MD (A droga do amor)

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"Não sou mais a mesma.
Eu sei que não sou boa sozinha"
-Biazin

2021
18 de Agosto, 10:02 da manhã

dei o último ponto no casaco velho e vermelho, não estava em seu melhor estado mas dei o meu melhor. graças a minha madrasta adquiri habilidades em costura. também consegui dar uma leve limpeza no casaco mas não adiantou muito por ele realmente ser velho, mesmo assim eu passei a madrugada enrolada nele como uma coberta mas Day não precisaria saber disso. me levantei da cadeira jogando ele por cima dos ombros o vestindo, dei uma levantada no braço vendo que o rasgo que antes tinha ali tinha ido embora e sorri por ter concluído meu plano com sucesso. levei um leve susto quando a porta do meu quarto recebeu três batidas rápidas, nem respondi. a porta apenas foi aberta

-Que casaco é esse? Não é o tipo de casaco que você usaria

-O que? Isso é a última moda, tente se atualizar Florence

respondi a mais velha parada na porta me analisando por completo, mesmo eu não sendo do tipo fácil de ler a Florence me conhecia de certo jeito. conhecia minhas manias e implicâncias, e com certeza usar roupas bregas eatava fora de cogitação pra mim. não é também como se esse casaco fosse o mais feio e ultrapassado do mundo mas agasalhos grandes com as mangas largas só eram usados por mim em invernos fervorosos mas mesmo assim roupas largas não ocupavam meu corpo. sempre um conjunto de largo com curto e justo, um casaco grande com um short apertado

-Isso tem alguma coisa a ver com aquela mulher que dormiu aqui?

ela falou baixo e tentava ser cuidadosa nas palavras para não parecer indelicada, ao citar Dayane eu pude sentir minhas bochechas queimarem mas eu tinha que manter a postura com a mais velha. fazer o que eu sempre fazia, me fazer de sonsa ou mentir. eu odiava ficar usando essa máscara pesada e penicante de ser uma mimadinha grossa mas a Cacá já fazia parte de mim. se tornou uma casca grossa, inquebrável na qual eu pretendia levar comigo por anos. é mais fácil assim. sem ter que me explicar, apenas deixar as pessoas pensando "ah é só mais uma das crises de mimada dela". eu nem me importava mais, mesmo cansada, ainda sou eu. pelo menos era o que eu pensava. tive que abaixar a cabeça para não revelar as minhas emoções e pensar em uma desculpa qualquer

-Que mulher? Ah me poupe Floflo, isso é de um dos Nunes. Lana me pediu para ajeitar um rasgo, sabe que sou a melhor na costura

-Eu não dúvido disso, querida. Mas eu queria falar outra coisa com você

observei Florence coçar a garganta sem jeito se escorando na porta do meu quarto, fiquei um pouco mais tensa. o que seria tão sério para ela quase entrar no meu quarto? a loira nunca fazia isso. evitava invadir minha privacidade e eu amava isso. por fim, a encarei levantando a sobrancelha interrogativa sobre o assunto. mesmo muito curiosa tebtava exalar completa naturalidade e indiferença

-Sobre você arrumar um emprego-

-Não precisa se preocupar, começo em um hoje

-Pode me dizer pelo menos o que faz?

-Não importa! Agora não preciso mais do seu cartãozinho de crédito insignificante

sorri sarcástica para a mais velha que me olhou cabisbaixa, eu estava a machucando assim como faço com todos mas não posso evitar. essa sou eu a bastante tempo. porque todo mudo simplesmente não só aceita? a Carol foi embora, existe somente a Cacá. como eu me arrependo de ter ficado tão vúlneravel para a Limns, parece que ela tem a porra de um raio X e quando eu vejo...ela simplesmente me leu por inteira e isso não é fácil de se fazer. tento culpar todo nosso tesão ou talvez tensão sexual mas essas palavras as vezes parecem tão pouco para os arrepios que ela causa em meu corpo. sai de meus devaneios loucos ao ouvir o suspiro cansado da mulher em minha frente que estava provavelmente cansada de minhas grosserias mas cansada demais também para brigar comigo

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