•preveiw•

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    Segundo Platão, originalmente, os seres humanos tinham duas faces, quatro braços, quatro pernas e eram felizes assim, completos! Porém, desafiaram os deuses, que os puniram dividindo-os em dois. Separaram os humanos, que eram andrógenos, de suas metades. Ele diz que cada um de nós, enquanto separados, está sempre buscando a outra metade. É a natureza humana.

   "É então de há tanto tempo que o amor de um pelo outro está implantado nos homens, restaurador da nossa antiga natureza, em sua tentativa de fazer um só de dois e de curar a natureza humana. Cada um de nós portanto uma téssera complementar de um homem, porque cortado com os linguados, de um só em dois; e procura cada um o seu próprio complemento" (Platão - O Banquete).

   Quando as duas metades se encontram, eles se perdem mergulhados em uma explosão de amor  amizade, intimidade. Sensações tão extraordinárias, que eles não querem mais se separar, sentem a vontade de se fundirem novamente em uma só carne. É assim que se deseja quando se encontra a cara-metade, porque éramos completos... e essa busca pela totalidade se chama amor (eros).

   Contudo, Platão nos adverte que só se ama o que não se tem. O objeto do amor sempre é solicitado, mas está sempre ausente. Quando julgamos alcançá-lo, escapa-nos entre os dedos. Essa nossa inquietude na origem do que se busca, o amor... amor daquilo que nos falta, pois o "que deseja, deseja aquilo de que é carente, sem o que não deseja, se não for carente" (Platão - O Banquete).

   Sendo assim, porque sou carente do seu amor é que te desejo! Uma vez que não é completamente minha, serei para sempre seu! Te amo! - Por aquele fio vermelho.

   Eu tinha meus dezessete anos quando o conheci. Um homem fino, muito elegante e lindo, parecia aqueles príncipes, saindo de um conto de fadas.

   Mas assim como um conto de fadas está longe da nossa realidade, ele também estava. Jeon Jungkook empresário de sucesso e milionário, estava sempre nas capas de revista, por sua beleza e pelo grande sucesso mesmo tendo pouca idade, um dos milionários mas jovens no ramo empresarial.

   Mas todo esse poder dele não fez ele um homem arrogante, na verdade ele era um príncipe, desses bonzinhos sabe? Ele me ajudou, ele estendeu a mão pra mim e para minha mãe quando nós mas precisávamos e me salvou dos homens maus, como um príncipe novamente.

── Ah você tem um sorriso muito bonito sabia? ─ falou tímido. ── E um cheirinho muito bom também e você parece um príncipe. ─ completou deixando sua bochechas coradas.

── É mesmo anjo? ─ sorri, Jeon não sabia o por que mas quanto mais ele recebia daquele garoto, mais ele queria. ── E você?

   Aproximou-se mas do loiro e se curvou levando seu rosto até a curvatura do pescoço do mesmo, inalou o cheiro doce e suave que havia ali, desmontando o loiro, que se arrepiou por inteiro e sentiu suas pernas ficarem moles igual gelatina.

── Você cheira a pêssego. ─ disse contra a derme branquinha, notando o quanto o garoto ficou afetado por aquilo e ele não pode deixar de sorrir.

   E depois daquele dia mal sabia os dois que o destino os pegaria de jeito. Pois eles estavam ligados por aquele fio vermelho.

   Akai Ito (赤い糸) ou “O Fio Vermelho do Destino” é uma lenda de origem chinesa e, de acordo com o mito, no momento do nascimento, os deuses amarram uma corda vermelha invisível nos tornozelos daqueles que estão predestinados a tornarem-se “almas gêmeas”. Deste modo, aconteça o que acontecer, passe o tempo que passar as duas pessoas que estiverem interligadas, fatalmente irão se encontrar!

“Um fio invisível conecta os que estão destinados a conhecer-se… Independentemente do tempo, lugar ou circunstância… O fio pode esticar ou emaranhar-se, mas nunca irá partir.” — Antiga crença chinesa




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Bem vindos a "Por aquele Fio vermelho"

Por: Sara Araújo.

Design de capa por: filt3rx

Por Aquele Fio Vermelho •jikook•Onde histórias criam vida. Descubra agora