06 | Insegurança Desafinada

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Dizem que é de manhã que se vê o mundo com clareza. E se não dizem, digo eu.

Pois bem, quando abri os olhos – mais cedo do que gostaria – Yoongi já não estava ao meu lado. Na verdade, eu acordei com a porta do quarto sendo fechada. Pensei que fosse ele e isso apertou-me o coração, ele nunca saía sem se despedir de min, mas depois escutei a voz do meu irmão no corredor e apertou mais ainda.

As suas roupas não estavam lá e isso me deixou sentido por um momento. Até notar o violão contra a parede – ele também nunca ia embora sem o violão.

E quando me vi lúcido o suficiente, as memórias da madrugada anterior me atingiram em flashes que pareciam pedras de cometa caindo em rajadas. Yoongi dormindo, a franja brilhante, o olhar afiado e depois doce, a proximidade que ele tomou e a distância que quebrou. As mãos no meu corpo e as minhas no dele, os sussurros baixinhos e roucos e... meu deus.

Tinha acontecido. Eu não estava sonhando. Aquilo era real.

Yoongi me beijou horas atrás.

— Minha nossa! – Toquei os lábios com a ponta dos dedos, me sentando tão rápido que vi o mundo andar à roda. – Merda. Merda, merda, merda...

— Quanta merda para uma manhã só. – Olhei para o lado, descendo a mão da testa, dando de caras com Jaehyun à porta de sorriso comprometedor estampado naquela cara de cururu.

— Hyung, cadê o Yoongi?

Jaehyung encolheu os ombros, olhando em redor do quarto como se só tivesse notado naquele momento que o Min não estava ali. — Sei lá, o namorado é seu e eu que tenho que saber?

— Namorado... – Murmurei ao encarar um pedaço levantado do tapete, então olhei de novo para o meu irmão. — Ele não é meu namorado.

— Mas você queria que fosse. – Riu.

— Vai se danar, vai. – Fiz sinal com a mão, como se o enchota-se e me joguei para trás contra a almofada. Com os sons dos passos julguei que Jaehyun estava saindo do quarto, mas logo o colchão afundou e eu senti uma mão na minha perna que me balançou. Abri um olho para o encarar. — O que foi, chato?

— Os pais ligaram. – Fiquei em alerta, desperto, e me apoiei nos cotovelos como se o fosse ver e ouvir melhor. – A avó está bem, eles dizem que o peso dela voltou ao normal e que ela está conseguindo comer sem problemas.

— E os exames dela?

— Só vão saber amanhã os resultados.

— Que merda...

— Ela está bem, Jun. – Jaehyun afagou a minha franja, inicialmente com um sorriso mas esse foi-se desgastando e eu sabia que não era fácil para ele também. — Ela tem saudades suas.

Acordes e Outras Coisas Desafinadas || MYG + JJKOnde histórias criam vida. Descubra agora