Diane..
Eu... Eu estava lá de novo. Sentada em meio a um campo repleto de flores, em um lugar que não conseguia identificar, mas que, ao mesmo tempo, parecia tão... familiar.
O pôr-do-sol pintava o céu em tons alaranjados e rosados, enquanto uma brisa suave acariciava meu rosto, causando arrepios. Respirei fundo, deixando aquele ar puro encher meus pulmões.
- Quem me dera nunca sair daqui... - murmurei, fechando os olhos e me deixando levar pela tranquilidade daquele momento.
Inclinei a cabeça para a direita, e, de repente, choquei-me com o que parecia ser o peito de alguém. Levantei o olhar, mas a luz que emanava dessa figura me impedia de enxergar seu rosto. Tudo o que consegui distinguir era que parecia ser uma mulher, devido aos seios cobertos por um vestido branco, tão puro quanto a neve, e seus longos cabelos brancos que desciam até as coxas.
Sem dizer nada, a mulher começou a acariciar meu cabelo e a cantar. Sua voz era tão doce, tão angelical, que despertava em mim um sentimento de paz indescritível. Era como se eu a conhecesse desde sempre. Sem conseguir resistir, aconcheguei-me em seu colo, sentindo uma segurança que nunca havia experimentado.
- Minha filha... minha princesa... - sussurrou ela, depositando um beijo suave no topo da minha cabeça.
Abri os olhos, tomada por um misto de surpresa e curiosidade. Quem era ela? Por que me chamou daquele jeito? Tentei, a todo custo, enxergar seu rosto, mas...
Bip... Bip... Bip...
O som do despertador me arrancou daquele sonho. Abri os olhos bruscamente, desligando o alarme e me espreguiçando. Não dei importância ao sonho; afinal, sonhos eram só isso... sonhos.
Olhei para o relógio, que marcava dez horas da manhã. Levantei-me, fiz minha cama e minha higiene matinal. Ao descer para a cozinha, encontrei Sofia, já terminando seu café da manhã.
- Por que não me acordou para comer com você? - perguntei, sentando-me à mesa.
- E arriscar lidar com seu mau humor matinal? Nem pensar - respondeu ela, brincalhona, enquanto dava o último gole no café.
Sofia não era minha irmã biológica, mas eu a amava como se fosse.
Ela sempre me contou que me encontrou ainda bebê, abandonada e chorando em uma floresta, durante um acampamento que ela e os amigos fizeram para lidar com a dor da perda dos pais. Na época, ela tinha apenas 17 anos, mas mesmo assim decidiu cuidar de mim como sua irmã mais nova.
Sofia é tudo para mim: mãe, irmã mais velha e melhor amiga. Ela sempre foi honesta comigo, preferindo me criar sem segredos ou mentiras, e é isso que mais admiro nela. Apesar de todas as dificuldades, ela nunca soube amar pela metade.
- Vai trabalhar hoje? - perguntei, enquanto passava manteiga e geleia no pão.
- Uhum... Infelizmente, pra mim.
- Entendi... - tentei disfarçar minha tristeza.
Ela percebeu e segurou minha mão.
- Ei... Não importa que horas eu chegue hoje, nós vamos às compras, tá? Prometo.
Sorri, aliviada.
- Você é a melhor irmã do mundo.
- Eu sei, eu sei - disse, fingindo superioridade, o que me fez rir. - Falando nisso, sabe algo da Lucy?
Na mesma hora, bati na testa, lembrando que havia prometido ligar para minha melhor amiga e esquecido completamente.
- Eu me esqueci dela! - peguei o celular e mandei uma mensagem rápida, tentando evitar que ela fizesse um escândalo por eu não ter ligado. Sofia, por sua vez, não parava de espiar minha tela.
- Perdeu alguma coisa? - perguntei, arqueando a sobrancelha.
- Nada, só estava tentando confirmar uma coisa.
- O quê?
- Tem um garoto nessa história, né?
Olhei para ela, incrédula.
- Ham?
- Sei lá, ultimamente você anda muito grudada no celular.
Revirei os olhos, exasperada. Por que todo mundo assume que, quando uma garota está grudada no celular, é por causa de um garoto?
- Pode tirar seu cavalinho da chuva! Não tem garoto nenhum. Ando grudada no celular porque baixei um app incrível chamado Wattpad. Posso ler e escrever nele, só isso. Qual o problema?
- Diane... Você tem quase 18 anos. Precisa encontrar alguém.
Revirei os olhos novamente, ignorando seu apelo.
- Nem pensar. Se depender de mim, vou envelhecer aqui com você.
- Você só diz isso porque seu príncipe encantado ainda não chegou.
Antes que pudesse rebater, meu celular começou a tocar. Era Lucy. Atendi no mesmo instante.
Sofia também recebeu uma ligação - do namorado, John - e me deu um beijo na testa antes de sair às pressas.
- Tchau! - gritou, já na porta.
- Oi, Lu.
- Oi, Any! - respondeu Thaina do outro lado.
Thaina era minha melhor amiga desde o ensino médio. Eu nunca fui muito boa em socializar, mas ela mudou isso. Nosso primeiro contato foi durante um trabalho de química, e acabamos descobrindo que tínhamos muito em comum. Desde então, nos tornamos inseparáveis.
Ela era linda, com cabelos loiros que iam até a cintura, olhos castanhos claros e uma pele bronzeada de dar inveja.
- Recebeu minha mensagem? Vamos?
- Então, gata... - ela coçou a nuca, hesitante. - Me desculpa, mas prometi levar o Max no treino, e você sabe como ele fica quando eu quebro uma promessa...
Max era o irmão mais novo dela, e eu sabia o quanto ela o adorava.
- Não tem problema, Bae. Eu vou com a Sofia.
- Jura que não tá brava comigo?
- Juro. Além do mais, é só o shopping, não minha formatura. A gente marca outra saída.
- Ai, como eu te amo! Obrigada, gata.
- Também te amo.
Conversamos mais um pouco até eu terminar meu café. Despedimo-nos assim que entrei no meu quarto, pronta para o resto do dia.
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Luz e Graça❤️
FantasyToda sua vida Diane pensou ser uma simples humana, mas tudo muda quando ela descobre estar vinculada com Cleezys, um arcanjo, que a recusa de imediato Diana quer provar q e capaz de alcançar o seu verdadeiro potencial mesmo estando numa caixa de me...