Capítulo I

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POV Melissa

Como eu pude ser tão estúpida? Logo eu, que sempre tomo cuidado com tudo que sempre faço, fui treinada para não confiar em qualquer um. Mas porra, é o meu pai, como não iria confiar? Agora por conta de uma assinatura, posso ter mudado completamente o destino da minha vida. Para quem não está entendendo nada, vou começar do início.

Sou delegada da polícia federal russa, apesar de ter nascido na Inglaterra. Quando meus pais se separaram, minha mãe saiu de casa e eu vim morar com meu pai na Rússia.

Ontem, recebi das mãos de meu pai um contrato, que até então era para afirmar que estava ciente e de acordo sobre a transferência da nossa casa na Inglaterra para o meu nome. Eu havia acabado de chegar do serviço, estava tarde e meu cansaço estava pesando, apenas assinei o contrato, confiando nas palavras de meu pai, sem ao menos ler sobre o que se tratava.

Até que hoje de manhã, recebo uma mensagem. Era um número privado, dizendo que estava ansioso para me conhecer e que graças ao meu pai, Michael Lockwood, isso aconteceria em breve.

Assim que recebi essa mensagem, liguei para meu pai imediatamente para saber do que se tratava e ele não atendeu o telefone. Então resolvi ler a segunda via do contrato que eu havia assinado, e meu telefone simplesmente escorre de minhas mãos encontrando o chão.

Meu pai, havia me feito assinar um contrato, onde eu deveria me casar com ninguém menos que Ivan Petrov, líder da Bratva, a máfia mais perigosa da Rússia. A polícia já estava na cola deles a anos, mas nunca conseguimos pegá-los.

Pego o telefone do chão e tento ligar para o meu pai. Todas as cinco tentativas foram falhas, ele não me atendeu em nenhuma. Penso em ligar novamente, quando escuto alguém bater na porta. Seja quem for, estava realmente empenhado em falar comigo, pois parecia querer quebrar a porta com tantas batidas. Vou em direção a mesma, quando abro, dou de cara com um homem enorme, com seus cabelos loiros e olhos claros, com uma barba ainda por fazer. Ele me encarava com uma expressão nada contente.

– Perdeu alguma coisa na minha cara? – pergunto sem nem um pingo de paciência

– Posso entrar? – escuto sua voz rouca, um tanto quanto sexy

– Não! – falo e começo a fechar a porta, até que o homem me impede, colocando a mão e empurrando a mesma

– Irei entrar de qualquer forma! – ele fala, forçando sua entrada

Atrás dele, vem quatro brutamontes, pareciam ser seguranças.

– Eu posso te prender por isso sabia? Invasão de propriedade privada. – falo cruzando os braços, ele me encara de cima a baixo. Continuo com minha postura rígida, não me deixando abalar.

– Típico de uma policial, mas essa marra não vai funcionar comigo, Melissa. Seu pai realmente falou que você não seria nada fácil... – ele fala e vai em direção a cozinha – Tem algo para comer?

– Primeiro, como sabe o meu... – então eu começo a juntar os pontos – Ivan Petrov.

– Em carne e osso. – ele vem em minha direção, depois de já ter vasculhado toda a geladeira – Enfim, agora que sabemos os nomes um do outro, vamos logo, a viagem é longa e não quero demorar mais.

Dou uma gargalhada e apoio uma de minhas mãos na bancada, onde logo embaixo havia uma glock 9mm.

– Você perdeu a cabeça, ao achar que eu vou sair daqui com você. – com um rápido movimento de mãos, retiro a arma de debaixo do balcão, apontando para o rosto de Ivan

Quase que no mesmo instante, vejo por minha visão periférica, quatro armas sendo apontadas para mim. Mas não deixo me intimidar, continuo apontando a Glock para Ivan. O russo solta uma gargalhada, puramente sínica.

– Se fosse qualquer outra pessoa, estaria morta agora, apenas por ter me desafiado. – ele rapidamente me desarma, jogando minha Glock para um de seus guardas e eu rendo minhas mãos frustrada comigo mesma – Você é corajosa, talvez seja seu treinamento, admiro isso, um pena que estamos presos por um contrato, caso contrário não hesitaria em matar você por ter me desafiado assim.

Ele me encara com raiva e logo faz um aceno para que seus seguranças guardassem suas armas. Vejo um deles indo em direção ao meu quarto e depois de alguns minutos, voltando com várias roupas minhas.

– Toma mais cuidado com minhas coisas! – falo, mas sou praticamente ignorada por ele, que sai pela porta – Você simplesmente quer que eu deixe tudo pra trás? Eu tenho uma casa, amigos que se importam comigo, tenho um emprego, que aliás, eu poderia te prender simplesmente por ser quem você é. - falo me dirigindo para Ivan, que parecia completamente distraído com algo em seu celular

– Você tinha um emprego, acho bom deixar claro. Porque, acaba de ser entregue para o RH da polícia federal russa, sua carta de demissão, que foi muito bem escrita, para ser sincero. Então não teremos problemas. – ele dá um sorriso de canto, mas logo volta a me encarar com uma feição séria – Não se pode confiar em amigos, ainda mais alguém que se encontra na sua situação. E sobre sua casa não se preocupe, para onde vamos, cabem duas da sua.

Quando vou responder, ele me interrompe.

– Chega de falatório, vamos logo! – ele tenta me puxar pelo braço, mas em um movimento rápido, pego seu braço e torço por trás de suas costas

Escuto um resmungo de dor, sair de sua boca.

– Se eu girar um pouco mais, quebraria seu braço facilmente. – aperto mais um pouco e outro grunhido de dor sai da boca de Ivan

Até que escuto o barulho de uma arma sendo destravada, bem perto do meu rosto.

– Acho que você não percebeu que está em menor número, e ainda desarmada. – um dos seguranças de Ivan fala, apontando sua arma para mim

Tudo bem que ele não poderia me matar, mas nada impede ele a me dar um tiro em qualquer parte do corpo. E só quem já levou um tiro, sabe que a dor vem queimando de dentro para fora, é terrível, então decido soltar o braço de Ivan.

– Nós dois podemos até jogar o mesmo jogo, mas eu sempre venço no final. – o russo fala firmemente para mim e eu sou praticamente obrigada a sair de minha casa e entrar dentro do carro
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⏰ Última atualização: Apr 07, 2022 ⏰

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