CAPÍTULO 5 - DEPOIS DO CARNAVAL

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Os dias no bloco se seguiram na normalidade, não quis mais ficar com ninguém, e não vi mais sinal de Lucio, nem Eduardo e nem José. Era noite de quarta-feira de cinzas e minha mãe havia ido pra missa junto com minha irmã e eu fiquei lendo uma das obras que cairiam no vestibular, porém o som da campainha toca me tirando a concentração e vou até o portão saber quem é, mas quando abro...

-Cheguei! - Era Eduardo, perfeitamente bonito uma bermuda jeans, uma camisa pólo e tênis.

-Ah, é você?

-Nossa, parece que nem ficou feliz em me ver!

-Realmente não.

-Suelem, dá uma tregua vai! Vim te convidar pra tomar um sorvete!

-Sorvete? Não sei. - Aquilo tava muito estranho, não parecia o Eduardo do clube, mas como estava de bobeira resolvi aceitar.

-É, pode ser. Mas vou ter que me arrumar.

-Claro, fico aqui fora te esperando.

-Não! Você vai sair e eu aviso quando tiver pronta.

-Então me passa seu telefone. Mas porque não posso ficar aqui?

-Porque nao quero que minha mãe te veja e pense besteira!

-Então vou ficar e conhecer a sogrinha!

-Então eu não vou tomar sorvete com você!

-Tá, ta bom. Eu saio e te ligo daqui a meia hora pra saber se vc ta pronta, me passa teu numero. -Relutei, e só depois vi a besteira que ia fazer, dar meu telefone pro chiclete do Eduardo.

-Hum, anota ai... -Passei meu telefone e entrei, ainda me perguntando se eu estava fazendo o certo.


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Minutos depois meu telefone toca, estava já passando o batom, quando atendi...

-Alô?

-Princesa, ta pronta? To na porta!

-Tô saindo! - Tinha que sair logo antes que minha mãe chegasse e visse ele, mandei um SMS pra ela avisando que ia na sorveteria mas não demorava e sai. Quando entrei no carro...

-Meu Deus! Que cheirosa!

-Hum, o nome disso é perfume!

Eduardo sorriu e perguntou pra qual sorveteria iríamos, decidi ir para a do bairro, afinal de contas, não queria que ninguem me visse com ele.

-Vou querer um creme com passas. - Disse para a atendente.

-Eu quero chocolate. - Disse Eduardo.

A atendente entregou as taças de sorvete e sentamos numa mesa próxima, Eduardo contou que era amigo de Rafael há muito tempo e que ganhava dinheiro ajudando ele e vendendo carros. Resolvi então ser incisiva...

-Eduardo, porque não me deixa em paz?

-Porque eu tô apaixonado por você. Você não sai da minha cabeça, desde quando te vi com aquela long neck na mao que não esqueço de você. - A resposta dele foi como um soco no meu estômago.

-Eduardo, isso não existe! Sai com você pra tomar esse sorvete pra enfim, ver se você desiste e entende que não quero nada contigo!

-Só que pra mim não tem essa! Quero você!

-Eduardo, não vamos continuar isso! Só quero que entenda que não te quero!

-Você vai mudar de opinião!

Terminamos o sorvete e pedi pra vir embora, ele veio me deixar mas quando ia saindo do carro.

-Obrigada pelo sorvete Eduardo.

-Eu que agradeço sua compania, foi otimo! Quero te ver de novo.

-Não sei se isso será possivel. - E sai do carro. Deixando Eduardo sem direito de resposta.

360° GrausOnde histórias criam vida. Descubra agora