Broken,2039, San Diego. Califórnia.
Eu não posso ser a culpada.
Culpada por estar vivendo essa vida de merda e condenar-me a sentar na mesa dos escarnecedores. Jesus foi traído da mesma forma que encontro-me agora, sentado à mesa, com a taça de vinho sendo posta, os pães à mostra para enfeitar a mesa, as massas bem recheadas e bordadas, os sorrisos de canto na boca, fervorosos. Quem será o meu Judas? Meu querido e amado pai a quem condenou a minha vida ao propósito de salvar a humanidade, o sacrifício que reinou a paz e selou o avanço da ciência moderna, vocês não tem noção de o quanto vale ou significa para o mundo a assinatura de Matthew, corajoso o suficiente para arriscar o coração já desvanecido de vida da Broken, ao mundo. O seu sangue, suas renúncias, suas escolhas. Ao lado, Tia Sabi. Aparentemente, como todas as pessoas que vieram a se encontrar comigo dirão que sou mais que um protótipo, que sou a mulher prestígio, amada, socialmente forte e intensamente invejada. Aquela que leva um sentido na vida e a cada momento que respiro, tornando-me nada mais, nada menos que o caso mais curioso do século. É horripilante, e entendo, estar face a face da criação, com o que a ciência é capaz de fazer. Ressurreição. Posso ver nítido esse sentimento vindo dos olhares de meu avô, ele permanece perplexo com uma das mãos apoiadas em cima da mesa. Aposto todo o meu material de pintura que seus aparelhos auditivos conseguem captar o quanto o meu coração de lata está enraivecido.
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O coração que não sangra - Timothée Chalamet
Fanfiction[𝐄𝐌 𝐇𝐈𝐀𝐓𝐔𝐒] O ano era 2035, e o Doutor Chalamet, um engenheiro biomédico estava trabalhando incansavelmente no Protótipo C: um coração feito de fibra mecânica que simula as células do corpo humano. Ao saber do falecimento de uma garota, prop...