thirty-three

909 67 0
                                    


SOPHIE BLOSSOM
point of view

Minha mãe se levantou e parou na minha frente, tocando meu rosto.

———— Você é tão como ele.———— ela falou e eu sorri fraco

———— Você sempre diz que tenho os olhos dele, o nariz dele, praticamente todo meu rosto.———— falei e ele riu fraco, negando com a cabeça

———— Não só de aparência e no fundo, quando descobri pela primeira vez que você usava drogas, sabia que era bem mais que só aparência.———— ela falou e voltou a chorar.
———— Sua válvula de escape pra esse mundo cruel, está sendo a mesma que a dele. A mesma que acabou com ele aos poucos.
———— ela se afastou de sentando na cama

———— Como assim mãe? Não tô entendendo.———— falei me sentando ao lado dela e tocando sua mão

———— Seu pai teve uma overdose Sophie, ele morreu de tanto que usava drogas. Como você está fazendo. Ele afundou como você está afundando. ———— ela soltou um soluço

No momento meu mundo parou e eu me afastei.

Eu criei uma ideia de pai perfeito na minha cabeça, pra mim ele era. Sempre me levava pra sair, fazíamos jantas juntos, víamos filmes, ele até dançava comigo.

Não tenho nenhuma lembrança dele nem uma vez drogado. Ele era tão feliz, tão completo.

Não era como eu.

———— Por favor Soph, não vá. Não se afunde como ele. Eu te imploro. Não posso te perder também.———— ela apertou minha mão chorando desesperadamente e eu fiquei sem ar

Tudo a minha volta desabou.

Eu olhava pra parede, as lágrimas descendo descontroladas, minha mãe chorando no meu colo e eu sem saber o que fazer.

Como fui chegar até aqui?

Como me afundei assim?

Porque preciso tanto dessa porra.

Eu tentei.

Eu juro que tentei.

Eu fui três semanas ao grupo de apoio. Cheguei a ir quase um mês.

Mas não estava adiantando.

Nada me fazia mais completa, mais feliz que as drogas. Nada me dá mais prazer.

Depois de mais de meia hora paradas ali, minha mãe levantou e saiu do quarto ainda chorando.

Escutei a porta do seu quarto bater e foi a última vez que a vi no dia de sábado.

[...]
11;00
Acordei já no domingo, com o rosto inchado e os olhos vermelhos de tanto que chorei e então levantei da cama.

Respirei fundo e pensei e repensei tudo que se passou pela minha cabeça essa noite.

Ok, eu tenho um plano.

Vinnie precisa de mim.

Eu preciso de ajuda.

Ele pode me afastar de tudo isso, pode me distrair até eu perceber que não preciso de todo esse paranaue.

Peguei uma roupa de academia, torcendo mentalmente pra que hoje ele esteja novamente na academia por causa do jogo de sexta, e fui pro banheiro.

Vesti o short e o top e prendi meu cabelo meio preso meio solto.

Quando sai do quarto, escutei o silêncio total da casa.

Minha mãe já foi. Escutei o carro saindo e sua mala arrastando pelo chão.

Respiro fundo mais uma vez.

Preciso fazer isso por ela.

E por mim.

Por nós duas.

Peguei uma garrafinha de água e as chaves de casa, coloquei meu tênis de corrida e sai da casa, indo até a academia do condomínio.

Peguei uma garrafinha de água e as chaves de casa, coloquei meu tênis de corrida e sai da casa, indo até a academia do condomínio

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
𝐒𝐔𝐏𝐏𝐎𝐑𝐓 𝐆𝐑𝐎𝐔𝐏 - 𝐕𝐢𝐧𝐧𝐢𝐞 𝐡𝐚𝐜𝐤𝐞𝐫Onde histórias criam vida. Descubra agora