Henry Bianchi
O vento gelado bateu no meu rosto quando entrei na varanda de meu quarto, deixando-me arrepiado. Era uma típica manhã de segunda-feira — que possivelmente seria monótona e nada agradável — quando acordei com uma leve ressaca da noite anterior. A garrafa de Bourbon vazia jogada no chão do quarto era a responsável pela leve dor de cabeça, sorri ao lembrar da pequena festa dada pela minha assistente, Anita. Deixei os pensamentos de lado quando escutei "toc toc"
— Sr. Bianchi? — a voz de Carmen ecoou pelo corredor. A mulher sempre gritava quando se tratava de algo urgente.
Me aproximei da porta e a abri com rapidez. Um rosto comum e rechonchudo me olhou com o semblante aflito.
— O que aconteceu?
— O seu pai está lá na sala e não aparenta estar feliz. — entendi o que ela quis dizer e bufei.
— Estou descendo. Obrigada, Carmen! — a mulher que praticamente me criou durante todos os anos de minha vida, me soltou um olhar de "Tome cuidado, por favor" assenti e ela respirou aliviada.
Me preparei mentalmente para enfrentar meu pai e assim fiz, andando firme até a sala ampla da mansão, tão grande e ao mesmo tempo tão pequena... Giancarlo Bianchi Gali estava impaciente ao telefone. Andei devagar até o cômodo em que ele se encontrava e o homem percebeu a minha presença, desligando o telefone no mesmo instante em que me viu.
— Achei você, ainda bem. Preciso que viaje à Las Vegas para o Hotel Bianchi Gali. Consegui mais um sócio e preciso de alguém de confiança para as reuniões.
— Como quiser, pai. Quando irei? — coloquei as mãos nos bolsos da calça.
— Na quinta-feira pela manhã. O jatinho particular irá levá-lo, por favor sem atrasos. Sabe que priorizo a pontualidade em meus negócios. — assenti, o olhando preocupado.
— E por que está tão preocupado? — questionei e em resposta ele respirou fundo.
— Lembra da loja de cosméticos que Carlota resolveu abrir em Manhattan?
— Cosméticos Gali. — lembrei de imediato.
A minha madrasta não era nem um pouco inteligente em relações a negócios e vivia em constante disputa — que só existia na cabeça dela — com a minha mãe. Abriu uma loja de cosméticos com a promessa que deixaria meu pai mais rico, porém só tínhamos problemas e dores de cabeças em relação à isso. Carlota só se preocupada com bolsas da Gucci e sapatos caros.
— Exato. Sua madrasta fez um sorteio de uma viagem para Vegas, em nosso hotel. Um sorteio nada organizado e que já tem dois vencedores, sabe-se lá de onde são. A loja está indo a falência e ela achou que fazendo tal coisa mudaria algo, mas piorou. Irei viajar para Manhattan e ver como anda a situação.
— Já disse para o senhor colocar Carlota no lugar dela, pai. Ela vai acabar te levando a falência. — aconselhei e ele fez pouco caso.
— Enfim. Quinta-feira, não esqueça! Preciso ir. — andou apressado até a porta e voltou a telefonar.
Horas mais tarde, estava sentado em minha mesa na empresa. Depois de mil assuntos pendentes, consegui respirar fundo e almoçar. Minha cabeça estava doendo e piorou com a mensagem de minha mãe.
"Filho, estou em Paris com o seu padrasto. Gostaria de nos acompanhar? Sua irmã apareceu com uma notícia excelente... Ela está noiva de Pietro!"
Não acredito que Paola aceitou o pedido de casamento daquele idiota. O cara era o maior babaca e sempre a colocava para baixo, não acrescentava nada em sua vida.
"Sinto muito, mãe. Tenho uma viagem de negócios essa semana e estou atolado de trabalho. Mande minhas felicitações"
Assim que enviei a mensagem, ouço uma voz conhecida acompanhada de "toc toc" na porta do escritório.
— Pode entrar! — falei alto e então a porta se abriu, revelando um Adam Jones com um sorriso debochado.
— Estava comprando alguns móveis para o meu apartamento novo e passei aqui para ver o meu melhor amigo sumido. O que diabos aconteceu com você ontem? — sentou despojado no sofá de couro do escritório.
— Levei a garota loira para casa e as coisas esquentaram. — cruzei os braços sorrindo e Adam esfregou as duas mãos em felicidade.
— Pelo menos alguém terminou o domingo bem. — assenti, ainda sorrindo.
— Mas felicidade dura pouco quando se trata da minha. Tenho uma viagem de negócios para Vegas na quinta-feira. Meu pai está completamente maluco com as aventuras de Carlota. — debochei, fazendo o meu amigo rir alto.
— Aquela mulher tem um parafuso a menos, isso é fato. Mas... Pera aí, você está falando de Vegas? Caralho, Henry! Podemos passar o final de semana inteiro no hotel, curtindo, bebendo e tudo de graça. O que acha? — franzi o cenho com incredulidade.
— Ouviu a parte de "viagem de negócios"? Não estou indo para me divertir e não existe "nós" quando se trata de trabalho.
— Por favor, Henry. Você tá ficando um velho chatão e sem expectativas de vida... Resolva as pendências do trabalho e logo depois iremos nos aventurar pelos cassinos e festas de Vegas. — ergui a sobrancelha.
— Ok, já que você faz tanta questão. Preciso que esteja em minha casa na manhã de quinta-feira, sem atrasos. Iremos no jatinho de meu pai e sabe que ele preza pela pontualidade.
— Excelente. Eu levo uma garrafa de Bourbon para bebermos durante a viagem.
Bufei e depois dei uma risada da maluquice do meu amigo. Para Adam, tudo se resolvida com festas e mulheres.
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Caminhos Quebrados
RomanceDepois de ganharem um sorteio no qual o prêmio seria uma viagem grátis para Las Vegas, Olívia e Emily embarcam nessa aventura com a intenção de se divertirem e conhecerem novas pessoas. Elas se hospedam em um hotel chiquérrimo no qual o futuro herde...