Capítulo 02: A cada palavra, mais estranho fica.

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Snape respirou fundo encarando a menina por um tempo, ela parecia ter entre 13 à 14 anos, tinha os cabelos ruivos e se ele parasse para analisar mais um pouco, ele poderia ver que ela era muito parecida com James Potter, mas, tinha muito mais haver com Lily do que com o animago.

Claro, ele odiava James e Lily Potter nos dias de hoje por abandonar Harry, odiava ainda mais Albus por incentivar o abandono do menino por ele não ser útil e considerado um aborto, 1981 foi o ano de muitas perdas e Harry era uma vítima disso. Severus sinceramente achava que teria sido melhor que James e Lily tivessem morrido naquela noite do atentado e deixado os gêmeos com alguém como Sirius ou até mesmo Remus do que eles ficarem com um e descartado o outro.

Ele finalmente havia criado coragem naquele dia para ir atrás de Harry e contrariar as ordens de Dumbledore de deixar o menino em mãos competentes dos tios, ele sabia, ele conhecia Petúnia e sabia que o menino ia acabar morto se continuasse lá, então, nem que ele tivesse que sequestrar a criança, ele ia tirar ele de Petúnia.

Mas ao que parece, a menina havia chegado antes e feito seu trabalho.

Severus olhou para o menino nos braços dela e se lembrou de ter visto machucados nas costas dele, se levantando, ele caminhou para seu armário de livros e puxou um da estante revelando uma bolsa de couro de dragão encolhida e a puxou em sua direção, optando por levar o livro com ele.

— Sente-se, Srta Potter, deixe-me ver os machucados dele. — Severus ordenou e a menina timidamente se sentou, ela estranhamente parecia menor sentada do que em pé, seus pés ficaram balançando e mal alcançava o chão.

— Harry, ele pode olhar seu machucado? — Harriet questionou baixinho e Harry a olhou com os olhinhos sonolentos.

— Você está me perguntando? — Harry questionou confuso.

— Claro, meu amor. — Harriet respondeu baixinho e tirou os cabelos escuros do menino de seus olhos. — Ele pode ver?

Harry timidamente olhou para o homem que estava esperando por uma resposta dele e logo assentiu para a pergunta.

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Depois de muitas lágrimas silenciosas e ferimentos tratados, Harry estava dormindo deitado no sofá ao lado de Harriet com a cabeça no colo da ruiva e Severus estava sentado em sua poltrona com uma mão descansando no braço da poltrona, uma perna cruzada sobre a outra, e dois dedos apoiados em uma veia pulsando em sua testa enquanto apoiava o cotovelo do braço erguido na poltrona. Ele estava sentindo seus olhos pulsando atrás das palpebras e aquela veia maldita estava a ponto de estourar.

Ele queria muito matar alguém, e ele estava pronto para se levantar e sair mandando Avada a torto e a direita até chegar nos malditos que machucaram o menino Potter.

A menina estava sentada pensativa, ela não parecia tão abalada como ele, era como se ela já esperasse algo assim vindo dos malditos Dursley para com uma criança inocente.

O que o leva a pensar se ela foi "cuidada" por aqueles monstros também, Harry estava muito machucado, eram cortes feios da costela até o centro das costas, havia até mesmo a palavra aberração cravada a lâmina nas costas do menino! Fora um tornozelo quebrado, três costelas partidas, um ombro deslocado e má nutrição, ele estava no início de uma anemia muito ruim e no começo de uma pneumonia que ele tratou tudo com poções e remédios trouxas. Era por isso que o menino estava apagado agora. Ele já disse que está louco para matar alguém?!

— Como era no seu mundo? — Severus se viu perguntando e Harriet o olhou por um tempo antes de franzir o cenho.

— Como assim? — Questionou curiosa.

Por acidente amei você. (Reescrevendo).Onde histórias criam vida. Descubra agora