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Pov: Louis

Minhas pernas tremiam e eu não sabia como reagir. Harry se afastou tão rápido como veio. Meu coração se apertou em meio a sua rejeição.

Me levanto e quase caio em meio ao meu nervosismo. Vou em direção ao alfa e paro em sua frente.

"Me desculpe, ômega." Ele diz.

"Não precisa se desculpar, está tudo bem." Falo e me culpo por minha voz estar com resquícios de excitação.

O cheiro do alfa em minha frente ainda estava forte. Por mais que eu quisesse me controlar não posso controlar os instintos do ômega sedento que está dentro de mim.

A escuridão da sala só me permitia enxergar o  borrão verde de seus olhos.

"Mesmo assim, eu não deveria ter feito isso, me perdoe."

"É tão ruim assim pra você?"

"Como?"

"É tão repugnante a ideia de me beijar?"

"O que? Não! É claro de que não! De onde você tirou uma coisa dessas?"

"Do seu comportamento."

Harry deixa um suspiro escapar. O calor de seu corpo se chocou contra o meu e nossos corpos se encontraram em um abraço. Automaticamente eu relaxo.

"Eu só quero fazer as coisa certas para você. Não tem necessidade disso, tudo no seu tempo."

Meu coração se acalma em saber que não fui rejeitado. Não temos nada e ele está se justificando como se tivéssemos.

"Não se sinta mal nem um segundo, você é um bom ômega, merece alguém que te trate como merece." Ele se aproximou, pegando uma de minhas mãos para colocar em meu peito. "O que bate dentro de você é bom, é puro."

O alfa pega minha mão e dessa vez leva para seu peitoral.

"O que bate aqui é tóxico e não é compatível com o seu ." Garantiu Harry, soltando minha mão, sua voz estava cheia de amargura. "Infelizmente, não posso mudar isso. Não se preocupe, ainda somos amigos,  gosto demais de você para deixá-lo ir."

Sem perceber que prendia a respiração.
O alfa pega meu rosto e deixa uma beijo em minha testa, se afastando e indo em direção a porta, queria me mecher e pedir para ele ficar, mas estou muito travado.

Sinto falta de seu calor.

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1 de fevereiro, 1997

Pov : narrador

o podemos entregá-lo, não depois das outras. Não posso fazer isso com meu menino, meu pobre menino.

Era tudo que corria na mente de Anne, era perigoso, o melhor a se fazer talvez realmente fosse matá-lo, mas o sentimento de culpa pairava em suas veias e a deixava atordoada. 

  — Ande logo, não podemos ser vistos. – diz Desmond.

Ele a olhou e conseguiu sentir as preocupações, o medo, a dor, do que ele e sua parceira estavam prestes a fazer. Uma ideia horrível que deixaria mais cicatrizes que nunca desaparecerão.

Eles precisavam de uma solução, um plano, mas não tinham mais tempo, tudo estava acabando de desmoronar. Era importante agir.

— Trocamos os bebês.

—  O quê? 

—  Anne, eu sei que a ideia de sacrificar outro bebê no lugar do nosso é perturbadora, mas estamos sem opção.

 GASLIGHTING ~ L.SOnde histórias criam vida. Descubra agora