Dois

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Luffy corria o mais rápido que conseguia pelos corredores vazios, nem se importando mais com a possibilidade de ser visto por algum professor, ele apenas queria encontrar aquele cara e perguntar como ele ousava incomodar seu novo amigo.

Ao sair da escola sem o mínimo de cuidado, o moreno encontrou do lado de fora, encostados em um muro, um grupo de adolescentes que pareciam esperar por alguém.

Luffy rapidamente passou os olhos por cada um deles, e apenas aí se deu conta de que tinha se esquecido de perguntar para Law como era a aparência daquele cara. Mas, isso não era um problema, já que ele já sabia exatamente o que fazer.

— EI! — o rapaz com chapéu de palha se aproximou mais deles. — QUEM AÍ É O TAL DE KID?!

Os integrantes do grupinho se entreolharam confusos, e logo viraram seus rostos para um rapaz alto, forte e de cabelos vermelhos espetados, que abriu um sorriso convencido e se aproximou de Luffy.

— QUEM TU PENSA QUE É PRA INCOMODAR MEU AMIGO?! — o menor perguntou com raiva, ameaçando avançar no garoto, que era duas vezes o seu tamanho.

— Quem? — o maior lhe questionou, cruzando os braços com uma expressão debochada.

— É... Traga... Tralf... Tral! — Luffy exclamou, cruzando os braços assim como ele.

— Como...? — Kid questionou, tentando conectar a palavra estranha que ouviu com qualquer nome que conhecesse, abrindo um sorriso ainda maior ao se dar conta de quem ele estava falando. — O Trafalgar? Ele tá com medinho e mandou pirralho vir me cobrar agora?

— É ISSO AÍ, E É MELHOR VOCÊ DEIXAR MEU AMIGO EM PAZ!

— Eu não sou seu amigo! — exclamou Law, que passou rapidamente pelo portão da escola, seguindo pelo lado contrário ao que eles se encontravam. — Mas apanha aí por mim se quiser que eu seja!

— Tá bom! — o rapaz com chapéu de palha exclamou alegremente com a fala do mais velho, mas logo ficou com uma expressão confusa ao sentir uma mão segurando seu ombro. — Espera...

[...]

— ACE, CALMA, DESGRAÇA! — Sabo gritou assim que chegaram na escola do dia seguinte, tentando segurar o guaxinim raivoso que seu irmão mais velho virava quando alguém mexia com Luffy.

— CALMA É A PORRA! CADÊ AQUELE CARA, LU?! — o rapaz de sardas gritou, abraçando a cabeça de seu irmão caçula, que estava quase caindo no chão.

— Eu sei lá, caramba — o menor disse, tentando esconder a pitada de dor em sua voz, já que seu olho roxo e outros machucados em seu rosto eram apetados sem querer pelos braços de seu irmão.

— ENTÃO ME DIZ COMO ELE É QUE EU VOU DESCER O CACETE NELE AGORA!

— Não vai não! Eu consigo me virar! — Luffy gritou, dando um jeito de se livrar o aperto de seu irmão mais velho e correndo até a direção que sabia ser da quadra, tendo esperança de encontrar Law por lá.

O rapaz seguiu o mesmo caminho que seguiu no dia anterior, olhando um pouco confuso por alguns momentos para uma câmera presente no corredor, se perguntando se ela estava ali ontem ou se o viu imitando um espião ninja, mas logo decidiu a ignorar e voltar a correr até seu objetivo, chegando até lá em poucos minutos.

Ele colocou ambas as mãos na cintura e olhou em volta, vendo que agora, haviam outros poucos alunos ali na quadra, já que o sinal não havia tocado, e entre eles, estava o rapaz que ele procurava.

— TRAL! — Luffy berrou, correndo na direção de Law, que estava sentado no mesmo lugar de ontem, segurando um livro aberto e com um olhar entediado, sem o mínimo de remorso.

— Esse não é meu nome — o maior murmurou, acompanhando com os olhos Luffy correr até perto de si e se sentar ao seu lado.

— Já podemos ser amigos?! — o mais novo perguntou alegremente, tendo um sorriso de orelha a orelha em seu rosto.

— Sei lá... Vou pensar — o respondeu, voltando seus olhos para o livro em seu colo novamente.

— Ei! Você disse que se eu apanhasse você ia ser meu amigo! — Luffy cruzou os braços e bufou emburrado. — E também... Por que eu tive que apanhar se você falou que eles não te machucavam?!

— Não me machucam, mas outras pessoas... — Law disse sem muito interesse, olhando de relance para os machucados no rosto de Luffy. — Se você não tivesse distraído aqueles imbecis, eles iam me seguir até em casa me enchendo o saco.

— Bem, então... 'Cê já pensou?!

— Não, não estou conseguindo raciocinar agora. Mais tarde você me pergunta de novo, falou? — o maior respondeu sem paciência.

— Falou! — Luffy disse alegremente e voltou correndo pelo mesmo caminho que veio, querendo ir contar para seus irmãos que finalmente estava prestes a fazer um novo amigo na escola nova.

E em menos de dois minutos, estavam Ace e Sabo na quadra, querendo bater um "papo" com Trafalgar.

— SEU DESGRAÇADO! QUE PALHAÇADA É ESSA DE MANDAR MEU IRMÃO PRA APANHAR?! — o rapaz de sardas entrou gritando na quadra, novamente abraçando a cabeça de seu irmão menor, chamando a atenção de todos os alunos que estavam ali.

— Puta que pariu, eu mereço — Law, que já estava se direcionando para a saída para poder chegar mais rapidamente em sua sala quando o sinal tocasse, puxou o capuz de seu casaco para cobrir seus olhos, fingindo que não era com ele.

Luffy, diferente de seus irmãos, que não sabiam como era a aparência de Law, notou que o mais velho estava saindo de fininho da quadra, e decidiu apenas fingir que não tinha visto. Provavelmente, se ele apanhasse de seus irmãos, não iria querer ser seu amigo.

Ace e Sabo permaneceram na quadra até o sinal tocar, questionando Luffy sobre cada aluno presente na quadra, e fazendo um pequeno interrogatório com os mesmos para ter certeza de que o mais novo não estava tentando defender Law.

Quando o sino tocou, indicando o início da primeira aula do dia, os dois irmãos mais velhos juraram que caso fosse necessário, na hora do intervalo iriam perguntar para cada aluno da escola sobre o paradeiro de Law, para lhe mostrar a milenar e sagrada arte de descer o cacete em vacilão, que ambos ensinaram para Luffy.

O Valentão, O Gótico e... O LuffyOnde histórias criam vida. Descubra agora