Tʜɪʀᴅ

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"É perigoso se entregar por com completo para alguém, sempre há chance de que você saia despedaçado e esse tipo de machucado, geralmente, não se cura com facilidade."


Sarada cantarolou uma música que sua mãe cantava para ela na infância enquanto tentava se distrair de Boruto Uzumaki andando ao seu lado e falhando miseravelmente.

A presença de Boruto causava arrepios nela a todo instante, o cheiro dele que chegava a suas narinas a fazia querer se afundar nos braços dele, odiava seus instintos que a faziam olhar para ele a cada instante. Ela detestava tudo aquilo.

Detestava Boruto por estar jogando um jogo perigoso com ela, detestava não saber os motivos de tudo aquilo, detestava que todo o relacionamento deles soasse como uma marcha fúnebre — claro, ela estava contando com tudo o que acontece depois do pedido dele — e detestava mais ainda não estar com Boruto.

Ela tinha noção do caminho que escolheu, o caminho de ignorar tudo e focar em ser uma Hokage de verdade, mas ela ainda tinha sentimentos e todos eles a atraiam a Boruto.

— Ah, acho que é a hora perfeita para você me contar tudo o que está acontecendo... — O loiro quebrou o silêncio como se lesse os pensamentos dela.

— Bem, o que quer saber? — Ela revirou os olhos, o que Boruto queria com toda aquela conversa, afinal? — Pergunte e eu prometo tentar responder.

Isso aí, Sara, estou gostando de ver! — O Uzumaki sorriu vitorioso e quase fez Sarada sorrir. — Me conte, por que está me ignorando a tanto tempo?

Que eu saiba quem está me evitando é você. — Sarada voltou a responder. — Você foge quando eu vou a sua casa e nem esconde isso.

Já disse que estou te dando espaço. — Boruto devolveu, seu sorriso morrendo e um bico adorável se formando em seus lábios. — Sabe, temos um um ciclo aqui, você me ignora e eu sinto isso, aí te dou espaço, então você fica chateada e voltamos para o início, chega a ser irritante.

Sarada quase riu, era verdade. E aquilo, definitivamente, beirava ao ridículo, quantos anos eles tinham, afinal?

— Ainda não há nada a ser dito, Bolt. — A Uchiha chamou pelo apelido a muito usado e viu os olhos azuis do Uzumaki citado brilharem e clarearem um tom pela animação. — Estamos bem, acredite.

Os dois ficaram em silêncio enquanto se aproximavam da casa da Uchiha, sua antiga e nova casa.

A alguns anos, quando teve problemas com sua família e acreditou fielmente que Sakura não era sua mãe, a matriarca Uchiha acabou a destruindo — agora era engraçado, faziam muitas piadas com aquilo, mas naquele tempo fora quase desesperador —, mas agora ali estava ela, de pé novamente e um pouco maior do que antes.

Ela era quase igual a antiga, algumas melhorias foram feitas, mas a Uchiha conseguia ficar nostálgica a vendo.

Quando faltavam menos de trinta passos para que eles alcançassem a porta, Boruto se pôs a frente dela e a barrou.

Sarada, em um momento de distração, esbarrou nele, seus peitos deram um encontrão e ela teria caído, mas ele a segurou.

Logo quando abriu os olhos após seu susto notou que eles estavam a menos de um palmo de distância, os olhos azuis mais escuros do que o normal — Sarada sempre se surpreenderia em como os olhos de Boruto conseguiam variar, às vezes muito claros e às vezes muito escuros, chegava a ser impressionante e sempre tirava seu fôlego — a olhando como se ela devesse a maior das promessas para ele, sua mão direita segurando sua cintura com força e marcando como brasa o local que tocava, a Uchiha segurou a respiração quando sentiu o hálito quente de Boruto contra seu rosto.

Fᴜᴛᴜʀᴇ - BorusaraWhere stories live. Discover now