CAPÍTULO 12: JANTAR

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POV LAUREN

Um mês tinha se passado desde a festa da Camila e depois daquele dia nós não tínhamos mais nos visto, apesar desse tempo todo eu não tinha esquecido de como foi bom passar a noite conversando com ela e de como nós tínhamos assuntos em comum. Já sobre Dinah eu não podia dizer a mesma coisa, depois de passar a noite toda com Normani elas não se desgrudaram mais, não estavam namorando, mas tinham uma espécie de relacionamento onde não ficam com mais ninguém, porém nenhuma tomava a iniciativa de um pedido de namoro.

- D, quando tu vai pedir a Normani em namoro? — Nós estávamos almoçando em um restaurante próximo a universidade, hoje teríamos que passar o dia auxiliando alguns alunos no TCC.

- Eu não sei, Laur. Nós estamos nos conhecendo melhor ainda, acho que não tá na hora. — ela respondeu depois de tomar um gole do seu suco.

- Como assim "estamos nos conhecendo" faz bem um mês que vocês não desgrudam, quando ela não dorme na tua casa tu dorme na dela, pra mim isso é um namoro sem ter tido um pedido. — franzi a testa confusa, se você passa seu tempo todo com uma pessoa, dorme com ela, só fala nela e têm um sentimento pra mim isso é namoro, né não?

- Ai branquela, as coisas hoje são diferentes, a gente tá só ficando. Não é por que a gente dorme juntas quase todo dia que eu tô apaixonada por ela. — disse desdenhosa.

- A é? E de quem é que tu passa o dia falando ? por que faz um mês que dá tua boca só sai 'Normani é tão linda', 'aquela preta é de outro mundo', 'a Mani gosta disso' ou então 'tô com saudade da morena'. Se isso não é pelo menos paixão eu não sei mais o que é sentimento. — falei em tom de deboche, eu realmente não aguentava mais, a cada dez palavras da DJ nove eram sobre a Mani.

- Eu não tô apaixonada por ninguém, me erra eu hein. — fez um bico emburrada. 

-Tá sim e eu vivi pra ver isso. Dinah Jane, a mulher que jurava de pé junto que nunca deitaria para mulher nenhuma tá rendida. — Comecei a rir e ela mesmo tentando não me acompanhar não aguentou e riu junto.

-É que ela é tão perfeita, Branquela. Ela não é como as outras sabe, ela não quer só o meu corpo, quando a gente tá juntas eu sinto que é muito além disso. Quando eu dormia com outras garotas era só aquilo, não tinha nenhuma conexão, mas com a Mani... — ela fez uma pausa e seu olhar foi longe e eu sabia que ela tava lembrando dos momentos – com a Mani parece que meu corpo transcende e quando volta eu fico leve. — falou com tanto carinho que eu fiquei emocionada, era raro ver a DJ falando sério assim.

- Eu fico feliz que você tenha encontrado alguém que te dê o que tu realmente merece D e torço pra que as coisas entre você e a Mani deem muito certo. — falei e voltamos a comer.

§

A tarde foi cansativa, era difícil lidar com adultos que têm o ego muito grande, eles dificultam uma coisa simples mil vezes até entenderem que algumas coisas precisam ser feitas diferentes. Jovens adultos que estão terminando a faculdade, entrando no mercado de trabalho e não aceitam as críticas construtivas que nós professores fazemos, na maioria das vezes são aqueles que no final quando não conseguem alavancar a carreira culpam a instituição de ensino, como se nós fossemos os culpados por eles não saberem ouvir. Isso é uma das coisas que mais me irrita enquanto docente, eu tento ao máximo ajudar meus aluno em tudo o que posso, mas quando percebo que um deles não está dando a mínima atenção para o que eu digo eu apenas o deixo fazer as coisas do seu jeito, foram muitos anos de trabalho para que eu conseguisse entender que algumas pessoas só ouvirão aquilo que querem e que só aprenderão o certo e o errado quando quebrarem a cara.

Fui andando até o estacionamento da faculdade, eu me encontraria com Dinah lá para irmos juntas pra casa, quando cheguei lá me surpreendi ao encontrar junto a DJ, Normani e Camila encostadas em um carro conversando. Ao me aproximar consegui ouvir que elas estavam conversando sobre sair para jantar.

De aluna a meu amorOnde histórias criam vida. Descubra agora