4º "Styles, begging to me."

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"Bella." Ouvi um múrmuro chamar-me, junto ao meu ouvido, a milímetros do meu corpo. Senti um enorme arrepio de calor percorrer o meu corpo, apanhando um susto inesperado, fazendo com que virasse o meu corpo na direção desse alguém, e colocasse as minhas mãos sobre o seu tronco. Com algum receio, elevei o meu olhar para o seu rosto: Mr.Styles.

"Assustei-a?" Ele perguntou num tom mais calmo do que minutos antes.

"Um pouco." Encolhi os meus ombros. Não queria demonstrar fraqueza e vulnerabilidade perante este homem.

"Peço desculpa. Ouvi dizer que quer falar comigo?" E chegou o momento de estragar o tranquilo clima.

"Preciso de saber o que foi aquilo com o Thomas." Enguli em seco, já vi o seu mau temperamento e não o quero ver novamente.

"Ele estava a namoriscar em vez de trabalhar, simples."

"Com certeza já tinha acabado o seu turno ou não me pedia para ir tomar café com ele." Disse orgulhosamente, cruzando os meus braços à altura do meu peito.

"Agora pode ir tomar café comigo." Ele ofereceu-se, o que me fez franzir as minhas sobrancelhas. Ainda há pouco estava irritado. Bipolaridade, só pode.

"Não tem trabalho para fazer?" Decidi provocar.

"Não temos um acordo para estabelecer?" Pronunciou com um tom promissor, piscando-me levemente o seu olho. Revirei os meus olhos com tal ato. Será que ainda pensa que vou ser a sua modelo? Uma gargalhada sarcástica escapa entre os meus lábios.

Assenti com a minha cabeça, isto iria ser interessante. Quero ver o quão consigo levá-lo a implorar para mim. Styles, a implorar para mim. Soa tão bem.

"Vamos até ao meu escritório, e eu peço os nossos cafés." Espera, o quê?

"Não sabes o caminho para um café normal?" Ergui uma sobrancelha, acabando até por gargalhar um pouco.

"No meu escritório estamos mais confortáveis, e podem ir a um café qualquer buscar por mim." Ele disse naturalmente. Então esse é modo dele de fazer as coisas, pede e dão-lhe. Definitivamente não o meu tipo. Sempre tive que trabalhar pelo que quis, então desde que decidi escolher artes e não medicina, os meus pais não me dão apoio nenhum. Não que estivesse à espera, "artes são para os que se iludem". Palavras dos meus pais.

"Vamos a um café. Normal." Tomei um tom bastante firme o que me impressionou, não ia deixar este rapaz mimado controlar-me.

"Queres mandar em mim, é?" Dito isto provocativamente, começou a caminhar em lentos passos para o exterior do edifício, percebendo assim que ganhei esta pequena batalha. Um sorriso involuntário esboçou-se no meu rosto.

"Estamos a ir para um café, não estamos?" Gargalhei com um tom divertido, mordiscando o meu lábio inferior enquanto acompanhava os seus passos, agora mais rápidos.

"Afinal tu sorris." Provoca-me mais uma vez, colocando as suas mãos nos seus bolsos das calças de um modo sedutor, fazendo-me abanar a minha cabeça negativamente.

"Afinal eu sorrio." Desviei o meu olhar para o seu esverdeado, e reluzente, aconchegando o meu corpo no meu casaco.

Alguns breves minutos depois em silêncio, entramos no Costa Coffee, o meu local preferido. Não é o Starbucks como seria de esperar. Acho este mais aconchegado e familiar. Estou mesmo a comparar cafés? Decidi seguir os passos do Styles que ia na direção de uma pequena mesa apenas para duas pessoas num canto deste grande espaço, sentando-me então na cadeira à frente dele, o que me pareceu um pouco constrangedor, quer dizer, isto seria um encontro? Não, penso que não. Ele não é de encontros e eu bem, nunca tive um.

"Agora que aqui estamos. Podemos falar do que me interessa?" Bingo. Só está aqui mesmo porque te quer para um dos seus quadros. Como se quisesses um encontro com ele. Será que quero?

"O que lhe interessa mais precisamente?" Explorei o assunto, talvez conseguisse dar-lhe a volta e perceber que não sou a sua "musa" perfeita.

"Tu. Nua." Palavras rápidas, diria eu. Semicerrei os meus olhos, respirando pesadamente.

"Já lhe disse que não o vou fazer. Não tenho um corpo tão perfeito como imagina." Soltei a minha alma com as minhas palavras, ele tinha que saber o que realmente sinto sobre isto, e sobre mim própria. Nunca fora rapariga de grandezas e típicas coisas de quem se arranja. Gostava de como era. Prática, e cheia de fome, literalmente. Estou sempre a comer, desde queijo até batatas fritas. Estás num encontro com um rapaz destes a pensar em comida? Por favor Bella, pensei que fosses melhor.

"Ouviu-me, Bella?" Mais uma vez perdida nos meus pensamentos.

"Não, desculpe."

"Eu vejo potencial por baixo dessas roupas que cobrem o seu belo corpo." Enguli em seco. Ele disse mesmo isto? Nunca tivera sido elogiada de tal forma. Não sabia como reagir honestamente. Permaneci uns segundos calada, brincando com as minhas unhas debaixo da mesa para que ele não visse este meu hábito de nervosismo.

"Não diz nada?" Ele volta a insistir, e sinto as maçãs do meu rosto tornarem-se rosadas. Boa Bella, boa.

"Apenas acho que não seria capaz de me expor assim para si." Acabei por admitir. Tinha que ser honesta.

"É só mais um corpo Bella, já vi tantos." Ele encolhe os ombros ao dizer tais palavras num modo aborrecido. Só mostra como ele verdadeiramente é, e está a colocar-me com raiva novamente. Incrível como num só dia este homem já me deixou nervosa mais do que num mês inteiro. Costumo ser uma pessoa pacifica, toda a gente o acha mas no que toca a isto, não suporto homens mulherengos.

"Já viu como trata as mulheres? Não tem vergonha? Não passa de um mulherengo que gosta de foder todas, para si tanto lhe faz se exponho o meu corpo ou não. Mas digo-lhe uma coisa de mim não vai ter nada." Elevei o meu tom de voz, elevei mesmo bastante enquanto atirava tudo para a cara dele. Levantei-me num sobressalto porém, desastrada como sou, embati contra o corpo do empregado que nos iria perguntar nesse exato momento se iriamos querer algo, deixando-me algo incomodada com o choque.

"Desculpe." Murmurei rapidamente, correndo agora para o exterior do café o mais rápido que pude, com a vergonha e raiva que me consumia.

"Espere! Bella!" Ele gritou. A sua voz ficava ainda mais grave a gritar assim. Agarrou no meu pulso e puxou o meu corpo contra o seu, sem qualquer aviso prévio, sem qualquer expressão no seu rosto.

"O que foi?" Espero não ter sido demasiado rude, falo sempre antes de agir. Também o que importa ser rude com ele? Merece.

"Não pode sair assim sem eu desistir." Ele disse tranquilamente, fazendo com que o meu estado de espírito também se tranquilizasse, e ficasse sereno. O que me quer mostrar? Montes de quadros de raparigas nuas? Já viu tantos que nem me impressiono caso tenha. E antes que desse por mim, estava nos firmes braços deste arrogante homem, a ser pousada no sofá que me parecia o que anteriormente se encontrava no seu escritório, a acordar de um desmaio.


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Olá adoráveis, devido ao mau tempo não pude postar mais cedo, não imaginam o que sofri!!

Quero agradecer pelas 287 leituras que tenho, são as melhores!! E hoje, apesar de ter tido um dia péssimo, conseguiram animar-me e não sei como vos agradecer. Obrigada mesmo. Dão-me mais vontade de continuar o que começei. E sem dúvida que sem vocês, não estaria aqui a escrever mais um capítulo. Fico tanto mas tanto grata a todas vocês que ou lêem apenas, comentam e votam. Algo que sei que nunca conseguiria agradecer o suficiente é isto. Este amor e confiança que recebo por todas vocês. Muito obrigada!!! E desculpem, hoje estou mesmo carente. Adoro-vos com todo o meu coração, alma e corpo. xx

Artwork H.SOnde histórias criam vida. Descubra agora