CAPÍTULO 3

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Para a minha grandiosa sorte, quase tudo em mim estava em ordem mais uma vez. Talvez tenha sido o banho que tomei quando voltei para o quarto, ou talvez fosse o cochilo que tirei. Seja lá oque fosse, havia dado fim ao meu mal estar. Isso é, quase todo ele. Ainda havia um sintoma um tanto estranho, que eu jurava que eu fosse entrar em combustão a qualquer momento. Eu não estava mais suando, mas estava quente. Eu não tinha mais nenhum machucado, mas ainda havia uma parte que doía em meu corpo. Não em meu braço, não nas minhas costas, não em outro lugar senão uma parte pequena bem abaixo no meu corpo.

Fiquei ali parada, de frente para o espelho, já vestida como se eu fosse um presente. De minutos em minutos, eu olhava para a porta, me perguntando quando a minha amada apareceria. Já era tarde, e ela já deveria ter voltada para se aprontar. Parte de mim desejou várias vezes que ela tivesse feito isso antes, pois eu a queria. Eu necessitava dela, não apenas para me levar ao baile e se orgulhar de mim na frente de todos, mas também para me desembrulhar como se eu fosse o presente que aparentava ser. Eu queria aquelas mãos delicadas por todo o meu corpo, e me envergonhava por querer tão desesperadamente. Um pensamento tão impróprio, visto que enquanto eu estava vagueando, pensando no corpo nu dela, querendo fazer atos carnais mesmo depois de uma recém guerra, ela estava lá fora, trabalhando para que tudo fosse perfeito para a minha festa. Eu sabia que deveria parar de pensar daquela maneira ridícula, pois eu sabia que poderia simplesmente me esfregar naqueles travesseiros macios, e cuidar disso eu mesma se não me dirigisse a outra coisa.

Derepente, ouvi uma batida na porta, e corri depressa para atendê-la. Quando o fiz, meu sorriso se alargou e me conti para não agarrar a pessoa que se encontrava na minha frente.

"Eu senti tanto a sua falta".

"Eu também, minha querida", ela sussurrou daquele jeito amável que me deixava louca. "Sinto muito por ter te deixado só".

"Não se desculpe, apenas entre aqui. Eu preciso da sua...", exitei um pouco para continuar, pois ouvi alguns murmurinhos ali perto.

"Eu adoraria lhe ajudar, mas não poderei no momento. Eu estou acompanhada".

Mais uma vez naquele dia, achei que estivesse sonhando, pois de novo pensei que havia avistado um sorriso pecaminhoso nos lábios escuros que me atraiam para mais perto. Deixando mais uma vez o meu pensamento de lado, segurei o batente da porta e me inclinei um pouco para olhar para as acompanhantes que estavam ao final do corredor e que insistiam em ficar ao lado da minha rainha, bajulando ela sempre que eu estava fora.

"Seu braço parece ter melhorado", ela deslizou levemente os dedos em minha pele, proclamando cada palavra com um tom divertido, me fazendo cair em seus braços.

Me peguei com o coração acelerado, e não ajudou que meu centro correspondeu de uma maneira tão preparada. O toque foi tão pequeno que com quer outra pessoa não teria notado e muito menos sentido tão avidamente. Em situações normais, nem eu provavelmente. No entanto, aquilo estava longe do normal, e eu tive o pressentimento que ela sabia exatamente oque estava fazendo. Quando ela me afastou, se certificando de olhar profundamente em meus olhos, eu tive uma certa confirmação. Havia aquele olhar no rosto dela, aquele que para outra pessoa era gentil e inocente, mas eu sabia melhor.

"Mirana...", sussurrei baixinho, chegando perto dela. "Oque você fez?".

"Eu te curei".

"Você...", engoli um seco com o olhar faminto dela. "Você me drogou!".

"Acho que você pode chamar dessa forma também, minha menina", ela se aproximou, entrando no quarto, e eu recuei um pouco, com medo de que não pudesse me controlar caso não o fizesse.

O olhar dela e a maneira como se aproximava de mim a cada segundo não fizeram nada para acalmar meu coração que batia mais forte, por conta do último apelido. E mais uma vez naquele dia, eu amaldiçoei a voz dela. Amaldiçoei que os apelidos dela me fizessem tão bem, ao ponto de que eu poderia ter vindo ali mesmo.

"Não me olhe assim. Você mesma já havia me dito que queria um pouco de diversão".

"Isso é divertido para você?"

"E como não seria? Ver você submissa a sua rainha, necessitando pelo meu toque, caindo em meus braços. Será minha maior vitória quando eu tiver você se desmanchando apenas por minha causa".

Quando eu cheguei ao final da parede e ela finalmente me acalçoou, não pude evitar de me agarrar a ela. Era realmente incrível como o cheiro dela sempre estava extondiante, e sua pele sempre suculenta como um banquete. Não resisti a dar uma leve lambida seguida por mordida, em seu pescoço.

"Não podemos continuar assim, você sabe. Como poderia eu, a maior influência do reino andar por aí com uma marca roxa em mim?", ela deu uma risadinha divertida, se certificando que eu a olhasse.

"Tire esse vestido de mim", peguei umas mãos dela para por em um dos meus seios. "Por favor, eu preciso de você".

Normalmente, eu não faria aquilo. Não quando não tínhamos tempo, e muito menos quando tinha pessoas tão perto que ouviriam comquer som carnal que eu fizesse. Porém, era inevitável, e eu temia que a poção estivesse começando com os seus efeitos máximos agora. Mas para a minha sorte, Mirana, como já dito, sempre foi atenciosa.

"Seu pedido é meu comando, minha campeã".

Com o final desse pronunciamento, finalmente selamos nossos lábios. Me forcei a não gemer quando as mãos dela foram direto para o fecho do meu vestido. Para ajudá-la, me virei e esperei quando o momento de estar nua viria, mas foi em vão. Eu quase a parei para poder tirar eu mesma, visto que o novo vestido parecia ter um ajuste novo, cortesia do meu amigo, mas não tive tempo antes que ela usasse suas mãos habilidosas para subir o tecido do vestido e tocar direto no meu centro. Naquele momento, eu não pude evitar de gemer e ser calada pela outra mão dela. Realmente, tudo estava sendo divertido, e teria continuado assim se não fosse a missão de boas maneiras da minha parceira.

"Precisamos parar por agora", ela falou ofegante, tirando suas mãos do meu lugar necessitado.

"Não se atreva a parar agora!".

Já era tarde quando eu pronunciei minha decepção, pois ela já estava afastada, bem ao lado da porta e perfeitamente arrumada novamente. O único resquício de que estávamos juntas, era a mão que ela lambia casualmente, finalizando com a secagem em seu belo vestido caro. Eu tive que me sentar para respirar com a visão.

"Eu prometo a você que teremos tempo para isso depois, meu amor. Eu vou cuidar de você e estar a sua mercê".

Sem conseguir pronunciar uma palavra, apenas dei um leve aceno de confirmação em resposta, observando ela partir para infelizmente se arrumar em outro quarto, com outras mulheres. Mirana era a minha cura e também a causa do meu declínio.





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