Ela estava ali mais uma vez...
O cheiro de cigarro e cerveja que ela tanto odiava mais uma vez impregnou seus pulmões, pelo lugar a qual ela estava.
Aquele prédio logo a cima de um bar era seu ponto preferido da cidade, um lugar a qual ela pensava, que, somente ela ter noção de sua existência, se abaixou para pegar um novo cigarro e o acendeu, retorcendo seu rosto em desaprovação quanto a si mesma, por se permitir estar ali naquela condição, completamente embriagada e cheirando a vodka barata, como ela pode chegar a esse ponto? A onde estava aquela pessoa alegre e cheia de vida?
Nem ela sabia responder a essas simples perguntas, para ela simples, mas mais complicadas do que entender a razão da própria vida.
Um som ao longe chamava sua atenção..
Um trovão...
Um raio de longe, anunciava a chegada da chuva, ela respirou fundo, sentindo o ar frio da noite invadir suas narinas, fazendo com que seu interior ardesse pelo frio; bebeu mais uma dose de vodka, e jogou o copo do prédio, fazendo com que ele se estilhaçasse lá em baixo. Era isso, era isso que ela estava fazendo ali, ela seria, a alguns momentos, como aquele copo, por fora, aparentemente bem, tirando o fato de seus hematomas e cortes que estavam espalhados pelos seus pulsos e corpo; por dentro, um caos, completamente estilhaçada por quem outrora, fora o amor da sua vida.
Ela sentia uma lágrima solitária escorrer do canto de seus olhos, ela não sabia mais o que fazer, nem dizer para si mesma, ela só queria que aquilo acabasse logo, queria que tudo cessasse, sabia como, sabia o que teria de fazer, mas tinha medo.
Sabia que sua mãe iria ficar preocupada, sabia que finalmente seu pai daria a ela, a atenção que tanto precisava, mas só se ela fizesse aquilo.
Ela não podia, sabia o mal que estaria causando para a pessoa que deu a vida a ela, e daria a sua própria para a proteger.
Então, teria que continuar...
Morrendo um pouco a cada dia, para continuar"vivendo".
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one shots
RomanceColocando todos os meus esforços nessas pequenas histórias, com temas do cotidiano (ou não), com uma certa alteração para causar mais impacto no leitor, mas ainda assim, um tanto quanto reflexivas.