🔱Capítulo 10🔱

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Capítulo 10: O final 

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Capítulo 10: O final
 

 Desde a morte do príncipe Lan Wangji a família real tinha se fechado. Todos ainda estavam muito abalados e tudo parecia um maldito pesadelo. O Imperador Lan foi o primeiro a dar um passo adiante para que sua família seguisse em frente.
 
       O alfa aos poucos tentava voltar a suas obrigações mantendo sua mente ativa e fazendo o possível para consolar seu amado, o ômega que sempre a flor mais brilhante do reino parecia ter se apagado. Havia dias que o mamã de Xichen não saía do quarto ou se alimentava direito, passava a maior parte do tempo no quarto de Wangji cuidando e olhando suas coisas, se segurando nas boas lembranças para não enlouquecer.  Por meses ficou à base de remédios para suportar a dor de perder seu filho caçula.
 
     Não foi diferente com Jiang Cheng, o ômega precisou de muito esforço para conseguir ajudar minimamente seu marido. O sorridente e extrovertido Xichen parecia não existir mais, por diversas vezes o ômega acordou de madrugada e encontrou a cama vazia, ele sempre sabia onde o marido estava.
 
       Naquela noite ele acordou sentindo um incômodo no seu ventre e mais uma vez percebeu que estava sozinho no quarto. Ele se levantou da cama pegando seu robe e saindo do quarto, ele passou por alguns guardas enquanto se encaminhava para seu destino. O Palácio se tornou frio por um tempo, até mesmo com funcionários pareciam sentir o impacto da morte prematura do príncipe. 
 
         O ômega foi direto para a cripta da família Lan onde as cinzas de Wangji estavam, o lugar era todo em mármore branco e  tinha um quadro enorme com uma pintura do príncipe, sua espada e sua coroa descansavam ao lado da urna.
 
       — Eu sabia que iria te encontrar aqui. — Jiang Cheng  se aproxima abraçando o marido por trás. O alfa fez um carinho nos braços do marido, mas não tirou os olhos das coisas dos irmão.
 
       — Desculpe-me. Eu fiquei sem sono e não quis acordar você. – o alfa disse baixo.
 
       — Está tudo bem, querido. Mas deveria tentar dormir um pouco. Você tem dormido muito mal ultimamente e eu estou preocupado.
 
       — Eu sei, me desculpe. É só que  dormir tem sido o mesmo tormento que ficar acordado.  Não sei o que é pior, ter pesadelos com meu irmão naquele caixão ou sonhar com os bons momentos que tivemos. Em todo caso ambos são igualmente dolorosos. – ele se vira abraçando o marido deixando algumas lágrimas caírem.  Jiang Cheng passava as mãos pelas costas do alfa o consolando. Aquele ato se tornou tão corriqueiro entre eles nos últimos meses que já era algo esperado.
 
      — Vamos para o nosso quarto, você precisa descansar. – o alfa se deixou ser levado, os cabelos soltos, ombros caídos e olheiras profundas se tornaram comum entre eles.  O ômega sentia falta de ver o sorriso no rosto do marido e o fato de Wen Chao  não ter sido encontrado ainda não ajudava em nada na paz de espírito daquela família.  
 
         Jiang Cheng ajudou o marido a se deitar e o alfa  trouxe o marido para perto dele.
      — Me prometa que você não vai morrer antes de mim. – ele disse baixo. Xichen não podia imaginar uma dor como essa, ele pensava em como Wei Ying  estaria conseguindo lidar com a partida do irmão.
 
      — Que conversa doida é essa?
 
      — Me prometa! Eu juro que não vou suportar enterrar você, não importa com qual idade você esteja. Eu não terei forças para continuar se tiver que passar por isso de novo.
 
   O ômega entendeu o desespero do marido, e o abraçou fortemente.
       — Eu prometo! Prometo que não vou morrer antes de você. Agora descanse, meu amor.   
 
        Xichen adormeceu fazendo carinho na barriga do marido.
 
      No dia seguinte a família estava reunida na mesa do café da manhã, calmo e silencioso. Xichen quando estava na frente de seus pais tentava o seu melhor para demonstrar alguma força, já que seu mamã parecia desmoronar a cada dia.
 
       — Alguma notícia de Song Lan e Xue Yang?  – Xichen perguntou ao pai.
 
        Os guardas de Wangji estavam numa missão pelo país em busca de qualquer informação que levasse ao paradeiro de Wen Chao e sua família.  
 
     Eles nem mesmo esperaram o luto para agir, três dias depois da cremação de Wangji eles pediram permissão ao imperador para que  todas as suas funções com a guarda fossem apenas voltadas para a captura de Chao.  Meses haviam se passado e eles continuavam com suas buscas de maneira feroz. Deixando Xichen e o Imperador cientes de suas descobertas e novas pistas.   
 
        Todos os alfas conversavam de maneira amena na mesa, enquanto o mamã de Xichen apenas remexia a comida e parecia nem estar ali. Jiang Cheng  que sentia um incômodo desde a noite passada estava concentrado na própria dor naquele momento, ele não quis preocupar ninguém, no entanto ele apertava os talheres com tanta força que estava quase os quebrando.
 
       — Marido? – ele disse baixo, porém Xichen estava concentrado na conversa com seu pai. Mas logo o ômega sentiu algo escorrer entre suas pernas e temeu que alguma coisa estivesse errada com seu bebê. — Xichen Caralho, Olha pra mim!
 
    Ele gritou e  todos olharam surpresos para ele.
       — A-Cheng! — O alfa disse surpreso pela atitude do marido.
 
       — Me desculpem pelos modos, mas acho que tem alguma coisa errada com nosso filho. –  ele diz choroso e Xichen toca em sua mão, o Imperador ômega logo se levantou indo até o genro.
 
       — O que aconteceu, querido?
 
       — Eu acho que acabei de molhar minhas roupas. – admitiu envergonhado. – Eu também estou sentindo dores na minha barriga, eu achei que fosse parar,  mas elas estão cada vez mais fortes.
 
       — Oh! Pelos deuses, querido. Sua bolsa estourou e você está em trabalho de parto.
 
       — O quê? Não é possível. O médico disse que ainda faltava algumas semanas. – ele se apressou em dizer, porém logo em seguida uma contração muito forte veio o fazendo segurar um grito.
 
       — Bom, querido genro. Seu filho não concorda com ele. Xichen, leve-o para o quarto  que vou providenciar tudo.
 
    Sem esperar Xichen pegou o marido no colo  e com cuidado o levou para o quarto. Durante o trajeto ele parecia tão assustado quanto Jiang Cheng que respirava com dificuldade.
 
       — Pelos deuses, diga alguma coisa. – o ômega disse.
 
       — Desculpe, eu não sei o que dizer.  Você está sentindo dor e nosso filho pode estar sentindo também. E eu não sei como ajudar nenhum dos dois, eu sou um péssimo pai e um péssimo alfa.
 
     Mesmo que estivesse com muita vontade de socar o marido naquele momento, o ômega juntou o último resquício de sanidade que lhe restava para acalmar o marido.
 
      — Eu sei que você esta assustado, sei que está pensando em tudo o que pode acontecer de ruim nesse momento. Mas por favor, eu preciso que você fique calmo para que eu também possa ficar. Nada vai dar errado, nosso filho vai ficar bem. – disse imaginando que Xichen estivesse pensando no irmão.
 
 Eles chegaram no quarto e o alfa o deitou delicadamente na cama, Jiang Cheng gritou alto com a contração que teve. Por sorte o médico e o ômega entraram no quarto.
 
      — Filho, acho melhor você esperar lá fora. – o ômega alertou.
 
      — Me perdoe, mamã. Mas eu não vou sair do lado do meu marido.  
 
      — Vocês podem discutir isso outra hora, tem uma criança querendo sair de dentro de mim! – o grávido gritou e Xichen se colocou ao lado dele. — Já vou avisando que não vou passar por isso novo. Você que arranje um útero porque no meu seus coleguinhas não entram mais. – ele se lamentou.
 
        — Alteza, eu vou  examina-lo agora. Por favor, tente não me chutar. – disse o velho médico beta com um medo real de ser chutado pelo ômega.
 
     Com a ajuda do Imperador ômega o médico retirou a parte de baixo da roupa de Jiang Cheng o examinando. Pobre ômega apertou a mão do marido com tanta força que ele mau acreditou que não havia quebrado alguns ossos com aquilo.
 
        — Que nosso filho seja lindo e saudável, porque nem fudendo eu vou passar por isso de novo. — ele diz e Xichen e seu mamã riem.
 
       — Alteza, você precisa fazer força. Seu filho já está pronto para nascer. Príncipe Xichen libere a maior quantidade de feromônios que conseguir, seu esposo vai precisar porque agora é o momento mais doloroso para ele.
 
        — Como é que é? Vai ser mais doloroso?
  
         — Alteza, por favor se concentre. Príncipe, seus feromônios.
 
         — Claro. – logo o cheiro amadeirado de  inundou o quarto e Jiang Cheng respirou fundo.
 
        — Alteza, conte até  três e empurre com toda força que puder. – o médico pediu.
 
 Jiang Cheng  nunca teve medo de nada na vida, mas ele não podia negar que estava assustado naquele momento.
 
       — Não se preocupe,  amor. Eu estou aqui com você. — Xichen tentava acalmar o marido.
 
   O ômega fez exatamente como o médico orientou, e ele odiou como ele estava certo porque a dor que ele sentiu naquele momento ele jamais saberia descrever.
 
        — Isso, meu amor. Você consegue.  – Xichen tentava ajudar o marido de alguma maneira.
 
        — Está quase lá, alteza. Falta pouco.
 
         — Eu não aguento mais. – Ele choramingou.
 
        — Jiang Cheng  você é um dos ômegas mais  incríveis que eu já conheci. Vamos lá, meu amor. Só um pouco mais de força. — Xichen se colocou atrás do ômega que estava numa posição meio sentado.  
 
       Jiang Cheng  respirou fundo antes de continuar a fazer força  até que um alívio se instaurou no seu corpo e o som do choro preencheu o quarto. O médico cuidou do bebê e o Imperador ômega já aguardava com uma manta para recebe-lo.
 
        — Ele está bem? Aconteceu alguma coisa? Porque ele está chorando tanto? – Jiang Cheng perguntava sem parar. — Eu fiz certo?  
 
        — Não se preocupe, querido. O filho de vocês está bem, ele só está chorando porque acabou de nascer, é normal. Aqui, pegue o seu filho. – o ômega entregou o pequeno pacote  para seus pais.
 
        Xichen chorava e sorria  e nem percebia, já Jiang Cheng  temia derrubar ou apertar aquele pequeno ser em seus braços, mas bastou olhar para o marido e seu sogro para se sentir aliviado. Era a primeira vez em meses que ele os via sorrindo  de maneira sincera. 
 
        — Príncipe Xichen, eu preciso terminar os procedimentos com o príncipe Jiang Cheng, se importaria de esperar lá fora com o bebê. Prometo que só levará alguns minutos.
 
       — Pode ir tranquilo, filho. Eu ficarei aqui com ele. — Seu mamã o tranquilizou. Com a ajuda dele o alfa segurou seu filho com cuidado e deixou o quarto.
 
      O Imperador aguardava ansioso do lado de fora. Ao ver seu filho com o bebê no colo ele sorriu largamente.
 
       — Parabéns, Xichen.
 
       — Obrigado, pai. Ele é tão pequeno e parece tão frágil. Sinto que vou quebra-lo se apertar ele um pouco mais forte. – disse fazendo um carinho  no rosto do filho.
 
      — É natural,  eu me sentir exatamente assim quando você nasceu. No entanto quando Wangji nasceu... — o alfa para por um momento respirando fundo antes de continuar. — ... Quando seu irmão nasceu eu já estava mais tranquilo, foi menos assustador. Mas igualmente incrível.
 
       — Ele me prometeu que estaria ao meu lado quando meu filho nascer.  – disse emocionado e o Imperador tocou seu ombro o reconfortando.
 
       — E ele está aqui, filho. Ele está em cada cômodo deste Palácio, em cada lembrança  e cada momento. A presença do seu irmão ainda é forte em nossas vida e isso não vai mudar.  Então, qual vai ser o nome do seu filho?
 
       Xichen sorriu abertamente.
       — Lan JingYi!  Wangji quem escolheu   o nome.
 
      O Imperador se aproximou do filho pegando seu neto no colo.
      — Bem vindo ao mundo Príncipe Imperial Lan JingYi, primeiro de seu nome e terceiro na linha de sucessão ao Império.  
 
  
 
Com o nascimento do pequeno JingYi  uma nova luz surgiu para a família imperial. Os dias nebulosos  ficaram para trás, aquele foi o recomeço que eles precisavam.
 
       Poucos dias depois do nascimento do jovem  príncipe uma mensagem chegou ao império. Xichen estava no jardim com o filho e o marido quando um guarda o chamou avisando que o Imperador  gostaria de vê-lo. O alfa foi rapidamente até lá. O príncipe  ainda se sentia  êxtase depois do nascimento do filho e passava cada minuto que podia ao lado dele, aproveitando cada pequeno momento.   
 
      Ao chegar no escritório do pai viu um mensageiro lá.
       — Mandou me chamar, pai?
 
       — Acabei de receber uma mensagem de Song Lan. – assim que o Imperador disse isso, Xichen sentiu seus pelos se arrepiarem. — Xue Yang e Song Lan conseguiram capturar Wen Chao e o bando dele. Eles estavam escondidos numa ilha no norte, como Qishan é a cidade mais próxima eles serão levados para lá. Eu vou mandar o capitão da guarda para acompanhar o julgamento e execução.
 
         — Eu vou! – Xichen foi categórico. — Eu vou até Qishan e verei Wen Chao morrer com meus próprios olhos.
 
        — Seu filho nasceu a poucos dias, acha que...
 
         — Meu ômega entenderá, ele melhor do que ninguém sabe que eu preciso desse fechamento para poder seguir em frente. Não me impeça de ir pai, por favor.
 
    O Imperador suspirou cansado, ele sabia que Xichen apesar de sua personalidade calma e gentil quando colocava algo em sua cabeça não     havia ninguém que o fizesse mudar de ideia.
 
      — Certo! Mas você vai levar doze batedores como escolta e ainda levar Zeff e Zizhen.  
 
      — Não se preocupe, pai. Eu levarei a guarda inteira se esse for desejo.
 
       — Eles chegarão a cidade de Qishan em dois dias, você deve chegar lá um pouco depois deles. Então, por amor a sua família se mantenha seguro.
 
        — Obrigado, pai.
 
 Ele deixa o escritório rapidamente com Zeff e Zizhen no seus encalço. 
 
       — Zeff, escolha doze soldados para nossa escolta até Qishan e Zizhen, você vai preparar a carruagem. Vamos partir em menos de uma hora.
 
        — Sim, alteza.  – os dois guardas se apressaram em obedecer as ordens do alfa. Enquanto isso Xichen foi até o jardim onde o esposo e seu mamã estavam com o pequeno JingYi. 
 
       Ele sabia que a notícia da prisão de Wen Chao traria um misto de emoções para seu mamã assim como lembranças ruins, no entanto também era o momento de fechar um ciclo.
 
     — A-Cheng, mamã.  Eu vou viajar em algumas horas. – disse  vendo o marido lhe olhar estranho. Porém diria a verdade. — Wen Chao foi preso por Song Lan e Xue Yang e está sendo levado para Qishan, eu vou pessoalmente até acompanhar o julgamento.
 
     Seu mamã rapidamente se levantou  indo até ele.
       — Você não vai até aquela maldita cidade! – o ômega disse sério. — Não me importa o que seu pai diga, não vou deixar que meu único filho bote os pés naquele lugar. – ele diz não contendo as lágrimas e Xichen o abraça.
 
        — Está tudo bem, mamã. Eu vou levar uma escolta grande comigo e estarei bem protegido. Prometo que nada vai me acontecer, mas eu irei até lá.
 
        — Por favor, não vá.
 
         — Não se preocupe, mamã. Eu voltarei em segurança.
 
     O ômega abraçou seu filho de maneira apertada antes de sair pelos corredores do Palácio, ele ainda tentaria convencer o marido a não deixar que Xichen fosse até Qishan.
 
       Agora que estavam apenas o casal e seu bebê,  Jiang   Cheng  foi até o marido.
 
       — Por favor, não me peça para ficar. Você é a única pessoa que me faria desistir de ir até lá, então eu lhe imploro, não me peça para ficar.
 
      O ômega tocou de maneira gentil o rosto do marido e o beijou em seguida.
       — Vá até lá e acabe com aquele desgraçado. Depois volte para sua família, eu estarei aqui esperando por você, nós estaremos. Faça justiça pelo seu irmão.
 
       — É  por essas e outras que eu te amo tanto. — o alfa beija o marido de maneira feroz. — Prometo pra você que voltarei o mais breve possível e que nada vai me acontecer.
 
       — Se você voltar com um único arranhão, eu mato você. – o ômega diz fazendo Xichen rir.
 
       — Eu te amo tanto.
 
       — Eu também  te amo, mas a promessa continua válida.  
 
       — Terei isso em mente.
 
   Os dois seguiram para o quarto organizar as coisas de Xichen para a viagem. O silêncio era confortável entre eles, o bebê descansava no berço enquanto Jiang Cheng  ajudava a separar algumas coisas,  mesmo que este ainda insistisse que o marido descansasse, afinal ele ainda estava de repouso pós parto.  
 
        Algumas horas depois o príncipe estava de malas prontas e um pequeno exército com ele. Xichen era o futuro imperador e depois do que aconteceu com Wangji, todo cuidado era pouco.    
 
       A comitiva de Xichen chamava a atenção por onde passava, o brasão imperial  tremulava imponente e todos os guardas igualmente armados só mostravam como a família imperial estava disposta a mostrar que ninguém nunca mais chegaria perto de um deles de novo.  
 
        Quando chegou a Qishan, Xichen sentiu seu coração se apertar. Dois dias de viagem não foram o suficiente para prepara-lo, o alfa imaginava qual seria a sensação quando finalmente chegasse a aquela cidade, no entanto tudo o que ele sentia era raiva.  A hospedaria da cidade foi esvaziada para uso exclusivo do príncipe e de seus guardas e assim que a  carruagem parou ele foi recebido por Song Lan.
 
       — Bem vindo a Qishan , vossa alteza. – disse o alfa. Song Lan tinha uma aparência um pouco mais descuidada devido ao tempo que passou viajando de uma cidade a outra, dormindo quando dava e encarando sol e chuva sem parar. — Peço perdão pela minha aparência no momento.
 
        — Não se preocupe com isso. Você fez o que deveria, vocês cumpriram sua promessa comigo e pegaram o assassino do meu irmão.  Eu estou em dívida com vocês.
 
       — É o nosso dever, alteza.
 
       — Onde está Xue Yang? – o príncipe perguntou.
 
       — Vigiando Chao, nós alternamos  nosso horário de vigilância para não ter qualquer problema.
 
       — Certo! Me leve até ele!
 
       — Tem certeza, alteza? O julgamento será realizado amanhã, não precisa perder seu tempo com um verme como ele.
 
       — Eu preciso olhar na cara do homem  que matou meu irmão. Preciso encerrar esse capítulo da minha vida para então seguir em frente.
 
      — Claro, alteza. Vamos?
 
Com Zizhen e Zeff ao seu lado eles seguiram para a delegacia.  O príncipe imperava uma aura quase assassina que não lembrava em nada o doce e gentil Lan Xichen de sempre. Xue Yang  assim que o viu o reverenciou de imediato, sua aparência não era tão diferente  de Song Lan, cabelos longos preso num coque frouxo e uma barba rala por fazer.  
 
        — Vossa Alteza!  – disse se curvando.
 
        — Xue Yang,  obrigado por seus serviços.
 
        — É uma honra para nós servi-lo.  
 
        — Onde ele está?  – referia-se a Wen Chao. 
 
Xue Yang o acompanhou até uma área mais afastada das celas comuns. Wen Chao  em nada lembrava o alfa arrogante de antes, as marcas profundas de olheiras e estava com as mãos e pernas acorrentadas. Ele voltou seu olhar a figura plena de Xichen.
 
            — É como um maldito Dejá Vu. – disse se recordando de quando Wangji foi vê-lo  na cadeia.
 
            — Você não precisa falar nada, não suje meus ouvidos com a merda que sai da sua boca. Eu só vim até para que você saiba que eu farei justiça por meu irmão.
 
           — O problema de Lan Wangji foi não ter ficado longe daquilo que não lhe dizia respeito.  
 
Os feromônios de Xichen se tornaram tão fortes que Chao caiu de joelhos no chão.
        — Pense duas vezes antes de sujar o nome do meu irmão com essa sua boca maldita ou eu mesmo cortarei sua cabeça amanhã.  Não pense que haverá misericórdia por minha parte, você vai pagar pelo que fez com meu irmão.
 
        Chao não disse nada, ele estava quase sufocando apenas com os feromônios agressivos  de Xichen. Sabia que não teria como escapar  dessa vez, seus recursos foram esgotados durante a sua fuga com a família e por meses viveu como mendigo  ou escondido em fazendas. 
 
         Xichen saiu dali com a única certeza de que Chao morreria e ele estaria lá  para presenciar. Ele voltou para a hospedaria onde pode descansar da viagem para aguardar o julgamento que aconteceria pela manhã.
 
        No dia seguinte, vários líderes de seitas do Império  serviam como testemunhas. O príncipe Lan Xichen era o representante do Imperador, mais do que isso ele era o irmão fiel de Lan Wangji.  Durante todo o  julgamento o príncipe se manteve calado, os comparsas, esposa e filho de Chao foram julgados primeiro à pedido de Xichen. Como LingJiao  ajudou entregando todos os envolvidos na morte de Wangji e foi condenada a trinta anos na prisão feminina. Wen Xu, o filho adolescente de Chao foi condenado a forca assim como os outros comparsas já que desde o início ele fez parte dos planos do pai, incluindo a morte do delegado da Cidade Yi.
 
         Lan Xichen  fez questão de que Wen Chao visse o destino do filho, não que aquilo fosse perturba-lo de alguma maneira. O julgamento acontecia em praça pública, bem no centro da cidade. A população assistia apreensiva e com muita expectativa o desfecho final. O líder da Seita Jiang, Jiang Fengmian fazia a vez de juiz . Ele descreveu detalhadamente cada  um dos crimes cometido por ele.
 
          — Wen Chao, você confirma cada um dos crimes descritos aqui? – Fengmian perguntou.  
 
        Chao olhou seriamente para Xichen, ele sabia que não tinha o que fazer. Ele morreria de toda maneira, então não faria sentido ficar de boca calada.
 
         — Vocês estão falando a horas sobre eu ter feito isso ou aquilo, mas em momento nenhum mencionaram o que de fato nos trouxe a esse momento. – ele provocou.
 
        — Acho que você não entendeu ... – Jin GuangShan disse.
 
       — Eu entendi muito bem. Então porque ninguém aqui falou sobre aquela maldita criatura? – Xichen tensionou seus ombros naquele momento. — Absolutamente ninguém aqui falou de como o príncipe  estava com aquela coisa como se fossem um casal, nojento.
 
       — Cale a sua maldita boca.— Xichen  disse com sua voz de comando alfa. Ele se levantou mostrando sua postura imponente, um alfa de sangue real capaz de subjugar qualquer outro alfa ali.  — Eu proibo você de falar o nome do meu irmão, você não tem direito nenhum de sujar sua memória dessa maneira.
 
  Naquele mesmo momento Xue Yang amordaçou Wen Chao o impedindo de  falar sobre Wei Ying  diante de todos aqueles líderes.
 
       — Se todas as acusações  já foram lidas podemos dar continuidade ao julgamento. – disse o líder Jiang. — Por todos os crimes que você cometeu, e pelo assassinato cruel do príncipe Lan Wangji você está condenado a morte.    
 
       — Morte por esquartejamento. – ditou Xichen fazendo todos olharem surpresos para si. O alfa mostrava uma convicção extrema em sua voz, não havia qualquer hesitação. – Tragam os cavalos.  
 
        Zizhen, Zeff, Song Lan e Xue Yang apareceram montados  em seus cavalos e outros guardas amarraram cordas nos membros de Chao. Ao perceber o que iria acontece o alfa entrou em desespero, ele seria esquartejado vivo.  Ele começou a se debater tentando gritar, mas foi rapidamente contido pelos outros guardas.
 
         – Que fique bem claro, esse é o destino daqueles que tentarem machucar minha família de novo. — ele fez sinal para os quatro cavaleiros  que foram se afastando a passos lentos, Xichen embora não fosse alguém rancoroso ele queria ver Chao sofrer até o último segundo de sua vida. Quando o alfa já estava completamente estirado  sob o chão, os cavaleiros atiçaram seus cavalos que rapidamente correram rasgando a carne e quebrando os ossos que espalharam partes do corpo morto de Wen Chao pela rua.
 
     O príncipe  não disse nada, apenas virou as costas e saiu dali. Tudo tinha acabado, o fantasma que assombrava seus sonhos não era mais nada além de tripas e membros sendo comido  por cachorros.
 
       Ao chegar  no seu quarto na hospedaria Xichen desabou aos prantos. Uma mistura de emoções  atravessavam  seu peito, a justiça havia sido feita, Wangji agora podia descansar em paz.
 
          — Acabou, irmão. A justiça foi feita. – ele disse controlando suas lágrimas.  
 
       Durante todo o resto do dia o príncipe se manteve trancado no quarto, ele não quis ver ninguém. Pouco a pouco os líderes convidados para o julgamento foram embora e a pedido de Song Lan, ele só iria embora no dia seguinte.
 
       Quando anoiteceu o guarda foi até o quarto do príncipe. Xiche. Não entendeu porque ele parecia um pouco nervoso.
 
        — Alteza, eu gostaria de leva-lo a um lugar. Mas precisamos ser discretos e eu farei a sua segurança. — Song Lan diz entregando uma capa com capaz para o alfa.
 
        — Onde estamos indo? – Xichen perguntou enquanto colocava a capa.
 
        — Vou levar vossa alteza para conhecer uma pessoa. Só precisamos ser discretos  ao sairmos.
 
     Xichen não questionou, ele confiava em Song Lan assim como confiava em seus guardas particulares. Ao saírem do quarto eles deixaram a hospedaria por trás e de maneira discreta. Por causa do horário já não havia tantas pessoas pelas ruas,  eles andaram pela floresta por quase meia hora até chegarem uma entrada de gruta.
 
      – Eu sei que não perguntei antes, mas é meio assustador você me trazer para o meio da floresta de noite. – Xichen comentou ao entrar na gruta.
 
     Eles andaram por mais alguns metros até verem a claridade de uma fogueira.
      — Nós achamos que você deveria conhecer alguém. – Assim que eles chegam a clareira Xichen viu Xue Yang  atiçando a fogueira.
 
      — Acho que nem preciso dizer que já conheço  Xue Yang.  – ele brincou.
 
      — Não me refiro a A-Yang, mas a ele. – Song Lan aponta para Wei Ying que estava sentado mais afastado na beira do lago. — Vossa alteza, esse é Wei Ying, o companheiro do príncipe Lan Wangji. 
 
     Xichen  se virou encontrando o rapaz de longos cabelos  negros  e uma... cauda?
       — A sereia?
 
       —  Exatamente.
 
 Wei Ying  parecia distraído e não notou a aproximação do alfa, seu cabelos caíam como uma cortina protegendo seu corpo. O futuro imperador permanecia incrédulo enquanto olhava a cauda de Wei Ying  balançando vagarosamente dentro da água.
 
       — Wei Ying!  – Song Lan chamou sua atenção.
 
  Assim que  ele se virou e deu de cara com aquele alfa desconhecido assustou-se momentaneamente, mas como ele estava com Song Lan e Xue Yang ele se acalmou.   
 
      — Não precisa ter medo, eu não vou machucar você. – Xichen disse e foi como se Wei Ying tivesse tido um Dejá Vu.  O príncipe se abaixou ficando da altura do rapaz.
 
      — Wei Ying,  este é o príncipe Lan Xichen. Ele é o irmão do príncipe Wangji. – Xue Yang explica.
 
      — Wan-gji?  – ele se emociona ao falar do amado. Wei Ying  toca no rosto de Xichen gentilmente. — Olhos... Wangji. 
  
O alfa ficou um pouco surpreso com o toque, mas não recuou. Ele sabia que haviam muitas semelhanças entre ele e Wangji.
 
      — Sim, nós temos a mesma cor de olhos. – ele também notou que Wei Ying  usava o colar do principado de Wangji.
 
     — Wei Ying... sentir... falta ... Wangji.
 
     — Eu também sinto. Todos os dias. – disse sentindo a voz travar na garganta. — Ele amava você demais, tenho certeza de que ele não mudaria nada do que aconteceu se fosse para te proteger. Não se sinta culpado pelo que aconteceu, Wen Chao nunca mais vai machucar você.
 
     Xichen sentou-se no chão lado de Wei Ying  sem se importar se molharia suas roupas.
 
     — Logo depois do funeral do príncipe nós cuidamos dele aqui por um mês. A-Song e eu revezávamos nas buscas, mas durante esse mês Wei Ying  precisou de nós. Fizemos uma promessa ao príncipe e mesmo que ir atrás de Wen Chao fosse importante, Wei Ying  era mais importante  para Wangji. – Xue Yang disse.
 
       – Eu entendo, não precisam se desculpar por isso. – o alfa se vira para sereia. —  Wei Ying,  meu irmão disse que você não poderia sair do mar nos próximos cinco anos. Saiba que depois disso se quiser pode vir para nosso reino, você será bem vindo por mim e por minha família.
 
        — Wei Ying... não... deixar ... mar. Não... poder.
 
       — Que tal se você apresentar os carinhas? – Xue Yang  diz divertido e Xichen fica confuso. Wei Ying  mergulhou por alguns segundos e quando retornou trazia dois pequenos serzinhos em seus braços. 
 
       — Esse é o principal motivo da gente não ter deixado ele sozinho, ou melhor, esses motivos.
 
  Xichen não conseguia formular nenhuma frase naquele momento. Os bebês nos braços de Wei Ying  também eram  sereias, com direito a cauda e escamas.
 
    Num pedido silencioso ele esticou seus braços para pegar os bebês adormecidos nos braços de Wei Ying. Xichen sentiu seu corpo tremer ao ver a marca de nascença dos Lan no ombro dos bebês. Uma meia lua igual a de Wangji, a dele e a do próprio filho.
 
      — São filhos do meu irmão. – disse por fim.
 
 O bebê de cauda azul clara se remexeu em seu colo abrindo os olhinhos e constatando o mesmo dourado de sua família, enquanto o outro bebe permaneceu dormindo. O alfa riu bobo, seu irmão havia deixado um pedaço de si.
 
      — Como eles se chamam?
 
       — A gente chama ele de Peixinho e a menina de Sardinha, Wei Ying  não escolheu o nome dele, então a gente chamava de Peixinho e Sardinha. — Xue Yang brinca e Wei Ying  mostrou os dentes pra ele.
     
        — É um casal? – perguntou surpreso. — Não vou deixar vocês chamarem meus sobrinhos assim.  
 
      — Wang-ji... pro..me..teu.. irmão... es...co...lher... nomes. – Wei Ying disse tocando no rostinho da filha adormecida.
 
      — Sim, ele prometeu. Ele escolheu o nome do meu filho e disse que eu daria nome ao seu filho, mas ele ganhou ao ter dois. – o bebê segurou o dedo do alfa. — Sizhui, Lan Sizhui. Significa relembrar, nunca esquecer. Príncipe Imperial  Lan Sizhui e a menina, agora me dei conta de que ela é a primeira princesa da minha família. Lan XīWang, significa esperança. Princesa Lan XīWang, a primeira princesa da Dinastia Lan.
 
      — E pelo  visto, eles serão príncipe e princesa dos mares também.  – todos riram de Xue Yang.  — Me desculpem, eu esperei meses para fazer essa piada.
 
       — Meus pais adorariam conhecê-los. Meu mamã surtaria de tantos vestidos e laços que colocaria nela, ele sempre quis um ômega na família.
 
       — Alteza, a razão de tê-lo trazido ate aqui é que Wei Ying  vai embora. Ele só esperou por você porque pedimos. Pelo que entendi, as crianças sereias precisam ficar mais tempo nas profundezas do mar para ficarem saudáveis.  Eles não envelhecem como nós,  então não precisa se preocupar com o tempo. – Song Lan  explica .
 
     — Eles fazem parte da realeza. — o alfa disse baixo. — Meus pais ficariam tão felizes  saber que meu irmão teve filhos.
 
     — As crianças mesmo sendo mestiças elas ainda não transformam por completos e por serem novinhos não podem ficar longe da água  por muito tempo. – foi a vez de Xue Yang explicar.
 
       — Pelo visto vocês sabem muito sobre eles.  
 
       — Nós Convivemos por meses antes e o príncipe fazia questão de nos ensinar tudo o que ele aprendeu sobre as sereias. Quando encontramos o corpo do príncipe na praia já havíamos percebido o estado de Wei Ying, então voltamos para Qishan assim que foi possível.  Ele não estava bem e em memória ao seu irmão cuidamos dele até esses carinhas nascerem.
 
         — Song Lan fez o parto. – Xue Yang  disse rindo.
 
         — Isso porque você desmaiou. E Wei Ying teria conseguido sozinho de toda maneira, só não achamos que fosse justo ele passar por isso sozinho.
 
         — Rapazes, concentração!  Continuem a falar o que aconteceu.  — Xichen falou e o bebê começou a choramingar e Wei Ying  o pegou colocando na água fazendo o alfa se surpreender ao ver o bebê nadando próximo de si.
 
        — Como viu, os bebês precisam passar muito tempo dentro da água. Embora, não nadem de fato ainda eles estão aprendendo.
 
    Xichen não sabia como explicar tudo aquilo, era como um sonho louco do qual ele jamais saberia explicar.  
 
       — Eu agradeço imensamente por vocês  terem cuidado de Wei Ying  e dos meus sobrinhos. Sei que meu irmão estaria grato por tudo e eu estou. – Xichen se vira para Wei Ying. — Obrigado por amado meu irmão, ele também te amou intensamente  e agora sabendo que ele deixou algo além de saudade, eu estou mais tranquilo. Eu só lamento que ele não esteja aqui para conhecer os filhos. – ele entrega a menina para Wei Ying.  — Saiba que não importa quanto tempo passe, se você voltar para está cidade peço que leve meus sobrinhos para me visitar. Eu adoraria recebê-los no palácio.
 
       — Wei Ying... levar.  Wei Ying ... pro...me...ter.
 
       — Alteza, devemos retornar. O dia vai amanhecer em breve e se seus guardas perceberem que não está no quarto poderão criar um pandemônio nessa cidade. — Song Lan alertou.
 
       Xichen não podia negar que aquela foi uma experiência inacreditável. Ele estava tão grato por ter tido a chance de conhecer Wei Ying  e seus sobrinhos  que aquela dor em seu peito se acalmou. Sabia que onde Wangji estivesse, estaria feliz por Xichen ter conhecido sua família.
 
      — Wei Ying, obrigado por ter feito meu irmão feliz e pela família linda que você deu a ele. – alfa estava emocionado com aquela despedida, a sereia de maneira carinhosa tocou no rosto dele e depois tocou de leve em seus olhos. Ele sempre lembraria do brilho que eles levavam e também como Xichen parecia mais leve, ele entendeu que aquele alfa também esteve sofrendo como ele pela ausência de Wangji.
 
        — Wei Ying... sem...pre amar... Wangji.   
 
        — Eu sei e agradeço muito por isso. Infelizmente eu devo retornar para GusuLan logo pela manhã, mas não esqueça de que vocês também uma família aqui. —    Wei Ying  apenas assentiu. — Posso te dar um abraço?
 
       — Sem beijos, Wei Ying.  Ele é um alfa casado. – Xue Yang  dispara deixando Xichen confuso. — Ele não entende bem as interações pessoais, então as vezes ele pode içar afetuoso demais.
 
    Disse se recordando da vez que Wei Ying  tentou lhe beijar.
    Wei Ying  abraçou Xichen, embora fosse parecido com Wangji o cheiro era diferente. Depois ele pegou cada uma das crianças deixando breve selares em suas testas e os colocou na água de novo.
 
    O príncipe se levantou se despedindo e Wei Ying  novamente e depois seguiu para a hospedaria com Xue Yang. 
 
      Na gruta, Song Lan sentou-se a beira do lago enquanto Wei Ying   brincava com os filhos na água.
        — Você vai mesmo ir embora?
 
        — Wei Ying  ... precisar.  Bebês... precisar.
 
        — Não vai ser perigoso? Aquela coisa toda de tritões?
 
         — Não... preo...cu..par. Wei Ying... salvo.
 
         — Se tiver algum problema  volte para cá que de tempos em tempos eu virei até aqui deixarei roupas caso você precise para andar por aí. Guarde suas pérolas para alguma emergência, você poderá trocar por dinheiro quando estiver por aqui para circular entre as pessoas. Xue Yang e eu voltaremos com o príncipe Xichen pela manhã tem certeza de que consegue ficar com esses pequenos sozinhos? – Song Lan perguntou preocupado. Sabia que seria um desafio para Wei Ying,  mas o rapaz o surpreendia a cada dia com a força dele.
 
         A sereia que usava uma camisa que havia pertencido  a Wangji, ele os acomodou no seu tronco se aproximando da borda do lago.
 
        — A-Song... o...bri..ga..do.
 
        — Não precisa agradecer, proteja esses pequeninos  e a você. Eu espero que você seja muito feliz e não esqueça dos seus amigos.
 
        — Wei Ying  não... es...que...cer.
 
    Song Lan  fez um carinho rápido nas cabecinhas dos pequeninos, ele e Xue Yang haviam se apegado à aqueles pequenos serzinhos. Fizeram o que puderam para ajudar Wei Ying a passar pelo luto, cuidaram dos filhotes como se fossem seus e esperavam que isso pudesse trazer um pouco de paz a Wangji.
 
      Wei Ying  acenou uma última vez para o amigo e se afastou mergulhando em seguida.
 
      — Adeus, Wei Ying.  – disse para o nada ao perceber que ele já havia partido. — Cumprimos a nossa promessa, alteza.   
 
      Todos tiveram o fechamento digno, Wangji teve a justiça em seu nome. Wei Ying  e Xichen puderam seguir em frente, e Xue Yang e Song Lan  seguiram com suas vidas.

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                       Amores.....

Então....
Eu estava tão ansiosa para postar que não me aguentei. Eu realmente espero que vocês tenham gostado da história até aqui.
    Eu imagino que tenha deixado vcs " P" da vida comigo, mas prometo que esse não é fim.
   

The Mermaid ( Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora