Capítulo 6 - Black Rose

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Peguei um dos livros em cima da mesa do escritório do papai e apertei como se fosse a última coisa no mundo que eu poderia segurar. André estava falando algo atrás de mim, mas estava abafado. Eu suspirei alto e com a mesma força que eu usei para apertar aquele livro, eu o joguei em André.

- Você é louca! - gritou ele.

O livro o acertou em cheio no braço esquerdo e André gemeu, enquanto passava a mal suavemente no local. Eu rolei os olhos.

- Uma louca boa de mira. - murmurei, enquanto cruzava meus braços em uma distância segura dele. André me olhou, ainda passando a mão no braço dolorido e respirou fundo. Ele está lindo. - minha mente disse.

Depois que ele foi embora, eu chorei e gritei para mim mesma que a culpa tinha sido minha. Eu não era esperta ou mais velha o suficiente para atender às necessidades dele. Quando começamos a namorar, eu tinha apenas 15 anos e ele era o cara mais gato da escola. André estava no último ano quando começamos a conversar sobre ele não ser mais virgem e eu ter medo desse novo passo.

Eu sabia que todas as minhas amigas não eram mais virgens e apesar de ser a mais atirada das quatro, essa era uma coisa que eu realmente tinha problemas para lidar. Elas sabiam e não me pressionavam ou falavam sobre o assunto, já André me pressionava psicologicamente sobre isso. Eu achava que no dia que ele fosse embora, eu ia saber lidar com isso um dia. Eu pensei que eu tinha medo. Mas não era medo. Ele só não era o cara certo.

- Rose. - repreendeu-me ele, em um tom ríspido. André passou a mão no cabelo espetado. Ele colocou a outra mão no bolso da calça e suspirou. - Eu preciso que você me dê uma chance. Eu não sou mais aquele babaca, já tem tempo desde o que aconteceu. Nós nunca conversamos sobre isso.

Minh boca abriu em protesto.

André deu um passo em minha direção, mas eu apenas recuei. Ele me olhou, com aqueles olhos esmeralda pedintes e sedutores. Eu odiava aquele olhar, ele sempre conseguia o que queria com ele. Assim como Lissa.

- Você foi embora. - eu gritei, apontando para ele. André fechou os olhos, tentando manter a calma. - Você me traiu com aquela vadia velha e foi embora.

- Ah, qual é Rose! - disse ele, sorrindo. - Ela não é tão velha assim.

Senti meu rosto queimar em protesto, assim como todo o meu corpo. Senti o grito preso em minha garganta e o olhar divertido de André me fez ficar ainda mais chateada com toda a situação. Em outro impulso, peguei o jarro de cristal em cima da mesinha de canto, perto do sofá de couro e joguei em cima de André.

Ela cambaleou para o lado, enquanto eu gritava por ter errado a mira. André arregalou os olhos para mim e depois ajeitou sua roupa ao corpo, tentando respirar. Ele quase tinha sido atingido e por Deus, ele sabia que eu poderia tentar de novo.

- Continua esquentadinha. - disse ele. - Eu gosto disso.

- Cala a boca. - gritei. - Seu babaca arrogante. Eu não vou me casar com você.

- Isso nós vamos ver, Rose. - disse ele, aproximando-se de mim. Seus olhos verdes estavam fixos nos meus. Seu perfume estava tão próximo quanto ele. - Eu vou te ter de volta. Isso eu prometo.

- Nem ferrando. - rosnei, perto de seu rosto. André tinha uma expressão debochada.

Empurrei seu corpo para longe de mim e passei por ele como uma bala. Ouvi sua gargalhada, enquanto ainda não tinha batido a porta do escritório de Abe e caminhei em passos largos para fora dali. Eu sabia que em alguma parte daquele lugar Dimitri e Alberta estavam escutando todo esse barulho e me admirava por Dimitri não ter vindo intervir.

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