter certeza do que escutei. Após o acontecimento de dois anos atrás, praticamente todos os alunos fizeram questão de quê eu ficasse o mais excluída possível de ter um convívio social decente, isso me rendeu uma mesa completa para mim mesma. Eu tinha plena certeza de que a Swan já tenha consciência dos acontecimentos, mas mesmo assim aponto para a cadeira concordando, eu nunca impediria alguém de se sentar na mesa.

Ficamos em silêncio por vários minutos, eu ao contrário da norma social, fiquei encarando-a por todos esses minutos. Seu corpo encurvado e suas bochechas rosadas me diziam que por algum motivo ela estava desconfortável, mesmo sentindo um pouco de conforto por ter uma breve companhia depois de muito tempo, decido acabar logo com aquilo.

- O quê está fazendo, Swan? – Minha pergunta repentina a assusta, fazendo com que dê um pequeno salto na cadeira, ela me olhou por tanto tempo que eu já iria perguntar novamente quando sua resposta veio.

- Comendo.

Soltei minha respiração em meio a uma risada, ela não podia estar falando sério.

- Certo, irei refazer a pergunta. – Me virei totalmente em sua direção – O quê está fazendo sentada com a vadia da escola? – Não consegui refrear o deboche em minha voz. – Ninguém nessa escola te disse quem eu sou? Ou isso tudo é uma nova pegadinha para estrear sua entrada na escola?

- Não é nada disso.- A calma em sua voz me deixa nervosa, eu não conseguia definir se estava mentindo ou não - Eu só queria comer junto com você.

- Por quê? – Minha pergunta faz com que ela abaixe a cabeça- Você não respondeu minha pergunta. Ninguém te contou quem eu sou? – Ela balança a cabeça concordando, mas dessa vez ela está levantada- Então por quê está aqui?

- Eu não acredito no que eles falam de você, eles são mentirosos. – Pela primeira vez desde que a vi em seu primeiro dia, ela parecia estar com raiva.

- Como pode ter certeza? São muitas pessoas que pensam ao contrário. – As memórias de todos os comentários e piadas jorram na minha mente, e depois de tanto tempo sinto o peso delas em minha cabeça.

- Não concordo com eles. Eu não sou uma pessoa que acredita em boatos, mas se pelo menos um por cento do que me contaram for verdade, então a vilã dessa história não é você. – Senti meus olhos lacrimejarem, essa não era a resposta que eu esperava – Além disso, você me parece uma pessoa incrível, e devo dizer que foi a única pessoa da qual eu quis me aproximar. Então, poderíamos ser amigas, se você quiser, claro.

Mas uma vez eu solto o ar desacreditada das reviravoltas que a vida dá. Olho dentro dos olhos dela, não sei se ela está fazendo alguma força para não desviar, mas ela me pareceu mais verdadeira do eu achava possível.

Minha resposta é um simples “ Você é doida, Bella" , vendo um pequeno sorriso em seu rosto.

Nas aulas seguintes eu reprimi a euforia de ter uma amiga pela primeira vez, eu não sabia se seria uma amizade longa ou verdadeira. Mas a sensação era exuberante, minha última aula foi Filosofia I, onde Bella era minha parceira. Foi ali que eu percebi que aquela garota tinha pensamentos bem profundos e sombrios, não sei se me assustei ou fiquei impressionada.

Destino imutável ~ Edward CullenOnde histórias criam vida. Descubra agora