Helena's POV
- Estão prontos para fazer o pedido? - O garçom perguntou olhando para nós dois com um sorriso simpático e um bloco de notas e caneta em mãos.
Na noite do nosso primeiro encontro.
Eu não sabia o que pedir, todas aquelas comidas pareciam deliciosas, e eu sentia a ansiedade à flor da pele por estar com você. Você fez o seu pedido rapidamente e prontamente pediu o vinho que gostaria que eu experimentasse, e me encarou amorosamente à espera de eu me pronunciar quanto ao que eu queria.
- An... - comecei a balbuciar procurando uma salada que me agradasse - Salada Caesar, por favor.
Fechei o cardápio delicadamente e o entreguei na mão do garçom, que anotou e pediu licença para se retirar.
Subindo o meu olhar de encontro ao seu, você continuava a me encarar, como se estivesse me admirando, querendo conhecer cada detalhe do meu rosto com os seus olhos, me fazendo me sentir desconcertada, com o rosto corado e as mãos inquietas.
- Está nervosa, Helena? - você me pergunta inclinando o seu corpo em direção ao meu, mesmo estando de frente para mim na mesa, mostrando um ar de preocupação.
- Estou um pouco... - falei apoiando minhas duas mãos sobre a mesa.
Você sorriu pra mim, e levou as suas mãos de encontro às minhas, ficando nítido o meu nervosismo pelas minhas mão geladas e o seu toque quente.
- Está tudo indo bem, não se preocupe. Você está linda, radiante, eu estou perdido em você.
Segurei as suas mãos e mordi meu lábio inferior, acreditando nas suas palavras.
- Obrigada. Você está muito bonito. - falei e dei uma piscadinha rápida pra você.
Afastamos as nossas mãos e sorrimos um para o outro. O que será que passa nessa sua cabeça?
- Estar aqui com você já me fez ganhar a noite, Helena. O seu jeitinho de falar comigo, mexe comigo de uma forma que você não faz ideia.
- Você me deixa sem jeito falando assim... - pude sentir as minhas bochechas ficando vermelhas - Apesar de ser nosso primeiro date, parece que nos conhecemos há tanto tempo que não consigo nem dizer.
- Exatamente. Você leu meus pensamentos. Eu não sei você, mas a cada dia que passa eu gosto mais ainda de você.
Então você se levantou de repente, o que me fez assustar um pouco, e então se sentou ao meu lado esquerdo. Sentindo o seu perfume no ar, me arrepiei inteira e na minha mente eu já me imaginava completamente nua, apenas vestindo a sua camisa, com o seu cheiro.
- Quer ficar pertinho de mim? - eu brinquei, tentando desviar os meus pensamentos.
- Eu quero ficar colado em você. - você disse seriamente, me causando um frio na barriga.
O garçom logo chegou à nossa mesa com o vinho que você pediu, e educadamente nos serviu. Enquanto ele enchia a minha taça senti a sua mão repousando sobre a minha coxa esquerda.
Me aproximei do seu ouvido e então sussurrei pra você:
- Você não perde tempo né? - dei uma leve risada e você também.
- Você me disse que nunca provou um bom vinho, então eu quero ser o cara que vai te proporcionar o melhor vinho que você já tomou.
Pegando a sua taça e eu a minha, você começou a me ensinar sobre a bebida.
- Bom, observe o tom do vinho, sinta o cheiro... - você fechou os olhos, deu um leve giro na taça e me indicou a fazer o mesmo.
- Me parece ótimo. - eu disse sem entender o que eu realmente deveria focar, se você ou no vinho.
Você riu levemente com o que eu disse e provou um gole da sua taça.
- Com certeza está ótimo, ainda melhor com a sua companhia. Prove.
Senti o seu olhar sobre mim na expectativa de eu esboçar alguma reação.
Dei o meu primeiro gole.
- É diferente. - eu disse.
- Um diferente bom? Está disposta a tomar mais? Ou achou um diferente que não provaria mais?
- Um diferente bom, claro que tomaria mais. - sorri olhando para você e deixei a minha taça sobre a mesa.
Logo chegaram os nossos pratos e comemos e conversamos por um bom tempo, sobre o que fizemos naquele dia antes de nos encontrarmos, sobre as nossas expectativas de um no outro, conversa vai e conversa vem até terminarmos de comer e decidirmos ir embora juntos.
- Me permita pagar pelo jantar, Helena. Por favor.
Sem jeito, apenas acenei com a cabeça e deixei que as coisas fluíssem entre nós.
Assim que o garçom saiu da nossa mesa, notei que o seu olhar sobre mim estava diferente.
- Vamos para o carro? - você me perguntou sorrindo.
- Claro. - respondi sem pressa, sentindo algo diferente.