Capítulo 2 - Fire On Way

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- Hey, camarada. - gritei, depois de ver Dimitri passando direto pela rua da casa dos Dragomis. - Você errou o caminho. A casa da Lissa era lá atrás.

Dimitri ficou em silêncio, me ignorando totalmente. Eu estava bem mais irritada do que a hora que ele pegou a chave do meu carro. Quem diabos tinha dado a chave do meu carro para Dimitri? Eu ia matar Abe, Mase e Janine. Todos iam ver uma Rose bem revoltada na hora do jantar.

- O seu pai decidiu que a garota Dragomir não irá mais para os dias de aula com você. - disse Dimitri, sem nem ao menos tirar os olhos da estrada. - É mais seguro caso aconteça algum problema.

- Seguro para quem? - perguntei, maldosa. - Tem medo de sucumbir aos prazeres de duas adolescentes gostosas?

Dimitri não emitiu nenhum som ou expressão. Apenas permaneceu calado e me ignorando totalmente. Geralmente eram 30 minutos até a escola, mas hoje, estava bem mais demorado. Não tinha certeza se era pelo silencio de Dimitri ou pela sua falta de interesse em me dizer o que sentia por mim. Todos faziam questão de me dizer.

- Rose. - começou ele, em um tom de repreensão. Eu rolei os olhos. - Se estiver que escolher entre você e Vasilissa, eu vou escolher você. Por isso não seria seguro.

Senti meu coração se apertar por alguns segundos. Eu nunca pensei em passar por uma situação perigosa que colocasse minha vida em risco. Eu já tinha ficado bêbada algumas vezes e também escutado coisas no ouvido bem desagradáveis, de homens desagradáveis, mas eu nunca pensei em uma vida por outra.

E isso não ia acontecer, eu era bem guardada e protegida. E se precisasse proteger a Lissa com a minha vida, eu faria isso também. Eu faria qualquer coisa pelos Dragomis. Eram minha família.

Dimitri olhou para trás e me analisou para conferir se eu estava bem com as informações recentes e voltou sua atenção para a estrada. Como se só uma olhada fosse o suficiente para ter sua resposta. Idiota.

- É bom saber que eu consigo te deixar sem palavras. - disse ele, com a voz rouca. Ele quase parecia divertido.

Eu ri sem humor.

- Você não deixou. Eu estava pensando em como vou te enlouquecer. Eu fiz um bom trabalho com os outros seguranças. - Dimitri bufou baixinho. E então eu continuei falando, enquanto fixava meus olhos na janela. - Talvez pó de mico na cueca ou sapos. Ah, tachinhas no sapato! Ainda não me decidi.

- Só isso? - perguntou ele, com desdém. Eu relutei para não o encarar. - Isso é tão 10 anos.

- Qual seu problema comigo? - perguntei quase que em rompante. Dimitri parou o carro em frente à escola, mas parecia assustado com meu grito agudo.

Algumas pessoas também desciam dos carros, outras corriam pelo gramado verde em direção à entrada principal. Eu consegui ver Lissa e Jessy conversando perto de uma das árvores.

- Você é minha protegida e eu não gosto de adolescentes. - Dimitri mexeu-se para me olhar com mais clareza. Eu apenas o olhava incrédula. - Ouvi o bastante sobre você ser selvagem, mimada e inconsequente. Eu sou muito bom em manter pessoas selvagens na gaiola.

Eu sorri, de maneira forçada. Abri a porta do carro de forma violenta e olhei Dimitri pela última vez antes de descer do carro. Eu queria gritar com ele de novo, mas eu ia apenas confirmar sua tese de que sou um pouco mimada e selvagem. Talvez, bastante mimada.

- Se você for a gaiola, pode ficar à vontade para me domar. - falei, em um tom provocativo. Dimitri semicerrou os olhos para mim, ainda com uma de suas mãos no volante. Podia jurar que o auto controle dele estava à um fio. - Mas cuidado comigo, camarada. Porque eu vou me empenhar em fazer cada centavo do seu salário ser bem pago.

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