Prólogo

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— Jungkook, fique no seu quarto! — Sussurrou em tom de desespero, seus olhos estavam arregalados e transmitiam o medo que estava sentindo naquele momento. Porém, também podia se ver a preocupação com seu pequeno filho.

Jungkook correu ás pressas para o quarto e o trancou como lhe foi ordenado, e arfando, tentou aguçar sua audição para identificar o que estaria acontecendo do outro lado daquela porta.

A porta de madeira da casa foi aberta — alguém tinha entrado na residência.

Gritos. Conseguia escutar murmúrios, lamentos de sua mãe e uma voz ameaçadora na qual desconhecia.

Seu olfato detectava sangue fresco, cada vez mais forte.

Um grito sofrego se ouviu, assim como o som de algo quebrando. Não era objeto, parecia um osso, e o garoto queria estar enganado.

Seu coração estava batendo forte, sabia bem que algo de muito ruim estava acontecendo com seus pais, mas também sabia que não podia fazer nada sobre, ainda era filhote.

Outro grito foi ecoado após mais sussurros, desta vez o grito mais alto e mais doloroso, no qual fez o peito do Jeon mais novo se apertar.

Nada.

Não conseguia escutar mais nada além de passos indo em direção ao lado de fora da casa.

Ao ter certeza de que tudo havia silenciado, Jungkook destrancou e entreabriu demoradamente a porta de seu quarto, tentando não fazer quaisquer barulhos que atraíssem seja lá o que estava na casa.

À passos lentos no piso de madeira, o menino seguiu para a sala de estar, onde o cheiro de sangue se tornava mais forte.

Arrependimento.

Esse foi o sentimento que invadiu o ser de Jeon Jungkook no momento que seus olhos bateram na pior cena da sua vida.

Seus pais estavam deitados em poças de líquido vermelho, suas roupas manchadas com seus próprios sangues, partes do corpo aparentemente quebrados e descabelados.

Seus olhos lacrimejaram imediatamente e as lágrimas rolaram sem qualquer dificuldade. Estava em estado de choque, paralisado em frente aos corpos.

Parecia que o mundo havia perdido a cor para preto e branco, e era como se o tempo tivesse parado naquele momento.

Alguns minutos se passaram e não demorou muito para Jungkook poder escutar passos de, aparentemente, três pessoas correndo na direção da casa.

O garoto se armou. Suas presas estava tão expostas quanto suas garras e olhos de cor amarelada.

Rosnou para a porta, á espera da chegada de seja lá quem for.

— Jungkook — gritou num tom de preocupação, adentrando na casa logo em seguida, vendo o seu amigo relaxar os ombros ao reconhecer o rosto. — Graças a qualquer divindade você está bem — correu até o menino e o abraçou, ainda não se dando conta dos pais de seu amigo mortos no chão.

— Jin... meus pais... — tentou falar, mas nada saía, sua voz havia sumido.

O mais velho, finalmente, notou o cheiro de sangue e levou sua vista para sua retaguarda, vendo seus pais desacreditados na porta da casa e os pais do outro mortos no centro da sala.

— Jungkook...

E bem ali, o garotinho mais novo desabou em lágrimas dolorosas, sentindo seu peito tão apertado que sequer conseguia respirar direito.

Seokjin o abraçou, sentindo a derme de suas costas ser apertada por uma mão pequena e forte.

A mãe do garoto mais velho foi até eles e pegou o menor no colo, sendo apertada por um abraço doloroso. O homem ao seu lado pegou na mão de seu filho e todos seguiram para a casa dos Kim.

Um Shifter e uma Humana. ~ S/NOnde histórias criam vida. Descubra agora