A gangue de mineiros e a fome

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Era 14 de Abril de 1860; 

Uma cidadezinha chamada El Paso, na fronteira com o México, estava passando por uma grande crise; a mina de ouro que ficava nos arredores havia sido tomada por uma gangue a mando de um grande latifundiário do Centro-Oeste, algo que afetou muito a região.

Lá sempre foi uma região árida, um pontinho preto, de casas envolto em um mar de areia amarelada onde o Sol tocava o chão da mesma forma que o ferrete em brasa tocava o pelo dos Búfalos, e a luz, que era refletida naquela areia áspera, queimava os olhos de quem passasse, como se o Sol estivesse encarando-os frente a frente.

Lá sempre foi uma região árida, um pontinho preto, de casas envolto em um mar de areia amarelada onde o Sol tocava o chão da mesma forma que o ferrete em brasa tocava o pelo dos Búfalos, e a luz, que era refletida naquela areia áspera, queimava os...

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Nessa cidade havia um sujeito chamado John, John Edward James. Ele trabalhava em uma lavoura de algodão que ficava a 2km da cidade e, obviamente, o problema gerado pela tomada da mina acarretou sérias consequências para a família de John. "Como é possível vender algodão quando se passa fome?", você pode se perguntar. A resposta é óbvia, meu querido leitor: não é possível. Foram longos 3 meses tentando achar algum comprador para toda aquela mercadoria, mas mesmo com montanhas de algodão, nada podiam fazer. Qualquer pagamento insignificante por aquele amontoado já seria bem-vindo para os trabalhadores do campo, que estavam entre tirar a barriga da miséria ou tirar as próprias vidas.

   Infelizmente, nenhum comprador apareceu, John precisava encontrar uma maneira de conseguir dinheiro, mas, ao contrário de alguns colegas, ele não quis participar da podridão oferecida no Velho Oeste. Ele sempre dizia: "Acostume-se com essa vida, só não siga a merda do caminho errado". O pobre homem tinha um senso de honestidade enorme e, entre as três opções disponíveis, descartou a ideia de entrar no crime, restando-lhe apenas duas alternativas: continuar passando fome ou tirar a própria vida. Para aquele homem de princípios, não havia ato mais covarde que o suicídio, e ele considerava morrer de fome uma opção mais digna - apesar de compreender o ato desesperado de alguns colegas que eram chefes de família e, envergonhados por verem suas casas passando fome, preferiram olhar para baixo com uma corda no pescoço e sucumbir ao seio angustiante da morte.

Em meio a essa confusão apareceram algumas opções para evitar a fome, John não gostaria de viver como ladrão, mas no Velho Oeste, todo vilão tem seus heróis. E é aí que surge a figura divina de um salvador maior, o Xerife. Um homem sempre carregando um grande chapéu e com seu cavalo, que na maioria das vezes é negro e forte, com pelo sedoso e crina bem cuidada, que usava botas com esporas em formato de estrela e cintilavam ao caminhar lento. O Xerife era o homem robusto que carregava uma estrela amarela no peito. Bom, pelo menos era assim antes da gangue de Michigan invadir a mina de ouro, o que resultou na morte de dois Xerifes, ambos em dois meses seguidos. Todos estavam amedrontados com aquilo.

 Todos estavam amedrontados com aquilo

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