Imgines Familia Shelby

Thomas Shelby - Quem eu sou

Aviso: Pode conter gatilho sobre suicido, falta de aceitação.

Você se olhou no espelho, lágrimas rolando silenciosamente por sua bochecha pálida. Você não podia mais esconder isso. Era quem você era e você não queria mais fingir. Você não sabia que perderia sua família como resultado disso. Eles odiavam você. Eles não queriam nada com você e ficaram enojados. Eles não lhe contaram essas coisas, mas você podia ver em seus olhos cada vez que olhavam para você.

Você pensou que seria apoiado pelas três pessoas mais importantes da sua vida. Você se lembra de quando convocou uma reunião de família e contou a eles. Sua mãe chorou e foi embora - ela sempre quis uma menininha e a notícia partiu seu coração. Seu pai bateu o copo na mesa, fazendo-o quebrar em um milhão de pedaços. Seu tio John. A única pessoa com quem você era mais próximo e podia contar tudo também, ele te afastava toda vez que você tentava abraçá-lo. Ele não iria olhar para você ou mesmo reconhecê-la.

Você já havia tentado cortar o cabelo antes, mas sua mãe a pegou sentada na frente do espelho, seu longo cabelo castanho estava torcido em sua mão e a tesoura estava tão perto.

"Não se atreva. Nem mesmo vá lá." Sua mãe estalou quando viu o que estava prestes a acontecer.

"Mas mãe, eu não gosto disso. Eu não quero mais ser uma garota, eu pensei que nós já tinhamos conversando sobre isso." Algumas lágrimas escaparam, mas sua mãe não se importou.

"Você vai fazer o que eu disse, mocinha." E ela bateu a porta do quarto, deixando você chorar no travesseiro. Você acabou chorando até dormir naquela noite, desejando poder ser normal e perguntando a Deus por que você tinha que ser tão diferente.

Naquela manhã você acordou com seu pai, Tommy, sentado na beira da sua cama. Seus olhos se abriram e ele enviou um sorriso suave em sua direção.

"Sua mãe me contou o que aconteceu. Por que (S/n)?" Tommy suspirou quando você não respondeu ele continuou sabendo que você não ia falar.

"Vamos, acorde. Temos um jantar em família hoje, vá colocar sua maquiagem e aquele lindo vestido vermelho. Esta é apenas uma fase e você vai superar isso. Eu prometo." Tommy deixou você em paz, enviando um último sorriso em sua direção.

Todo mundo em Small Heath agora sabia sobre a filha Shelby que estava indo para o inferno, tudo porque ela não se sentia confortável em seu corpo.

Você foi provocada e insultada e chamada de nomes horríveis. Você desceu a rua com a cabeça baixa para que ninguém pudesse ver suas lágrimas. Você se recusou a mostrar a eles que suas palavras machucavam quando, na realidade, as palavras cortavam profundamente. A única coisa pior do que as palavras deles eram os olhares e comentários que você receberia de sua única família.

Então agora aqui estava você. Noite de sexta-feira. Quase na hora do jantar em família. Ninguém sabia que você não tinha intenção de aparecer. Você ficou olhando as lágrimas rolarem pelo seu rosto e cairem do seu queixo.

"Por que não posso ser normal?" Você sussurrou. Você se levantou e caminhou em direção a sua cama, onde uma roupa foi colocada. Consistia em: uma das camisas de Tommy, um par de calças, o casaco comprido de Tommy e um chapéu Peaky. Você já cortou todo o seu cabelo.

Você rapidamente se trocou e se examinou no espelho e, pela primeira vez em muito tempo, sorriu. Você finalmente estava feliz consigo mesma. Este é quem você deveria ser o tempo todo.

Você se sentou na frente do espelho mais uma vez e virou a lâmina em suas mãos. Eles não ficariam chateados. Eles nunca quiseram um filho. Eu vou para o inferno de qualquer maneira, você pensou consigo mesmo. E com esse pensamento, você coloca a lâmina contra seu pulso e corta.

"Eles não entendem." Você sussurrou.

Você não olhou para o sangue, você nunca gostou do suspiro dele. Em vez disso, você viu uma única lágrima escorrer pelo seu rosto e sorriu. Você finalmente foi quem você deveria ser.

Poucos minutos depois, a porta do seu quarto se abriu, Tommy estava ficando impaciente e não queria mais esperar por você.

"(S/n)? Por que diabos você está demorando tanto?" Tommy logo parou quando viu o sangue pingando no chão. Ele correu até você e tentou parar o sangramento, mas não conseguiu. Ele verificou seu pulso, mas era tarde demais. Seu bebê se foi. Ele chorou silenciosamente enquanto abraçava seu corpo e foi só então que percebeu o que você estava vestindo. Você estava vestindo as roupas dele e em seu rosto estava o fantasma de um sorriso.

"Eu sinto muito, baby. Eu deveria ter dado mais apoio." Tommy chorou silenciosamente até que seus irmãos o puxaram para longe. Eles o encontraram abraçando você quando ele não voltou lá embaixo por um tempo.

Era o dia do funeral e todos estavam em silêncio mortal. Eles odiavam o que você tinha feito, mas sabiam que em parte era culpa deles.

"Eu cheguei tão fodidamente perto de aceitá-lo." Tommy inclinou a cabeça para trás e sussurrou para o céu, algumas lágrimas ameaçando derramar.

"Eu sinto muito. Eu te amo... Filho."

E Tommy sabia que onde quer que você estivesse agora você estava feliz e só esperava que você ouvisse as palavras dele.