DILF (Capítulo único)

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O clima estava pesado ali. Hashirama tinha todos os sentidos despertos e alerta naquele instante, pronto para apartar uma possível briga que podia acontecer a qualquer momento.

De um lado estava o seu filho adolescente, Obito passava as mãos pelo rosto e cabelos num ato tipicamente nervoso. Do outro lado, seu esposo Madara tinha uma expressão irritada no rosto, os punhos bem apertados como alguém que se segura para não cometer um homicídio.

A situação talvez até fosse engraçada quando se lembrasse mais tarde, mas era assustadora agora para si. Conviver com dois Uchihas geniosos podia ser desafiador às vezes.

E o pior de tudo é que não passava de mero espectador em meio ao caos. Após, numa tentativa de apaziguar as coisas, receber um "Melhor ficar calado ou vai sobrar pra você também, Hashirama!", preferiu seguir o conselho nada amigável do marido e apenas assistir, pronto para intervir, é claro, caso Madara se excedesse e voasse no pescoço do adolescente.

— Eu ainda não entendi, Obito... — Madara disse, o tom passivo agressivo perigosamente afiado. — Por que seus colegas não podem vir fazer o trabalho da escola aqui?

— Já te falei, pai! Aaaaah, você tá arruinando a minha vida! — O adolescente levantou a voz, mas bastou um olhar mais severo do pai para que recuasse, pedindo desculpas. Já estava encrencado demais para deixar o homem ainda mais irritado.

O Senju franziu a testa tentando entender qual era o ponto ali. Dois dias atrás, após ter sido pego matando aula, Obito foi colocado de castigo. Deveria ir da escola para a casa e da casa para a escola, conforme estabelecido por Madara em sua sentença. Ocorre que havia um trabalho de matemática para fazer, em grupo, e o filho insistia em sair do castigo para que o fizesse na casa de um colega, coisa que Madara foi completamente contra.

Não entendia o motivo de tamanho estardalhaço, visto que, se era um trabalho de escola, não havia porque Madara se opor com tamanha veemência, como vinha fazendo desde que o adolescente o informou da tarefa.

Na mesma via, também não entendia o motivo do filho estar se opondo tanto a trazer os colegas em casa. O garoto não costumava ser tão insistente, ainda mais a ponto de desafiar um Madara de péssimo humor após um exaustivo dia de trabalho, até porque, quem seria maluco de fazê-lo?

Aparentemente, Obito era o único louco capaz de algo do tipo, a sair com vida no fim, ao menos. Talvez com alguns puxões de orelha e gritos, mas vivo, e era isso que importava.

— Já chega, Obito. Essa é a minha última palavra: Não vai sair do castigo pra fazer esse trabalho, você ouviu? — O adulto finalizou, pegando o blazer no sofá com o intuito de subir para o quarto e tomar um banho.

Ainda apontou para o tênis do filho no caminho, indicando que o garoto o tirasse dali. E era bom que ele o fizesse antes que Madara retornasse do banho.

— Então não vou fazer e vou ficar com zero! — Obito lamentou dramático, a voz já um pouco chorosa, mas não o suficiente para deixar de ser entendida pelo pai, que parou na escada imediatamente.

— Tire um zero e estará de castigo até a faculdade! — Ameaçou, o tom assustadoramente baixo. — Isso se conseguir chegar lá com essas notas horríveis.

Às vezes Obito preferia que seu pai gritasse.

Com um suspiro derrotado, o adolescente se abaixou para pegar o par de tênis no chão, antes que fosse repreendido novamente.

Ainda intrigado, Hashirama esperou até que pudesse ouvir o som da porta do quarto ser fechada, momento este em que finalmente abordou o adolescente, em voz baixa. Se Madara percebesse, certamente o acusaria de estar lhe tirando a autoridade, então precisava ser cuidadoso ali.

D.I.L.F (HashiMada)Onde histórias criam vida. Descubra agora