The Destiny

Accident

Eu relutava para não relembrar o acontecido daquela tarde, era noite e eu estava deitada em algum quarto, á olhar o teto vazio e ao mesmo tempo tão cheio; cheio de esperança de que tudo aquilo não passava apenas de um sonho e que amanhã seria um novo dia, que acordaria e iria correndo abraçar meus pais, de repente tudo escureceu novamente e eu apaguei. Nesse momento tive um sonho, na verdade era a vaga lembrança do acidente. Era uma quarta-feira normal, calma, tranquila, ensolarada e fria. A neve caia devagar quase parando era meu décimo terceiro aniversário, acordei com minha mãe na porta:

-Bom dia minha filha- falou ela com um sorriso largo e quase com lágrimas nos olhos- Feliz Aniversário meu anjinho, ande, levante-se e se arrume eu e seu pai temos uma surpresa para você- dizendo isso saiu do meu quarto.

- Ah! - entrou novamente pela porta- Esqueci de uma coisa!- exclamou ela, chegou perto de mim, me abraçou e me deu um beijo em meu rosto.

-Obrigado mãe- sussurrei baixinho

Então coloquei meu melhor vestido, sabia onde iriamos, ou pelo menos achava, eu havia pedido há algum tempo para ir ao parque de diversão da cidade vizinha, mas como sempre, falavam para mim que um dia iriamos, e acho que o dia era hoje. Terminei de me arrumar e fazer minha higiene bucal, desci para a cozinha, meu pai estava tomando café e lendo o jornal, enquanto minha mãe estava preparando ovos com bacon para mim, eu amava a comida da minha mãe, acho que não poderia viver sem pensei sorrindo. Estava terminando de comer, quando meu pai me chamou, fui até ele, abriu os braços e me deu um longo abraço, me senti segura nos braços dele, era tão aconchegante. Entramos no carro e fomos rumo a direção da cidade vizinha.

-Pai aonde estamos indo?- perguntei curiosa, como se não soubesse a resposta.

-É segredo filha, espere e verá- falou ele meio risonho

O asfalto estava liso, meu pai do nada passou do ar de descontraído, para um ar de desconfiado e cuidadoso, depois do que me acontecerá entendi a preocupação dele.

-Querido vamos parar? ou sei lá viemos outra hora, o tempo está estranho, a neve está caindo mais rápido e o asfalto me aparenta estar muito liso e perigoso.- falou minha mãe meio espantada.

-Deixa de frescura, a gente vai para lá hoje, é Aniversário de Selena e ela quer muito isso, vamos fazer isso por ela- retrucou ele.

Andamos mais um pouco e avistei de longe apenas dois faróis grandes, o tempo tinha fechado e parecia noite, mas era de tarde. De repente os dois faróis passam a ficar de lado e vem em direção ao nosso carro, era um caminhão, havia perdido o controle e tombado naquele asfalto liso. O caminhão bateu em cheio no carro, foi uma batida terrível, um acidente terrível, não conseguia me soltar do cinto de segurança e tudo ficou preto. Acordei assustada havia apenas apagado por alguns segundos, saí do automóvel, machucada e quase sem força. Fui correndo para ajudar meus pais, eles estavam todo cheio de sangue, com ferimentos por tudo, aquela cena me doeu muito, comecei a chorar e tentar fazer algo para acorda-los, mas era tarde demais, eles estavam mortos, e eu estava sozinha.

Já era noite, fria e de lua cheia, meus pés descalços congelavam, a neve parecia entrar desde o pé até meu ultimo fio de cabelo, tremia muito, não sabia o que iria acontecer de fato só sabia que estava sozinha de novo... Olhei para trás novamente, não gostava daquela cena e sabia que ficaria em minha memória até o meu ultimo suspiro, mas tive que tomar uma decisão tive q ir em bora dali, com certeza não conseguiria salva-los e precisava pensar em mim agora, se havia salvação, já não sentia minhas pernas, avistei no meio da estrada uma cabana, um orfanato, vida irônica não? acabo de perder meus pais e já me avisto com isso, só consegui bater na porta e me vi na escuridão novamente