Operação big hero 7

A garota mascarada.

P.o.v. Hiro Hamada

Sempre deixei claro que não sou chegado a natureza, mas finalmente cheguei a um ponto onde devo admitir que ela é especial. Já passei por muitas coisas nesse tipo de ambiente, confusões que nunca irei esquecer, vou carregar para o resto da minha vida. Me lembro bem de quando vinha para cá junto de Tadashi e da Tia Cass. A Cass preparava uns doces muito bons, e salgados também. Já Tadashi, que sempre dava um jeito de me arrastar para lá, pegava meu celular na primeira oportunidade e fugia em direção as arvores. Aquilo me deixava loucamente irritado, mas sinto falta daquilo. No fim de tudo, acabávamos sentados e calados, admirando o sol aos poucos indo embora, transformando o céu em uma perfeita obra de arte com cores vivas, alaranjadas e azuladas. E incrivelmente, novas cores iam surgindo. Se o céu realmente existe, eu espero que daí você possa ver esse céu magico que víamos juntos, meu irmão.

Por mais que a minha vontade fosse sentar e me perguntar: "Em que parte do céu você está? ", eu tinha que me preocupar com a missão do momento. A Soco inglês fez questão de enviar alguns agentes conosco. É impossível reconhece-los, é como se eles pudessem estar em qualquer lugar usando seus distintivos como disfarce. Bom, isso é realmente possível; afinal, há uma mulher ruiva, dos olhos azuis extremamente atraente ao meu lado. Mulher? Não, Fred. O distintivo mudou não apenas seu rosto e corpo, mas fez uma ilusão perfeita de roupas femininas. Ele ou ela, estava com um vestido azul soltinho, mas que ainda assim destacavam curvas femininas. Já eu estava com uma calça preta, e uma camiseta azul escuro normal. Fred, até este momento, já recebera muitas cantadas, o que o deixou muito desconfortável e sem graça. Mesmo sendo engraçado vê-lo passar por isso, eu não pude escapar dessa também. Tenho certeza que as garotas passaram a me olhar muito mais do que estou acostumado. A maioria que consegui pegar no flagra, me olhavam de forma discreta, cochichavam entre si, e depois riam.

— Se eu ouvir mais um: "Boa tarde, flor! " Ou "Boa tarde, meu anjo! " Eu juro que vou pegar o megamax e acabar com esses tarados! Como é possível uma coisa dessas?! É assim todos os dias de uma mulher?! Que horror! — Exclamou Fred, com uma voz afeminada, indignado. Por sermos homens, acabamos não prestando tanta atenção nisso, mas agora, Fred está no lugar de uma mulher, então não tem como não notar. Eu acabei soltando um leve riso.

— Relaxa, Fred, não é pra tanto. Não acha legais os distintivos? É tipo os equipamentos de disfarce dos agentes secretos dos seus gibis. — Ele cruzou os braços, revirando os olhos.

— Está falando isso porquê virou um bonitão, americano, dos cabelos mais claros e dos belos olhos verdes. Agora tem um bando de garotas babando pelo capitão fogo e pelo... sei lá, Josh!

— Josh? — Ergui minha sobrancelha estranhando.

— Depois eu penso em outro nome. O meu é Agatha. — Não quis responder. Estou acostumado com Fred criando nomes para todos. Josh e Agatha são de longe os mais normais. Nós caminhamos pela praça, sempre atentos, olhando para todos os lugares. Resolvemos caminhar para um lado com menos pessoas, e fomos indo até que a praça chegou ao fim. Nunca tinha andado por essa parte. A rua estava cheia de poças de agua, e ali, havia muito lixo espalhado no chão. Os muros estavam repletos de pichações estranhas e sem sentido. Não tinha nenhuma loja ali, apenas um trailer acabado, com um velho dorminhoco e desarrumado dormindo na janela. Sem querer, meus olhos passaram por uma brecha discreta. Um beco. Nada pode confirmar o que estou imaginando, a não ser meus olhos. Alice, provavelmente, conhece essa região como a palma da mão dela; afinal, ela não pode sair andando por aí de qualquer forma. Pelo o que a Soco inglês nos disse, ela é muito esperta. Esse beco é uma forma muito fácil de se esconder durante uma perseguição. Digo isso, pois sou o mestre das fugas. Sempre fugia da polícia com facilidade.