nosso amor.

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Coréia, 89.

   Taehyung estava cansado. Sua têmpora estava suada e coçava por conta do capim fino que impregnava em sua luva de jardim. Lá fora o tempo quente aquecia suas rosas e os restos das plantas que necessitavam daquela manta cheia de bençãos que vinham do sol.

Apesar de sentir suas mãos latejando pelas consecutivas vezes em que cavou o solo virgem com a pazinha, que faria parte do novo canteiro de cebolinhas e feijãozinhos verdes, não parava de tentar encontrar um lugar perfeito para fazer o cultivo no fim de cada mês no fundo de seu quintal.

Haviam se passado 3hrs desde a jardinagem que parecia não ter fim. Mas, ah, era tão bom olhar ao redor e sentir as flores mais vivas e fortes, as margaridas bem cuidadas, as frutas pequenininhas e saborosas, e, principalmente, as tulipas brancas.

Eram suas preferidas, as do seu amor também, elas cheiravam tão bem, as cores eram tão únicas e cheias de vida, lhe deixava com lágrima nos olhos sempre que lembrava-se que se hoje ele sorria verdadeiramente, era por conta das consequências que o levaram a conhecer o dono do sorriso mais lindo, do florista mais amoroso e charmoso que já conhecera.

Ele lutou para se levantar quando sentiu que seu corpo não aguentava mais o calor da tarde, e o envelhecimento lento começou a preocupá-lo com algumas poses que nem eram tão duradouras. Obviamente, ele não era um homem velho, mas estar em seus quarenta e poucos anos não lhe dava muitas escolhas.

O tempo passava tão rápido, e nem sempre isso era bom.

Quando respirou fundo e olhou para trás, franziu o cenho um pouco confuso, ainda faltava muito para conseguir pôr tudo no lugar, tinha cementes de melancia em mãos e milho em seus bolsos, teria que cavar mais uma extensão de buracos e-

– Ainda pensando demais, meu amor?

Jeongguk.

Não seria ele uma divindade magnífica?

Ah... Jeon era tão lindo. Taehyung não se cansaria de pensar e dizer isso para si. Seu homem era tão precioso, vestindo um conjunto de jardineiro com um avental com estampa de ursinho, o rosto jovial com resíduos de massa de pão no nariz, um sorriso angelical mesclado a fios de cabelos castanhos claros. Jungkook era tão adorável. Pensou com um sorrisinho apaixonado.

– Desculpe-me, meu bem. Passei tanto tempo fazendo de tudo, mas parece não ter mudado nada. – riu – acho que eu deveria parar um pouquinho, minhas costas estão me matando.

Jungkook riu e negou com a cabeça dizendo que Taehyung fizera um ótimo trabalho, ele apenas estava se cobrando demais, queria ser perfeito em tudo. O tempo de fato passava, mas Taehyung não mudara nadinha.

– Você deveria parar e relaxar, amor, não se preocupe tanto assim...

– Mas o jardim é para você. – apontou.

– Para nós, também para as nossas futuras crianças, Tae. – Jeon o abraçou e beijou sua boca num ato de puro carinho e doçura. – o seu chá está pronto, tome um banho e venha terminar o dia comigo, amor, estou com saudades de você.

Taehyung olhou dentro daqueles olhos brilhantes, sob o sol escaldante, as formigas mordendo os dedos do seu pé e sentindo o latejar dele, mas ele nunca se cansaria daquele homem em sua vida ou da forma como ele o retribuía com tanto amor, mesmo disfarçado no sorriso que ele estampava sempre ao desviar de suas encaradas.

Tulipas (Kth • Jjk)Onde histórias criam vida. Descubra agora