𝗦𝗜𝗟𝗟𝗨𝗧

042, storyteller

Alguns parentes de Sillut já haviam chegado na casa dela. Hoje seria apenas almoço em família, para contar as fofocas acumuladas e gabar sobre os filhos. As tias de Sillut nunca perdem a oportunidade de dizer as conquistas dos filhos para esconder os chifres que colocam nos maridos. E como sempre, não precisam falar o que já se tornou óbvio.

Sillut não gostava de se misturar muito com essas coisas, então acabava olhando as crianças antes que destroem a casa. Eram sete crianças na família, o que acabava com a sanidade de qualquer adulto.

A garota ainda estava chateada por Vinnie ter mentido pra ela. Tudo isso pra não conhecer a família. Ela começou a se sentir insegura em relação a isso, passou a noite toda chorando e ignorando as ligações do loiro. A única coisa que animou a menina no outro dia foi lembrar que a comida seria mais caprichada que o normal.

— Michael, não pode comer a unha do pé. — Sillut repreendeu o pequeno ao ver que o mesmo quase estava colocando o dedo na boca. — Sua mãe te dá comida? — Ela pegou a criança no colo e sorriu.

— Sil, olha isso! — A pequena Dorothy mostrou uma pequena mecha de cabelo. Sillut ia perguntar da onde a menina tirou, mas acabou ficando assustada ao perceber que faltava um pedaço de cabelo de Dorothy. A pequena estava com uma parte do cabelo grande e outro pequeno.

— Meu Deus! — Sillut falou colocando a mão na testa. A campainha tocou e ela foi rapidamente abrir a porta, sorriu ao ver que era o Jordan todo arrumado.

— Sillut! — Huxhold falou animado ao ver a garota e a atenção dele foi na criança que a menina carregava. — Que fofura.

— Esse é o Michael. — Ela falou. — Pode entrar! Jordan. Como eu vou te apresentar uma prima, você pode dar um jeito de controlar as crianças?

— Claro. — Ele falou dando de ombros e entrou na casa. Assim que olhou ao redor da sala e viu várias crianças bagunçando, ele arregalou os olhos e se arrependeu. — Quer que eu compre sonífero? Rapidinho elas dormem...

— Você ficou maluco?

— Eu estou zoando. — Ele riu e pegou o Michael que estava no colo de Sillut e ficou jogando o menino para cima. — Agora senti saudade do Malakai...

Huxhold se lembrou do sobrinho, fazia um tempinho que não via Kai e acabou sentindo mais saudade do que o normal.

— Cuidado pra não... — Sillut ia avisar o loiro para não derrubar a criança, mas Michael estava soltando várias risadas. — Deixa quieto.

Jordan se aproximou das crianças junto com Michael e se sentou em uma poltrona.

Sillut apenas ficou observando o moreno. Ela sentiu uma onda de tristeza a invadir ao lembrar que Vinnie não estava no lugar do amigo.

— Eu dou cinco dólares pra cada um acertar qual é o nome dele. Mas caso todos acertem, vão ter que ficar calados pelo resto do dia. — Jordan falou tirando sete novas de cinco dólares do bolso.

— Se fosse sete dólares eu aceitaria o desafio. — Ryan, a criança mais velha falou.

— Eu dou seis dólares. — Huxhold tentou entrar em um acordo.

— Dez dólares. — Ryan aumentou o valor.

— Sete dólares. — Ele continuou.

— Dez dólares e eu ainda te aceito como cunhado. Minha irmã Maddy vai adorar que o filho dela nasça com olhos azuis. — Ryan estendeu a mão para Jordan, pra poder selar o acordo. Como o garoto não era besta, não pensou duas vezes em apertar a mão da criança. — O nome dele é Michael, e ele é meu irmão. Panaca!

As outras crianças também gritaram Michael, fazendo com que Sillut segurasse a risada.

— Agora é a hora de vocês ficarem quietos. — Huxhold entregou o dinheiro para cada criança e todas concordaram com a cabeça. Estavam fascinadas com a nota de dinheiro.

— Maddy, arrumei um namorado pra você. — Ryan saiu correndo pra cozinha gritando a irmã mais velha.

Passou alguns minutos, toda família estava reunida na sala. As crianças estavam quietas, os homens fofocavam entre si e as mulheres compartilhavam de planos para futuras viagens. Todo mundo adorou Jordan, inclusive Maddy que estava conversando com ele afastada do resto do pessoal.

Sillut não estava nem um pouco animada. Ela ficou sentada no sofá apenas observando, quando alguém tentava puxar conversa, ela apenas concordava.

A campainha tocou novamente e ela foi obrigada a ir atender a porta. Tomou um susto ao ver Hacker com um buquê de rosas e um sorriso meio sem graça.

— O que você está fazendo aqui? — Ela perguntou feliz, mas tentou esconder a expressão logo em seguida.

— Eu não poderia deixar de vir, anjo! — Ele falou observando cada detalhe de Sillut.

— Acontece que eu já chamei outra pessoa.