Now

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De repente acordo assustada com a janela do quarto aberta, o vento frio batia em minha face e a neve caia sobre o inverno da minha desesperança. Resolvi levantar e sair um pouco, não sentia ainda minhas pernas, estava com fome e frio, a pequena coberta que havia sobre mim era fina e não esquentava, então sai da cama.
Saindo do quarto me debati com um garoto loiro de olhos azuis, meu coração disparou. Não sabia seu nome, seu sobrenome, nem mesmo sua história ... Sem nem mesmo prestar atenção me debati com ele, olhei e ele sorriu para mim e falou.

-Você deve ser a garota que estava ontem na porta certo?

- Ah sim, acho que sim- falei meio sem graça

-Ahahahaha a gente se encontra por ai- falou ele colocando a mão na cabeça e sorrindo
Não falei nada, apenas sorri também. Andei mais um pouco e veio em minha direção uma senhora.

-Oi, você está com fome? vamos lá conhecer o orfanato- falou ela estendendo a mão- Me chamo Ana e fui eu ontem que te resgatei e coloquei no quarto

-Ah estou sim, prazer Ana, me chamo Selena, meus pais estão...
Ela não deixou eu terminar e logo falou

-Sim querida, seus pais não sobreviveram sinto muito, agora você ficará aqui conosco, bem vinda

-Ah- foi a única coisa que consegui falar sem antes sair correndo para o jardim
Estava correndo e minhas lágrimas rolando pelo meu rosto quando bato de frente com um rapaz e caio no chão.

-Olhe por ande anda menino- olhei para cima sem graça, era ele, o garoto loiro de olhos azuis

-Oh me desculpe não vi você ai- falou com um sorriso sincero e logo me derreti

- Ai foi nada, nem vi que era você... Quer dizer me desculpe pela grosseria

-Tudo bem, falei que iriamos se encontrar de novo, quer sentar? Me chamo Luke

-Verdade, falou, okay vamos! Me chamo Selena

Sentei ao lado dele meio envergonhada, então criei coragem e perguntei sobre sua história

-Então Luke, como veio parar aqui
perguntei e ele me olhou inseguro e começou.

-Sabia que estou aqui há três anos?- perguntou indignado para mim
Tirei o leve sorriso do rosto e respondi

-Não, mas porquê?

-Primeiramente vou contar minha história, depois tire suas próprias conclusões.
Olhei para ele assustada e assenti com a cabeça.
"Pois bem, era uma manhã chuvosa, estavamos eu, minha mãe e minha irmãzinha em casa, meu pai? Meu pai estava fora desde a última noite, ele bebia muito e quando chegava em casa pela manhã batia em todo mundo. Já estava cansado daquela mesma rotina então resolvi entrar em meu quarto, mas aquele dia seria diferente.
Meu pai chegou batendo a porta e gritando com minha mãe, mesma coisa de sempre, porém não estava apenas bêbado, estava drogado também. Coloquei meus fones de ouvido e aumentei o volume, de repente a porta se abre, era meu pai, tirou meus fones e atirou longe, e logo em seguida me puxou pelo braço entre a sala e a cozinha. Minha mãe estava no chão ensanguentada, aquela cena me abateu de uma forma, me ajoelhei ao lado dela e vi que respirava com dificuldade, "Seu monstro, o que fez com ela?" gritei para ele com tanta raiva e ódio que sáliva voou para fora da minha boca. Ele não respondeu nada. "Você é um idiota, você não é meu pai" falei soluçando e chorando, foi então que ele me deu um tapa na cara e disse em seguida "Me respeite garoto". Meu rosto estava ardendo, queimando como fogo e meu sangue fervia. Fervia de raiva, desgosto e tristeza, isso não estava acontecendo!
Foi então que ele saiu da sala e foi até o quarto, fui direto para o corpo de minha mãe tentando acorda-la, meu vai voltou com uma arma na mão, achei certo que iria me matar, mas falou "Atire em sua mãe, AGORA!" não acreditei no que estava me pedindo, mandando fazer aquilo. Continuei parado sem responder nada, então ele gritou "ATIRE NELA AGORA, SE NÃO MATO TODOS VOCÊS" e colocou a arma na minha mão, vi que minha mãe já estava apagando, a arma meu deus, o suor escorria pelo meu rosto e pelo cano do revólver. E agora o que eu faço? pensei rapidamente e decidi...

The DestinyOnde histórias criam vida. Descubra agora