- Capítulo Único -

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Louis levantou da cama em um salto. Aqueles pequenos malditos vultos pretos e avermelhados que ele sempre via pela casa apareciam mais uma vez naquele dia, assim como em todos os outros.

Um bico irritado se formou nos lábios do menino de cinco anos, o qual adotou uma expressão birrenta.

Ele abriu a porta do quarto com a pequena força que tinha andando a passos pesados até a cozinha a procura do pai que preparava seu lanche da tarde; um copo de achocolatado e um sanduíche natural.

Encontrou o mais velho na bancada da cozinha, cantarolando uma musiquinha, a qual o pequeno loirinho desconhecia.

— Papai! - o menino bateu o pé no chão, cruzando os bracinhos.

Adrien virou para ele com a colher que ele mexia o achocolatado na boca para provar o sabor. Puxou o talher e o jogou na pia.

— O que foi, Lou? - o pai se aproximou preocupado e se ajoelhou na frente do filho apalpando os braços do menino para saber se ele estava machucado. Ajeitou o macacão felpudo de Chat Noir que o mais novo usava, preto com uma pata verde no centro, orelhas de gato no capuz, e um pequeno guizo no fecho ecler.

O Agreste estranhou a feição chateada de seu filho mais velho.

— Tem bicho no meu quarto, papai...- pronunciou com a cara fechada.

— Bicho? Onde? - Adrien se levantou agitado encarando o menino.

Não poderia deixar bichos e insetos no quartos de seus pequenos.

— Eu não sei, eles ficam voando no quarto. As vezes aparecem na sala de brinquedos e eu já vi também na cozinha e no seu quarto com a mamãe.

O mais velho franziu o cenho, achando aquilo um tanto estranho.

— Como eles são, Louis?

— Um é vermelho e o outro é preto. Eu nunca vi como eles são. Eles nunca param, tão sempre voando. - pronunciou incomodado.

Adrien soltou um suspiro pesado. Certamente Plagg havia perdido a noção do perigo e Tikki não tinha outras alternativas a não ser segui-lo, para impedir que ele fizesse besteira.

Sorte que Marinette e Emma não estavam em casa, seriam mais explicações que ele não queria dar. A pequena loirinha precisava de um belo vestidinho de daminha para o casamento de Rose e Juleka que aconteceria em poucas semanas. Por isso, as duas estavam no ateliê da franco-chinesa provando novamente a peça de roupa.

O pai estendeu a mão para que Louis segurasse. O menino agarrou a mão do mais velho. Os dois andaram juntos até a sala de estar.

Adrien sentou-se no sofá pondo o pequeno sentado em seu colo.

— Louis, você não precisa ter medo deles. - acariciou os cabelos do menino que deitou no peito do pai.

— Mas papai, eu não tô com medo. - o pequeno o abraçou.

— Não? - as sobrancelhas do mais velho franziram em dúvida.

— Não! Eu tô bravo! - o garoto levantou o corpo e cruzou os braços, irritado. - Eles ficam voando de uma lado pro outro. Eu fico confuso! É chato! Eles nunca param, nunca dá pra ver como os bichinhos são. - o bico mimado brotou novamente. - Eu não gosto deles.

Adrien esfregou a testa. Aquilo daria mais trabalho para resolver do que ele imaginava.

Olhou ao redor, procurando pelas pequenas criaturas que poderiam estar escondidas em qualquer lugar, ou aparentes demais para serem pegas por uma criança curiosa de cinco anos.

Anjinhos da GuardaOnde histórias criam vida. Descubra agora