Campeões Tribruxo e o Pesadelo

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Residência Malfoy, antes do ano letivo.

Draco estava em casa, deitado na sua enorme cama, observando o teto. Bom, Draco não estava realmente em casa, segundo o que ele sabe sobre o real significado de casa, ele deveria se sentir bem, em um lar que o acolhe.
E ele não sentia aquilo, o sentimento que Draco mais sentia naquele lugar era medo.

Todas as madrugadas, Draco era obrigado a acordar e ir treinar esgrima com os melhores tutores que seus pais poderiam pagar.
Poderia se pensar que seria uma atividade divertida e prazerosa praticar esgrima, mas na verdade lhe dava medo e doía muito.

Draco não podia errar, seu pai acompanhava todas as aulas e caso Draco errasse um golpe que seja, seu pai o golpeava com uma vara fina nas costas, e se demonstrasse cansaço ou fraqueza os golpes aumentavam.

— Você precisa ser resistente e forte — Era o que o seu pai dizia todas as vezes, logo depois de o golpear nas costas.

Sempre que as aulas acabavam, Draco subia ao seu quarto e olhava as suas costas em um espelho, as marcas dos golpes sempre ficavam o marcando por pelo menos uma semana. A "sorte" de Draco era que as aulas eram semanais, se fosse diárias talvez o jovem Malfoy não estaria aqui para contar histórias.

Todas as vezes após as aulas, Narcisa Malfoy subia ao quarto de Draco e o levava uma bolsa com gelo. Por mais que os seus pais o fizessem passar por muitas coisas ruins, Draco não conseguia odiar a sua mãe, ela nunca levantou um dedo sequer a ele. Mas o seu pai… como ele iria amar alguém que parece sentir prazer ao chicotear o seu próprio com uma vara de madeira? Draco o odiava.

— Por mim, essa palhaçada acabava — Era o que sua mãe sempre dizia, pressionando o gelo contra os calos nas suas costas delicadamente — Um absurdo, não faz sentido…

Draco sabia que sua mãe não aprovava nada do que Lucius fazia com ele, mas ela não podia simplesmente levantar e dizer "acabou". Se Lucius faz o que faz com o seu próprio filho, o que ele faria com ela? Draco obedecia a Lucius, mas não pela sua segurança, mas pela a da mãe. Ele não se importava se o seu pai poderia o matar, mas tinha medo do que ele faria com Narcisa.

Após uma das aulas, Draco estava deitado em sua cama, tentando dormir. Mas os calos em sua costa não o deixava, aquilo ardia fortemente mesmo após sua mãe massagear sua costa com uma bolsa de gelo.

Draco levantou de sua cama e decidiu que iria andar pela mansão, para esvaziar a mente. Infelizmente, como tudo na sua infeliz casa, seu pai estava conversando com alguém na sua sala de estar.

— Eu preciso que o garoto aceite este lugar! — Uma voz grossa e desconhecida dizia, como uma ordem a Lucius.

— Claro senhor, mas porque? Potter deveria sair? Não? — Draco os espiava pela fresta da porta.

— Apenas faça o que eu mandei, estúpido. Se não consegue focar em uma missão simples como essa… sinceramente Malfoy!

— Perdão senhor…

— Não me surpreende essa ação vindo de você, me diz, porque os treinos de esgrima? — A voz desconhecida parecia gesticular bastante.

— Apenas para o manter em forma é claro…

— Por mais que meu nome não seja a prova viva disso, mas o que você faz é tortura! Meu pai pode ter sido o pior que foi, mas jamais me torturou. — A voz parecia dizer sem se importar muito — Nós recebemos quem prática tortura…

— Eu não o torturo!

— Cuidado com o tom, Malfoy. Imagino que não queira vivenciar o seu pesadelo, não é?

𝐵𝑢𝑟𝑛𝑖𝑛𝑔 𝑃𝑖𝑙𝑒Onde histórias criam vida. Descubra agora